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Dois assuntos

Meu primeiro assunto é sobre educação e começo dizendo que depois de quase três anos sem férias, resolvi tirar uns dias para esfriar a cabeça e esquentar a pele e o coração no litoral nordestino. O mar azul, o sol constante, a brisa que vem do oceano, o camarão, a lagosta, o suco e a castanha de caju, tudo têm um gosto especial naquele belo pedaço da costa brasileira. Devo dizer que não acho as praias nordestinas as mais bonitas do Brasil, com minha preferência recaindo sobre a orla marítima da Ilha da Conceição, onde fica Florianópolis. O problema é que no Sul não há garantia da presença diária e brilhante do sol nem o visual das jangadas que enfeitam o horizonte e abastecem as mesas dos restaurantes com frutos do mar de paladar inigualável.

As compras

Seguindo a rotina dos viajantes sai uma tarde, em Fortaleza, para comprar algumas lembranças para pessoas de minha relação pessoal dirigindo-me para uma avenida comercial onde, em uma loja, adquiri miudezas com o custo total somando R$ 45,78 (com os descontos). Entreguei uma nota de R$ 50 e mais R$ 0,80 dizendo para a vendedora que só queria os R$ 5 de troco e que não precisava procurar os R$ 0,02 centavos restantes.
A moça ficou me olhando, nitidamente constrangida com aquela aritmética elementar e acabou chamando a gerente que tentou, em vão, explicar a tabuada contida naquela transação comercial. Como não é fácil ensinar música para surdos, a própria gerente me deu o troco e deve ter passado o resto da tarde explicando soma e subtração. Esse episódio triste é o retrato da educação básica no Brasil e como um fato similar havia ocorrido aqui em Manaus, resolvi resgatar uma história enviada por uma amiga internauta de Minas Gerais, que derrama ironia sobre o ensino da matemática no Brasil ao longo dos anos.

Prova de matemática

Em 1960: Um carvoeiro vendeu uma carroça de carvão por R$100. O custo da produção foi 4/5 do preço da venda. Qual foi o lucro?
Em 1970: Um carvoeiro vendeu uma carroça de carvão por R$100. O custo da produção foi igual a 80% do preço da venda. Qual foi o lucro?
Em 1980: Um carvoeiro vendeu uma carroça de carvão por R$100. O custo da produção foi R$80. Qual foi o lucro?
Em 1990: Um carvoeiro vendeu uma carroça de carvão por R$100. O custo da produção foi R$ 80. Escolha a resposta que indica o lucro:
( ) R$ 20; ( ) R$ 40; ( )R$60; ( ) R$ 80; ( ) R$ 100.
Em 2000: Um carvoeiro vendeu uma carroça de carvão por R$100. O custo da produção foi R$ 80 e o lucro foi R$ 20. Está certo?
( ) Sim; ( ) Não.
Em 2008: Um carvoeiro vendeu uma carroça de carvão por R$100. O custo da produção foi R$ 80. Se você consegue ler, coloque um X no R$ 20 para indicar o lucro.
( ) R$ 20.

A mulher

O segundo assunto homenageia as mulheres nesse Dia Internacional a elas dedicado e, para reverenciá-las, vou transcrever aqui um texto que li em uma vitrine de Shopping Center, se não me engano em São Paulo, muitos anos atrás. O cartaz dizia que:
“Existe mulher de peito e mulher sem jeito. Existe mulher sofrida e mulher bem sucedida. Existe mulher lamento e mulher de talento. Existe mulher sem idade e mulher saudade. Existe mulher de anel e mulher de bordel. Existe mulher silicone e mulher clone. Existe mulher coragem e mulher de primeira viagem. Existe mulher xerife e mulher patife. Existe mulher freira e mulher sexta-feira. Existe mulher raça e mulher pirraça. Existe mulher garra e mulher farra. Não importa de que jeito, para ser mulher é preciso ter peito”.
Para mim esse texto identifica algumas nítidas representações da personalidade feminina todas, de qualquer forma bravas lutadoras contra o ignóbil preconceito, independente do comportamento, da aparência, do grau de instrução ou da posição social. Por essa razão, a meu juízo, a melhor frase do cartaz é a última, porque para ser mulher vencedora em um país machista e discriminador, sem dúvida, é preciso ter peito.

Esta coluna é publicada na edição do final de sema

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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