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Dívida das empresas avançou 43,4%

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A alta do dólar pressionou o endividamento líquido das empresas brasileiras de capital aberto no terceiro trimestre deste ano. No período, a dívida das companhias cresceu 43,4%, ante terceiro trimestre de 2014, alcançando montante de R$ 1,026 trilhão.
Como grande parte das empresas listadas Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F Bovespa) ainda não possui contratos de hedge cambial (proteção), oscilações futuras do dólar podem influenciar ainda mais o endividamento das companhias, avalia Alexandre Wolwacz, sócio-fundador da Escola de Investimento Leandro & Stormer.
O número de R$ 1,026 trilhão, levantado pela empresa de informações financeiras Economatica, inclui o desempenho de 218 companhias de capital aberto, além dos balanços da Petrobras, Vale e Eletrobras. Retirando essas três da conta, a dívida líquida cai para R$ 487,34 bilhões, alta de 30,5% ante terceiro trimestre de 2014.
Para especialistas, o dólar é o principal fator de expansão do endividamento das companhias. De setembro de 2014 a setembro de 2015, por exemplo, a valorização do dólar frente ao real foi de 62,04%, saindo de um patamar de R$ 2,45 para R$ 3,97%, no período.
De julho a setembro deste ano, o câmbio também sofreu forte oscilação, indo de R$ 3,14 para R$ 3,96, valorização de 26,11% em relação a moeda nacional.
“Há um grupo grande de empresas listadas na Bolsa que não estão protegidas através de contratos de hedge, o que traz riscos para o desempenho delas. Pois, quando o dólar sobe, a dívida das companhias se eleva em proporção parecida. Em um momento em que as companhias estão produzindo menos em reais, o cenário se agrava. É preciso de mais reais para arcar com a dívida em dólar”, diz Wolwacz.
“Essa avaliação não inclui, entretanto, as empresas exportadoras, que já possuem dólar em seu fluxo de caixa”, acrescenta o especialista.
Para Wolwacz, o câmbio ainda é um risco para empresas, apesar da estabilidade deste trimestre. “Ainda que o câmbio esteja mais estável nesse mês, é importante que as empresas estejam protegidas para evitar maiores prejuízos no futuro. Há uma expectativa, por exemplo, de retorno da alta da moeda estrangeira no primeiro trimestre de 2016”, especula.

Estresse no mercado
Alexandre Espírito Santo, professor de finanças do Ibmec do Rio de Janeiro e economista da Órama, diz que qualquer estresse no mercado pode, de fato, pressionar mais o endividamento das companhias ainda neste ano.
Porém, avalia que a “grande oscilação” do dólar já passou e que, até o final de dezembro, a tendência é de estabilidade (alcançando R$ 3,80 em sua projeção). “Por isso, acredito que o grande prejuízo da variação cambial no balanço das empresas já ocorreu. O endividamento delas tende a se manter no mesmo patamar até o final do ano”, afirma.
“Contudo, um aumento da taxa de juros norte-americana ou um outro rebaixamento de nota de crédito do país, por exemplo, pode elevar o nível de endividamento das companhias, colocando em risco também o lucro das mesmas”, contrapõe o professor. Ontem, o dólar fechou em R$ 3,73.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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