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Demanda por seguro-desemprego no Amazonas cai em junho

A demanda por seguro-desemprego no Amazonas caiu pelo terceiro mês seguido, em junho. A quantidade de requerimentos encolheu 12,66% de maio (5.963) para junho (5.208) de 2021, além de ficar 25,23% abaixo da marca de junho de 2020 (6.965) – mês do início do ciclo de reabertura dos segmentos fechados durante a primeira onda. Assim como no mês anterior, houve menos pedidos na primeira quinzena do mês (2.493), do que na segunda (2.715). Os dados são da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.

A maior flexibilização do atendimento presencial nos segmentos econômicos não essenciais e o Dia dos Namorados impactaram nas estatísticas das solicitações locais pelo benefício. Serviços lideraram a lista novamente, respondendo por 37,19% (1.937) dos registros. O comércio (28,44% ou 1.481) voltou à segunda posição, ficando novamente à frente da indústria (25,71% ou 1.339). Na sequência vieram construção (7,37% ou 384) e agropecuária (1,29% ou 67) – que foi a única atividade com número maior de pedidos, em números absolutos.

Os valores pagos no Amazonas superaram os R$ 32,21 milhões, no mês passado, sendo que o valor médio das parcelas foi de R$ 1.340,20 – em um total de 24.037 parcelas pagas localmente. Embora o número de beneficiados tenha sido menor, o montante foi 1,83% superior ao percebido em maio deste ano (R$ 31,63 milhões). No confronto com os números do mesmo mês de 2020 (R$ 38,10 milhões), a retração foi de 15,46%. 

A performance do Estado acompanhou a tendência da média nacional, com números mais fortes. O Brasil registrou 483.233 solicitações de seguro-desemprego, em junho de 2021, com decréscimo de 8,32% ante maio do mesmo ano (527.069) e redução de 26,02% em relação ao valor de 12 meses atrás (653.174). A despeito da queda na quantidade de beneficiados, os valores pagos em todo o país subiram 1,45% entre maio (R$ 2,76 bilhões) e junho (R$ 2,80 bilhões) e ficaram 21,35% aquém do dado de 12 meses antes (R$ 3,56 bilhões).

Idade e instrução

Apesar da estabilização da pandemia, 85,1% (em torno de 5.131) dos registros foram realizados pela web – contra 86% (5.131), no mês anterior. Assim como ocorrido em maio, a maioria esmagadora dos trabalhadores amazonenses que buscou seguro-desemprego pertencia ao sexo masculino, com 64,86% (3.378) das solicitações. As mulheres, por sua vez, responderam por apenas 35,14% (1.830) dos registros. Os números terem caído em ambos os casos, na comparação com maio – 63,98% (3.815) e 36,02% (2.148), respectivamente. 

Com 34,45% do total, a faixa etária que requereu mais formalizações pelo seguro-desemprego no Amazonas foi novamente a de 30 a 39 anos (1.794), seguindo a tendência dos meses anteriores. Em seguida vieram, praticamente empatados, os que já contavam entre 40 e 49 anos (20,87% ou 1.087) e aqueles que tinham de 25 a 29 anos (20,41% ou 1.063). Completam a lista os trabalhadores de 18 a 24 anos (15,17% ou 790), entre 50 a 64 anos (8,85% ou 461), 65 anos ou mais (0,25% ou 13). 

Em termos de grau de instrução, 74,81% dos solicitantes do benefício no Amazonas tinha ensino médio completo (3.896). Foram novamente seguidos de longe por aqueles que contavam com o superior completo (8,18% ou 426), fundamental completo (5,68% ou 296), médio incompleto (4,24% ou 221), fundamental incompleto (4,09% ou 213), superior incompleto (2,84% ou 148), ou eram analfabetos (0,15% ou 8). 

A faixa salarial predominante entre os trabalhadores amazonenses que pediram seguro-desemprego no mês passado foi novamente a que vai de 1,01 a 1,5 salário mínimo (45,89% ou 2.390). Em seguida, estavam os que ganhavam de 1,51 a 2 mínimos (19,18% ou 999), até 1 mínimo (16,13% ou 840) e 2,01 e 3 mínimos (11,37% ou 592). Os demais ganhavam de 3,01 a 4 mínimos (3,38% ou 176), entre 5,01 e 10 mínimos (2,03% ou 106), de 4,01 a 5 mínimos (1,63% ou 85) e acima dos 10 mínimos mensais (0,38% ou 20).

Mercado digital

O presidente do Sindecon-AM (Sindicato dos Economistas do Estado do Amazonas), Marcus Evangelista, não exclui os eventuais impactos do Programa Emergencial de Manutenção de Emprego e Renda nas estatísticas, mas considera que o crescimento do mercado digital traz inúmeras mudanças na realidade econômica do país e do Estado, e diz que isso tende a se refletir também nas na procura por seguro-desmprego e ambas a instâncias. 

“Pessoas estão trocando as lojas físicas pelas digitais e isso se reflete nas datas comemorativas, que são períodos em que as empresas contratavam diversos funcionários temporários para dar conta da demanda adicional de vendas. Como esse ano não ocorreram as contratações, não ocorreram também as buscas pelo seguro desemprego em números significativos”, avaliou.

O economista reforça, entretanto, que o Brasil ainda passa por um momento de ajuste diante do atual estágio da pandemia. “A confiança do consumidor deve avançar de fato só após a vacinação em massa. Enquanto isso, teremos picos de consumos sazonais, impulsionados pelas datas comemorativas, causando grande oscilação nos indicadores de desempenho. Já a imunização traz a expectativa de que a economia volte a aquecer e, consequentemente, as empresas comecem a recontratar novamente, fazendo com que as solicitações de seguro-desemprego diminuam”, finalizou.

Foto/Destaque: Divulgação

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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