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De gota em gota, Joyce expande disseminação do português

Evaldo Ferreira: @evaldo.am

Fotos: Divulgação

As redes sociais deram liberdade para que as pessoas expressassem seus pensamentos através da escrita. Como a ‘Caixa de Pandora’, da mitologia grega, começou a sair de tudo, de simples erros ortográficos a aberrações no tocante à língua portuguesa, mas, por que é importante se escrever corretamente o nosso idioma pátrio? Escrever sem erros, ou com o mínimo deles, transmite confiança e seriedade, além de conhecimento. Por isso, a prova de redação, nos vestibulares, Enem, Sisu e afins é a mais temida pelos candidatos e, numa entrevista de emprego, um texto escrito de forma correta pelo pretendente à vaga imediatamente chama a atenção do entrevistador. Pessoas que querem mostrar intelectualidade buscam sempre pelas palavras mais difíceis e pouco usadas. Até uma pontuação equivocada, ou faltando, pode alterar o sentido de um texto. Lembram daquela frase: ‘guerra não paz’? Sendo assim, uma palavra mal colocada, pode até criar animosidades. Voltando à ‘Caixa de Pandora’, a esperança permaneceu lá dentro dela e, ao que tudo indica e a sabedoria popular informa, é a última a perecer, por isso, de gota em gota, qualquer pessoa pode aprender a falar e escrever sem erros, a ponto de não espoliar nossa língua mater. É o que pretende, há quatro anos, a revisora profissional Joyce Tino, com sua coluna semanal publicada no Jornal do Commercio, sempre às quintas-feiras, ‘Português em gotas’, onde ensina o português quase da mesma forma como aprendemos ainda crianças, de maneira simples, fluida, bem-humorada, apostando em dicas rápidas de língua portuguesa, sempre embasadas em fontes de fidedignas. Objetivando atingir um público ainda maior, e exatamente aquele que prefere as redes sociais ao jornal impresso, Joyce estreou nos canais digitais do JC, Facebook, Instagram e YouTube o streaming homônimo ao de sua coluna que, também vai ao ar às quintas-feiras.

“Minha ideia é que em breve tenhamos um podcast onde eu possa interagir com os meus seguidores de maneira mais próxima”, avisou.

Revisora gramatical

Há 25 anos Joyce é servidora de carreira do TJAM (Tribunal de Justiça do Amazonas) e há 14 anos é revisora gramatical dessa instituição. Desde 2018, atua nessa mesma área na assessoria de Comunicação Social do TJAM. Embora pouco conhecida, a profissão de revisor de textos é muito relevante, mesmo para os grandes escritores, que podem cometer falhas ao escrever um livro. Mas o revisor vai além dos escritos literários, ele também busca erros em trabalhos acadêmicos, publicações científicas, jornais, conteúdos da web, isto é, o que não falta é trabalho.

“Sou tão obstinada para conseguir um texto escrito sem erros de português que uma vez revisei até bula de remédio”, brincou.

Quando, há sete anos, Joyce criou o título, ‘Português em gotas’, para as suas redes sociais e, três anos depois, utilizou em sua coluna no JC, seu pai disse-lhe logo para registrar o nome no Inpi (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), e assim ela fez, sendo detentora da marca.

“Ensinar, dessa forma, em gotas, é um método que já existe, criei, no entanto, eu criei e registrei o nome. Por que em gotas? Hoje, com a agilidade do mundo e as pessoas sendo ‘bombardeadas’ com tantas informações, geralmente ninguém mais dispõe de tempo para ficar horas lendo um texto extenso, então, em gotas fica bem mais fácil entendê-lo, decodificá-lo”, pontuou.

Com sua experiência de 12 anos revisando gramaticalmente, Joyce afirmou que há possibilidade em haver erro (s) em textos revisados no que pertine à gramática. Dessa feita, 100% de acerto na grafia é difícil de se alcançar, mas não impossível. A educadora sinaliza que procura lograr sempre 100% de acerto, essa é sua meta diária.

“A pressa é o nosso principal algoz. Se o autor do texto mostra-se com pressa, açodado, fica complicado ler tudo e não deixar passar algum erro. Por isso, a maioria das editoras dispõem de um corpo revisional, com vários revisores lendo um mesmo livro. Não tem como um único revisor ficar lendo esse livro várias vezes”, revelou.

O lado escritora

Há dois anos, Joyce enveredou para a literatura e lançou seu primeiro livro ‘Português em Gotas’, que já está com o volume dois prontinho e devidamente ilustrado, aguardando o momento de ser editado e lançado. Em março deste ano a escritora ‘voltou a atacar’ e presenteou seus leitores com o livro de contos ‘Gotas para sonhar’, direcionado para o público infantojuvenil, mas que já está encantando outras faixas etárias. Esse livro de contos também já está com o volume dois escrito só aguardando o momento oportuno para sair do forno.

“Agora estou pensando em transformar em livro os 174 artigos que, até então, tenho publicados no Jornal do Commercio. Dá até para lançar dois livros”, revelou.

Enquanto isso, com seus textos no JC impresso, digital e no seu programa nos canais da web do jornal, Joyce tenta levar conhecimento através de suas gotas, como aquele passarinho que enchia o pequeno bico com a água de um rio tentando apagar o incêndio na floresta. Impossível conter as chamas, mas ele estava fazendo a sua parte. A articulista tem saciado a sede de conhecimento de muitos por meio das gotas. Diante de um número cada vez maior de jovens e de analfabetos funcionais que não sabem ler, escrever e/ou interpretar um conteúdo escrito corretamente, Joyce faz a sua parte.

“Tanto no jornal quanto no streaming ensino a maneira correta de utilizar o português, bebendo na fonte do nosso cotidiano e dando um toque de humor, assim como mostrando que, de uma forma divertida, ilustrada, objetiva e sucinta você aprende sem perceber. Não há quem não entenda”, afirmou.

A coluna de Joyce Desideri Tino pode ser lida todas as quintas-feiras no Jornal do Commercio, mesmo dia em que o streaming vai ao ar durante, aproximadamente, 15 minutos nos canais digitais Facebook e YouTube. 

“Portanto, continua falando e escrevendo errado somente quem assim quiser”, finalizou.

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Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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