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Efeitos da pandemia no Amazonas em pauta no Congresso

Divulgação

A Comissão Externa criada na Câmara dos Deputados para acompanhar as ações de combate ao Covid-19 vai analisar, na manhã desta quinta (23), os efeitos da pandemia no Amazonas, que concentra o maior número proporcional de casos confirmados do novo coronavírus em todo o país, além de amargar o maior índice de letalidade da doença. 

O Estado também foi escolhido para receber a primeira visita técnica da comissão, com data ainda a ser marcada. Em paralelo, outros políticos da bancada amazonense no Congresso se movimentam nos bastidores para reforçar o apelo da população para um reforço no combate à pandemia. 

“Não sou membro da comissão, mas sei que estão convidados para a audiência o prefeito Arthur Neto e o governador Wilson Lima. É essencial que possamos avançar no tema, pois vivemos uma situação de calamidade pública. Manaus não tem mais condições de fazer frente ao atendimento e dar as condições necessárias aos pacientes. Nossa preocupação é que, em breve, poderemos ter isso no interior, tendo em vista que temos um vazio de média e alta complexidade nos municípios, fora o isolamento e as distâncias”, adiantou o deputado federal Sidney Leite (PSD-AM).

“Convidamos especialistas renomados e contaremos, de forma remota, com a participação de muitos parlamentares. Todos aqui no parlamento estamos muito preocupados com os rumos e a gravidade que a crise do coronavírus está tomando em nosso Estado”, emendou o também deputado federal Marcelo Ramos (PL-AM), em texto veiculado por sua assessoria de imprensa

O parlamentar acrescenta que a tragédia será ainda maior se se a doença se espalhar com mais força no interior. Em referência ao incidente registrado neste domingo (19), quando o presidente Bolsonaro compareceu a uma manifestação em favor de um golpe de Estado, Ramos reitera que o momento é de “intensa colaboração” entre as instituições, e que qualquer ruptura política no momento agravaria ainda mais a crise. 

“Temos de agora deixar a política de quarentena e agir para salvar vidas. Por essa razão, a despeito de qualquer divergência que tenho com o prefeito Artur Virgílio Neto [PSDB-AM], coloco-me à disposição do prefeito para o que ele precisar”, afirmou o político, elogiando a postura do administrador municipal durante a crise. 

“Problema de gestão”

Em mensagem distribuída à imprensa, o deputado federal Delegado Pablo (PSL-AM), informou que seu requerimento para que os hospitais do Amazonas sejam fiscalizados com prioridade foi aprovado pela Comissão de Combate ao Coronavírus. A lista inclui os hospitais e pronto socorros 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araújo, além das maternidades Balbina Mestrinho e Ana Braga, e outras instituições, como o HUGV (Hospital Universitário Getúlio Vargas) e o Hospital Adriano Jorge.

“Todos viram o estado dos locais de atendimento do Amazonas, e os apelos desesperados dos profissionais de saúde. Eles não têm equipamento de proteção individual. O coronavírus está matando também indiretamente, porque as pessoas não estão conseguindo mais acessar o sistema. O Estado tem agora um número indiscutível: tínhamos 30 mortes diárias em média, e hoje temos mais de cem. A situação é grave e o problema é de gestão”, asseverou, no vídeo distribuído juntamente com o texto.

Ao Jornal do Commercio, o deputado disse que pretende apresentar várias ações de fiscalização, controle e apuração das medidas que vem sendo tomadas na gestão da saúde no Estado. “Para tanto, já sugeri a criação de uma subcomissão específica do Amazonas, que vai trabalhar com olhos aguçados a realidade da nossa região”, completou.

“Terceirizações e desvios”

Procurado pelo Jornal do Commercio, o deputado federal José Ricardo (PT-AM) disse que também não integra a comissão, mas considerou que a audiência pública é importante para acompanhar a “situação dramática” do Amazonas, que já passava por dificuldades no setor de saúde, com “muitas terceirizações’ e “desvios de recursos”. 

“O governo do Estado e Prefeitura demoraram muito para trabalhar o isolamento social e a crise mostra o sucateamento de nossa estrutura de saúde. Estamos cobrando o governo federal e já fizemos um encaminhamento para que liberem todos os recursos das emendas parlamentares, que dá mais de R$ 90 milhões. O governo federal fez muito pouco pelo Amazonas, até agora. Também vou pedir adicional de insalubridade aos trabalhadores da saúde”, frisou.    

“Urgentes providências”

O senador Eduardo Braga pediu “urgentes providências” para os serviços de saúde de Manaus e do Amazonas, ao presidente Bolsonaro, no fim da tarde desta quarta (22).  Diante do chefe do Executivo, do presidente Nacional do MDB, deputado Baleia Rossi (MDB/SP), e do ministro-chefe de governo da Presidência da República, Luiz Eduardo Ramos, o parlamentar detalhou a “desesperadora rotina” nas unidades de saúde do Estado. 

“Chamamos atenção para a necessidade de uma ação concreta do governo federal para que sejam abertos novos leitos, ainda lamentavelmente fechados, no Hospital Delphina Aziz. E que o hospital alugado pelo Estado comece a funcionar”, contou, acrescentando que a doença avança também no interior. “Manacapuru, por exemplo, já contabiliza mais de 13 mortes”, encerrou. 

Fonte: Marco Dassori

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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