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Enchente do rio Negro afeta logística portuária

Quem faz o transporte de passageiros e mercadorias  pelos Portos de Manaus e região Metropolitana, tem se deparado com menores áreas de atracação devido o alagado em função da subida das águas.  A maior dificuldade é o embarque e desembarque das mercadorias. Representantes que atuam no setor têm feito verdadeiros malabarismos para  manterem as receitas e os prazos. 

Umas das representantes da Anamazon (Associação dos Navegantes do Amazonas), Railgila Torres, do setor de transporte de carga e passageiros para o interior, diz que o principal obstáculo é o carregamento no Porto de Manaus no cais do Roadway. Segundo ela, por questão de segurança o acesso de carretas foi limitado para quem faz transporte para aquela região. “A estrutura está praticamente alagada com essa redução de acesso às ruas. As embarcações que saem para o médio Solimões a maioria atracam na plataforma 1 que está sendo mais atingida no porto.   Se houver a necessidade de eu receber um carregamento de uma  carreta ela não vai chegar até mim porque a plataforma foi completamente invadida pela agua”. 

Área portuária está enfrentando problemas com a enchente
Foto: Divulgação

A maioria das embarcações que fazem médio Solimões ficam 30 horas atracadas na plataforma portuária ela tem em média de 19 horas a 20 horas para fazer o carregamento e sair, sendo que com a limitação de caminhões até a plataforma a categoria não está conseguindo fazer o carregamento da embarcação. “Se eu precisar completar com o meu carregamento eu tenho que ficar mais horas na área. É uma logística de adequação que a gente precisou fazer para conseguir cumprir o nosso trabalho. A subida das águas mexeu completamente com a estrutura portuaria”. 

Os veículos na a área do Roadway que compreendem o porto de Manaus estão levando horas para chegar. Conforme Argila, estão fazendo uma estrutura improvisada. Ela diz que onerou as viagens por conta da contratação de  diaristas para ajudar no descarregamento. “Baixou o ganho. Mexeu na renda, mas não ocasionou, por enquanto, prejuízo. Só deixamos de ganhar”.

Ela lembra que nesta semana havia um carregamento  de duas carretas e foi informada que o Porto não tinha condições de receber. Precisou acionar a empresa responsável que enviou caminhões menores para conseguir realizar o descarregamento que durou um dia. “Paralelo a isso, ainda estamos enfrentando a redução de passageiros por conta da pandemia”.

Em alerta

O impacto da chuva na estrutura portuária era motivo de preocupação do Sindarma  (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas) que temia, caso o volume progredisse e chegasse à marca dos 30 metros, as operações de embarcações nos portos seriam severamente impactadas. E o risco de uma interrupção não era descartado. 

O diretor do Sindicato, Dodó Carvalho, conta que o processo de aceleração do elevado índice de cheias traz dificuldades de operação tanto nos portos da capital, quanto nas estruturas do interior do estado.

“Em municípios como Tefé, Coari e Parintins os reflexos da cheia e do atraso nos desembarques incidiram no aumento no valor do frete. O aumento no tempo de espera para o desembarque das cargas consequentemente eleva o tempo para a conclusão de uma viagem. Logo, a balsa que fazia três viagens por mês, agora, só cumpre uma viagem e meia, no mesmo período. Caso as águas continuem subindo poderemos ter atividades em alguns portos interrompidas”, disse .

Região Metropolitana

O presidente Acpccv (Associação dos Canoeiros da Ceasa e do Careiro da Várzea), Artur Cardozo, diz que a rotina dos passageiros e dos condutores foram duramente afetadas com as cheias. 

“A realidade é que caiu 60% o movimento, a gente está mantendo para ajudar a população. Inclusive as lanchas estão reduzindo. A nossa área está toda alagada, estamos vivendo sob pontes. O porto da sede flutuante baixou”. 

Ele reitera que as pessoas estão ilhadas em casa. O que dificulta a locomoção e automaticamente o fluxo de movimento.  Só utilizam o transporte em extrema necessidade mesmo porque o rendimento das famílias depende da agricultura e pecuária, um dos segmentos que perderam com a precipitação das chuvas.  

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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