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Comércio mantém sinal de alerta pela cheia do rio Negro

Nem bem conseguiram se reerguer dos efeitos ocasionados pela Covid-19, o comércio varejista mantém o sinal de alerta vermelho em função dos índices elevados no volume das águas devido às chuvas. Entidades empresariais que representam o comércio comentam sobre o panorama de dificuldades que o setor vem enfrentando neste momento em que o Centro da cidade está marcando a segunda maior cheia da história registrada no Estado do Amazonas em 2009.

“Hoje não se fala em assunto nenhum se não for pandemia, então nós passamos um ano e meio com o comércio sofrendo. Quando pensamos que vai melhorar vem a cheia”, declara o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Jorge Lima.

De acordo com Lima, os comerciantes estimam queda de 50% nas vendas. Além disso, muitos deles estão investindo na infraestrutura interna das lojas para minimizar os prejuízos causados pela subida das águas, evitando assim perdas nas mercadorias.“O prefeito tem feito a parte dele, construir passarelas para facilitar o acesso das pessoas às lojas do Centro, no entanto, não é suficiente, esse alagado repercute negativamente. 

Comerciantes estimam queda de até 50% nas vendas
Foto: Divulgação

Ele diz que as entidades empresariais que representam o comércio enviaram à prefeitura quatro ofícios a fim de dialogar com o prefeito David Almeida (Avante), sobre as demandas do setor, principalmente neste momento atípico de pandemia e de cheias no Estado.

“Queremos a oportunidade de dialogar com o prefeito. Já enviamos quatro ofícios e  ele não nos atende. Um bate-papo já ajudaria muito”, declara o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Jorge Lima.

De acordo com o dirigente, os comerciantes estimam queda de 50% nas vendas. Além disso, muitos deles estão investindo em infraestrutura interna das lojas para minimizar os prejuízos causados pela subida das águas, evitando assim perdas nas mercadorias.

“Construir passarelas para facilitar o acesso das pessoas às lojas do Centro, é ótimo, no entanto, as pessoas não vão querer sair de casa e se arriscar andando sob marombas e passarelas. O comércio está devagar e muito caído. Se continuar  do jeito que está fica até difícil prever como vai ficar”, afirma o presidente da ACA, frisando como entidade em nome da classe “eu estou sendo cobrado”. Ele teme que as pessoas que costumam ir ao Centro migrem para os shoppings em função da dificuldade de acesso às lojas.

O presidente da Assembleia da ACA, Ataliba Filho, diz que  o movimento diminuiu muito. Para ele ir ao Centro é um desafio para as pessoas. “Ninguem quer transitar num local tendo que se  equilibrar em marombas. A tradição do ir e vir prejudica o comércio. A dificuldade de acesso é o principal problema”, disse.

Ele enfatiza que a cheia deste ano atingiu  em cheio o comércio de orla que vinha se recuperando do período das restrições impostas em virtude da pandemia que ocorreu no Estado. O comércio de orla é quem tradicionalmente abastece o interior do Estado. Essa interação está comprometida com essa cheia. Acreditamos que até a quinzena de junho vamos sofrer”. 

Ataliba conta que a água alagou algumas lojas. Mas não é o caso dele, que tem uma empresa que  apesar de estar na orla ainda não foi atingida diretamente pela água. “Embora o acesso esteja restrito e isso venha ocasionar a queda do movimento”. 

Um dado relevante citado por ele são as quedas nas receitas dos comerciantes em razão da subida do rio Negro. Somente neste período de chuvas o setor contabiliza perdas entre 50% a 100%. “Muitos suspenderam as atividades em função da cheia”. 

O empresário Allan Bandeira, comenta que a retração no comércio já dura mais de um ano, uma enchente dessa proporção aumenta ainda mais o sofrimento das empresas além de penalizar os clientes mesmo com os trabalhos realizados pela prefeitura. “Os prejuízos são incalculáveis. Várias lojas registram alagamentos. São  mercadorias estragando e fora os impactos nas suas instalações o que afugenta os clientes. Encolhemos  20% das vendas”.

Situação diverge

O presidente da CDL- Manaus (Câmara de Dirigentes Lojistas), Ralph Assayag, pacífica a situação e discorda que exista qualquer tipo de dificuldade de diálogo com o prefeito. “Pelo contrário, hoje, estivemos almoçando com o secretário de Fazenda do município e com toda tranquilidade a hora que a gente precisa falar com o prefeito está disponível”.

Sobre o impacto da enchente no Centro da cidade, ele defende que o prefeito tem feito o que é possível mesmo porque contra este fenômeno das águas não tem muito o que fazer. “Já sofremos até agora enchentes maiores e temos acompanhado o que tem sido feito”.

Ele diz que o setor tem noção do número de lojas fechadas e estão tendo problemas com a alagação, mas não significa das lojas que estão fechadas e com o trânsito que está ocorrendo na área não tem em torno de 7% a 8% de prejuízos ainda que seja menor do que isso. “Não queremos que atinja nenhuma loja, não afeta diretamente o contorno todo da venda das lojas. Ainda tem um movimento muito grande no Centro”. 

Assayag informa que a entidade está fazendo um levantamento constante do número de estabelecimentos comprometidos e provavelmente na sexta-feira terão um resumo mais detalhado do que está acontecendo. “Nós acompanhamos todos os dias o ritmo de subida das águas e o número de lojas impacatdas”. 

Aderson Frota, presidente da Fecomércio, assegura que a entidade não tem tido dificuldade nenhuma de conversar com a prefeitura.  E lembra que não adianta fatiar uma série de problemas, é preciso juntar e racionalizar o assunto. “O prefeito está assoberbado de demandas.Em quatro meses no cargo, ele não teve paz para respirar. A gente precisa ter essa percepção”. 

Ele considera que o comércio vai perder mais uma vez devido às cheias.  E diz que não há como resolver  um problema de ordem da natureza. “Este lado difícil não tem como resolver, porque as pessoas estão por circunstâncias mercadológicas. Todo o enfoque da população que abastece esta naquela região. Se tivermos uma enchente acima de 2012, é ainda pior. Surgem custos de despesas em relação a armazenamento de mercadorias e outros aspectos. E num momento que você não está vendendo é cruel”. Ele diz que entre as medidas que podem suavizar os efeitos seria propor ao prefeito adiamento de impostos, reparcelamento de dívidas, criar medidas plausíveis e possíveis, “a gente tem que ter a compreensão de tentar em manifestação o nosso espírito colaborativo”. 

Ações

A Prefeitura de Manaus deu início a construção de passarelas de ferro com compensados  a um metro de altura para facilitar o trânsito dos pedestres no trecho que compreende a esquina da avenida Eduardo Ribeiro com a rua Floriano Peixoto em frente ao prédio da Alfândega, pontos que já estão inundados. Área considerada de bastante movimento porque recebem a movimentação intensa de ônibus que trafegam pelo Centro de Manaus. Na área é possível observar que os carros de passeio transitam de forma lenta sob um espelho d ‘ água o que causa engarrafamento. 

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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