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Dinheiro para começar: De onde tirar?

Quando o assunto é dinheiro tudo parece ficar mais complicado, não é mesmo? Ainda mais num período em que a maioria de nós, meros mortais, precisa se virar nos 30 para sobreviver a essa crise danada que se espalhou pelo país. Bom, antes de entrar no tema de hoje, gostaria de aproveitar que estamos falando de crise, para dizer a vocês que mesmo em uma economia incrivelmente estável, o seu negócio pode enfrentar dificuldades. Seja por problemas na gestão, capital investido errado ou dívidas crescentes por falta de controle, enfim se você não souber administrar corretamente, pode ser a melhor economia do mundo, e ainda assim, não vai funcionar.

E o que fazer quando você perceber que nada está dando resultado?

Aqui eu trago a importância do mindset, visto que não podemos falar em dinheiro sem mencionar a responsabilidade que envolve lidar com ele. Você já parou para pensar como reage diante das dificuldades?  “Lidar com dinheiro” pode ser traiçoeiro, você pode acabar em uma bola de neve (daquelas que vão descendo ladeira abaixo, ficando maior e incontrolável) e desejar nunca ter começado. Porém, vamos ser realistas, quem empreende sabe que existe o risco, só que costuma minimizar ou acreditar que nada de errado vai acontecer. Então vamos direto ao ponto, o quanto antes você engolir o choro e enfrentar o problema, menor será o prejuízo. E eu estou falando sobre isso porque se você digitar no google: “Como conseguir dinheiro para começar um negócio”, você encontrará algumas estratégias que não condizem em nada com a realidade do empreendedor brasileiro. Quer ver um exemplo?

Junte Dinheiro Durante um Tempo

Juntar dinheiro durante um tempo? O país em crise na saúde, na economia, donos de empresas sem capital para pagar funcionários, demitindo-os e fechando as portas. E tudo acontecendo do dia para a noite, você vai pensar o que? Se eu juntar não sei qual quantia, durante não sei quanto tempo, eu posso abrir sabe lá o que, sabe Deus quando? Falar em juntar dinheiro para quem está desempregado ou que ganha um salário que mal paga suas contas parece piada, não é? Porém, o importante aqui é a gente abrir a cabeça e pensar nas nossas possibilidades reais. O que realmente está ao nosso alcance para começar?

Procure Amigos e Familiares

Eu gosto dessa ideia. Porém, eu devolvi, mesmo que em suaves prestações mensais, todo recurso que peguei emprestado. E foi assim com todos com quem tive a oportunidade de negociar. Fiz investimentos que não deram certo e já passei 1 ou 2 anos, pagando os envolvidos pelo custo dos meus erros. Então se você está pensando em pedir dinheiro emprestado de amigos, parentes ou quem você tiver em mente, pense que aquela pessoa acreditou em você e no seu bom caráter e o fez na certeza de que teria o valor de volta. Foi uma demonstração de extrema confiança, portanto, pense bem antes de recorrer a esse meio. Caso seja sua única opção seja, honesto e justo.

Procure um Sócio

Eu particularmente, acho o lance de ter um sócio mais justo. Claro que levando em consideração todos os pontos que eu já mencionei em publicações anteriores sobre sociedade. Eu acho muito melhor você ter com quem investir, dividir os trabalhos, as despesas, e as dores de cabeça, mas também compartilhar os sonhos, as conquistas, o planejamento em conjunto visando o crescimento do negócio.

Sócio Investidor

Eu acho muito importante saber que precisa existir maturidade para entrar em sociedade com um sócio investidor. Maturidade do empreendedor, que precisa entender que, dependendo do caso, aquele sócio será apenas o dinheiro e maturidade do sócio investidor, que precisa saber que se este sócio não tem experiência, existe a possibilidade de erros, de obter um lucro menor do que o projeto apresentado e que o retorno pode levar anos, ou mesmo não acontecer. Minha opinião sobre sócio investidor é que esta figura é uma ótima opção quando entra no negócio para ser SmartMoney, um sócio mentor, que entenda do assunto, da área de atuação e acredite na sua ideia a ponto de colocar o dinheiro e acompanhar suas decisões comerciais até atingir o sucesso e reaver a soma investida.

Financiamento Coletivo

Algumas pessoas procuram plataformas de financiamento coletivo para contar a sua história, a sua ideia e tentar obter algum recurso para investimento. É como se fosse uma vaquinha coletiva em prol de uma ideia. Muita gente considera o financiamento coletivo um investimento, eu na verdade considero uma pré-venda. Porque geralmente, você ajuda com um valor x e adquire um produto antecipado de custo proporcional a sua doação. Acho que esse tipo de ferramenta seria um espetáculo se as pessoas entendessem como pré-venda e não como “ajuda”. Pensa comigo, você quer abrir uma hamburgueria e precisa de mil reais para começar e então, você coloca no financiamento coletivo a venda de 200 hambúrgueres para que as pessoas possam consumir a partir da inauguração da loja. Se eu certamente vou comer em qualquer outra lanchonete, por que não comprar um hambúrguer dessa loja que está precisando do meu capital para abrir as portas? Acho a ideia do financiamento coletivo incrível pena que seu funcionamento ainda não foi bem compreendido. Quem sabe com um bom pitch de vendas, você conseguirá tirar sua ideia do papel com a ajuda dessas plataformas?

Agências de Fomento ou empréstimos bancários

Esse é outro exemplo de blábláblá que não funciona para quem está iniciando. Hoje com o país quebrado e o índice de inadimplência do brasileiro altíssimo, dificilmente você, empreendedor que não tem nada, que não tem imóvel ou qualquer garantia de que esse dinheiro vai ser devolvido, conseguirá uma verba por financiamento ou empréstimo bancário. Claro que você pode montar o seu plano de negócios e ir atrás de qualquer uma das entidades, porque também nada é impossível, mas até pelo fato de ser um investimento novo, acho muito arriscado pegar dinheiro emprestado para investir em uma empresa que você não sabe se vai funcionar. Os juros, as parcelas e as preocupações que virão com elas podem acabar o seu ânimo de continuar no ramo.

Use o Dinheiro do Seu Cliente

Esse aqui é maravilhoso para prestadores de serviço. Se você é um trabalhador terceirizado, seja como contador, marceneiro, jornalista, maquiador, designer, professor, você pode fazer isso por conta própria. Então aqui, se você quer começar basta oferecer seu serviço com pagamento antecipado ou com 50% adiantado. O que pode começar como renda extra pode virar um ótimo negócio desde que você entenda que a sua melhor opção é sempre, como diz o ditado, “dar passos proporcionais ao tamanho da sua perna”.

Venda alguma coisa pessoal

Algumas pessoas começam vendendo seu carro, por exemplo. Um dia desses eu vendi meu Macbook e uma GoPro no OLX, por R$ 5.000,00. Foi direto para o bolso. Minha amiga vendeu o Iphone X dela e pegou R$ 3.200,00. É incrível o número de coisas que algumas pessoas têm em casa com alto valor e em vez de se desfazer, preferem dar a desculpa de que não tem aporte financeiro para começar. Faça uma limpa na sua casa e separe tudo que você não precisa, até roupas esquecidas no seu guarda-roupas podem virar seu capital inicial.

Pense em quem pode ser investidor, quem pode ser sócio, o que você pode vender para começar, que tipo de serviço você pode oferecer e receber pagamento imediato do seu cliente e assim vai. Muitas vezes a gente só precisa ter o pensamento correto e o ânimo para começar, o resto vem como consequência.

Foto/Destaque: Divulgação

Raquel Omena

é especialista em negócios digitais, editora da coluna Mais Empresárias
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