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Empresários do comércio endurecem posição contra restrições no Estado

Empresários amazonenses estão ampliando manifestações de indignação, revolta e inconformismo com as restrições estabelecidas desde o início do ano contra a atividade comercial. Um grupo de lojistas exige uma cobrança mais firme aos representantes do Executivo para reduzir as perspectivas de colapso econômico neste ano de 2021.

Esse foi clima da audiência pública virtual realizada pela Assembleia Legislativa do Estado, na quarta-feira, dia 10, com a presença de empresários do comércio convidados pelo presidente da Associação Comercial do Amazonas, Jorge de Souza Lima, além de poucos deputados estaduais, a maioria ligada à oposição na Aleam.

Os empresários cobram uma alternativa do Executivo para viabilizar a retomada da atividade. Entre as propostas lançadas, está a de escalonar o horário de funcionamento do segmento no Centro, nos bairros e nos shoppings. Muitos lojistas também criticaram a Prefeitura de Manaus por não conseguir organizar o transporte público de forma a evitar as aglomerações.

Fred Melo questiona as poucas contrapartidas – Foto: Reprodução/Youtube

“Vivemos um cenário dantesco. As empresas fechadas geram um caos social. Qual a contrapartida que o governo está dando? Ano passado ficamos de três a quatro meses sem poder trabalhar e agora estamos há 40 dias com as atividades paralisadas”, afirmou o empresário Fred Melo.

O empresário criticou ainda a cobrança de multa por atrasos de impostos neste momento em que todos estão em dificuldade.

“Agora o governo transferiu pagamento dos tributos do dia 15 para o dia 18 como se fosse uma grande vantagem. Quero ver a posição objetiva da Assembleia nessas questões”, questionou.

Belmiro Vianez lembra a importância social do comércio – Foto: Reprodução/Youtube

O empresário Belmiro Vianez avalia não ter justificativa o tratamento dado ao comércio que vem sendo o segmento mais prejudicado com as restrições do Governo do Estado. Ele acrescenta que o movimento nesta época do ano é pequeno, principalmente sem o Carnaval.

“Não quero que os outros segmentos tenham as mesmas restrições que nós, queremos abertura para todos. O respeito com a vida passa necessariamente pelo emprego. Tivemos algumas firulas do Governo para tentar abrandar a crise, mas o problema é muito maior. Um problema sério, de desemprego”, afirmou.

Belmiro explicou que o comércio (incluindo serviços) gera 320 mil empregos e responde por cerca de 50% da mão-de-obra ativa no Amazonas, estimada em 600 mil pessoas. Ele lembra que mesmo que se proceda a abertura, ainda assim, o problema social à vista é muito grande.

O empresário disse que pode ser racionalizado o horário do funcionamento do comércio para viabilizar a retomada neste momento. Ele acrescentou que em nenhum lugar do mundo as medidas restritivas serviram para reduzir o alcance da pandemia.

Leonardo Guimarães disse que a situação é crítica em Manacapuru – Foto: Reprodução/Instagram

O empresário de Manacapuru Leonardo Guimarães disse que a situação no município é crítica uma vez que a cidade é dependente da atividade e o lockdown foi ainda maior do que no Estado. “Já temos muitas pessoas passando necessidade sem alternativa produtiva. E agora vemos esse discurso sobre a terceira onda como se o mundo fosse acabar”, criticou.

O deputado estadual Wilker Barreto disse que não existe bloqueio de atividades sem socorro. Barreto criticou que chamou de inércia do governo do estado e da Prefeitura e disse que a abertura deve ser feita respeitando critérios sanitários. “Do jeito que está, nenhuma cadeia econômica resiste.
Estamos muito próximos da anarquia, diante do sofrimento que passa muitos empresários”, afirmou.

A íntegra da audiência pode ser vista no canal da Aleam no Youtube.


Fred Novaes

É jornalista
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