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Di Gregorio: “Mais responsabilidade, por estarmos em Manaus”

O Super Terminais se tornou o primeiro porto brasileiro a ser considerado um Green Port, com práticas de sustentabilidade reconhecidas. O Super Terminais é uma das três empresas que a família Di Gregorio possui na Região Norte atuando com logística e suprimento. Juntas, essas empresas geram mais de 800 empregos diretos, além de outros 1.500 indiretos. Estrategicamente posicionado, o Super Terminais opera cargas em contêineres, cargas de projetos e cargas soltas. Em entrevista ao Jornal do Commercio, Marcello Di Gregorio, diretor da empresa, falou mais sobre o Green Port e a atuação do Super Terminais, em Manaus.

Jornal do Commercio: O que significa ser considerado um Green Port, e qual a importância de ter sido o primeiro do Brasil a ter essa certificação?

Marcello Di Gregorio: Isso é extremamente gratificante, principalmente, por estarmos em uma região estratégica, mundialmente, na área ambiental. Sempre tivemos a preocupação com a sustentabilidade no nosso dia a dia, até que iniciamos um trabalho com a Fundação Vanzolini, referência na área de certificação. A partir dessa auditoria, a Fundação nos concedeu a certificação, nos tornando o primeiro Green Port, ou Porto Verde, do Brasil. Isso mostra que estamos no caminho certo para reduzir ao mínimo possível o impacto de nossa operação no meio ambiente.

JC: Por que você acha que o Super Terminais conseguiu essa certificação e outros portos do Brasil, muito maiores, não conseguiram?

MDG: A preocupação com a sustentabilidade é, ou deveria ser, um ponto chave na operação de todos os portos do Brasil e do mundo. O fato de estarmos na capital do Amazonas, nos coloca ainda mais responsabilidade nesse quesito. Investimos em equipamentos de alta tecnologia para reduzir emissão de CO2; desenvolvemos ações relacionadas à qualidade da água, para não afetar a fauna e flora aquática do rio Negro, bem como um programa de gestão que avalia de forma constante o gerenciamento de resíduos e de efluentes; fazemos o controle de vetores e a limpeza dos nossos reservatórios; monitoramos e controlamos ruídos e gerenciamos os riscos da atividade. Contamos ainda com um plano de emergência individual e de cargas perigosas. Incentivamos práticas sustentáveis entre nossos colaboradores e com a comunidade do entorno do Super Terminais, através de atividades de educação ambiental, como passeios com crianças em áreas de preservação e limpeza dos igarapés.

JC: Em que um porto pode ser prejudicial ao meio ambiente, e o que o Super Terminais faz para contornar, minimizar ou eliminar essas situações?

MDG: Todas as atividades que realizamos impactam de alguma forma o meio ambiente, por isso, é importante verificar formas de reduzir esse impacto. No caso de um terminal portuário, um ponto importante, é a questão da água. No Super Terminais possuímos uma estação de tratamento de efluentes orgânicos que despeja no rio água limpa, 100% tratada. Temos um plano robusto para contenção de acidentes e de possíveis vazamentos de óleo de navios. Mantemos essa estratégia para conter eventuais desastres ambientais, com brigada de incêndio e contratos com empresas especializadas e treinadas para prever ou conter com eficácia e rapidez nesses casos. Seguimos os protocolos de segurança da OMI (Organização Marítima Internacional).

JC: Descreva o Super Terminais e como funciona.

MDG: Hoje possuímos uma área alfandegada com 115.000m² e temos um projeto de expansão que adicionará mais 12.000m² de pátio, construído sobre o rio, além dos pátios estrategicamente localizados fora do terminal, que somam mais 120.000m² de capacidade de armazenagem. Esta capacidade foi construída com o tempo e a partir de investimentos planejados de acordo com a demanda. Atualmente nosso píer comporta até dois navios simultaneamente. Após a expansão prevista para o segundo semestre deste ano, atenderemos até quatro navios. Os navios que recebemos, em sua grande maioria, são oriundos da China e da Europa.

JC: Quantas toneladas de cargas entram e saem mensalmente no porto? Quais são os principais produtos importados e quais os exportados?

MDG: Entre importação e exportação, são movimentadas mais de 105 mil toneladas de cargas mensalmente. Na importação, recebemos principalmente insumos que abastecem as indústrias do Polo Industrial, e na exportação, madeira e minério.

JC: Quantas pessoas trabalham diariamente no Super Terminais entre funcionários e pessoal de outras empresas?

MDG: Diretamente empregamos mais de 400 funcionários, porém entre prestadores de serviço, fornecedores, carreteiros e despachantes que atuam aqui diariamente esse número chega a dobrar de acordo com a quantidade de navios atracados.

JC: Sobre os investimentos que o Super Terminais vem fazendo visando a sustentabilidade, os destaques seriam os guindastes elétricos e o terminal tractor?

MDG: Em 2021, iniciamos um ciclo de investimentos no valor de R$ 260 milhões utilizados na expansão do pátio de armazenagem em 12 mil m², ampliação do píer em 180 metros, e na compra de equipamentos de alta tecnologia, que além de mais eficientes, são mais sustentáveis. Em setembro de 2022, recebemos os três guindastes ESP10, 6ª geração, e um terminal tractor elétrico, de última geração, fabricados na Holanda e Alemanha, únicos desse tipo no Brasil. Para estas aquisições, destinamos cerca de R$ 68 milhões. Os três novos guindastes, que já estão em fase final de instalação, irão economizar 5.400 litros de combustível por ano. Já o terminal tractor é um veículo 100% elétrico destinado ao transporte e movimentação interna de contêineres. E não emite CO2 na atmosfera.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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