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Procura por autotestes em alta

Andréia Leite

Insta: @andreia-leite   Twitter: @JCommercio

Muitos amazonenses estão comprando os autotestes e procurando o serviço de testagem rápida para detectar a Covid-19 nas farmácias da capital. Em algumas drogarias representa crescimento 30% maior somente no mês de junho em comparação a maio. 

De acordo com a coordenadora farmacêutica da rede Santo Remédio, Sabrine Cordeiro, nas duas últimas semanas, a demanda quase que dobrou. “No que se refere a procura por testes rápidos para Covid-19 em junho já registra crescimento de mais de 50% na comparação com maio. Sendo que, nas duas últimas semanas, a demanda quase que dobrou.  Sobre a positivação dos testes, a rede Santo Remédio tem registrado neste mês de junho, em média, 22% de casos positivos em relação ao número de testes realizados”, detalhou.

Com relação ao abastecimento, a rede  informa que está reforçando seus estoques para qualquer eventual demanda emergencial. O acompanhamento é feito diariamente.

O autoteste de covid-19 realizado pela rede é vendido por R$ 48,99, embalagem individual, a embalagem com três unidades custa R$ 119,99.

O gerente regional de operações da farmácia Pague Menos, Edixardson Ferreira, disse que o  aumento nas vendas de autoteste para Covid-19 foi de 1,150% em junho comparado com o mês anterior. “Todas as unidades da rede têm disponibilidade do produto e também possuem os testes de Covid-19 feito por farmacêuticos e com laudo no Clinic Farma”. 

Conforme a empresa, o autoteste pode ser realizado em duas situações: para pessoas com sintomas gripais, do 1º ao 7º dia do início dos sintomas; e para indivíduos sem sintomas, a partir do 5º dia de contato com o paciente infectado com covid-19. De acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), este tipo de teste não deve ser feito para definição de diagnóstico, pacientes com graves sintomas, comprovação de exame negativo em viagens internacionais e afastamento laboral.

Desde o início da pandemia, as drogarias do país têm sido parceiras na função de testagem de contaminação da doença.

Com a resolução RDC N° 377, de 28 de abril de 2020, expedida pela Anvisa, o paciente que quiser realizar o autoteste em casa pode fazê-lo em caráter excepcional e temporário. 

Assim, qualquer cidadão pode comprar um deles em farmácias e drogarias autorizadas pela vigilância sanitária para vender esses itens e fazer a testagem por conta própria. Porém, se a pessoa precisar de um laudo para uma viagem ou para fazer uma cirurgia, por exemplo, terá que agendar um exame com um profissional habilitado.

Lembramos que os testes podem acabar sendo vendidos para clínicas licenciadas ou para comércio varejista de artigos médicos. E-commerces e plataformas que façam a venda “por fora” estão agindo ilegalmente, correndo o risco de vender um produto falso.

Vale lembrar que o autoteste comercializado pela Santo Remédio, por exemplo,  tem um QR Code, disponibilizado pelo fabricante, com um tutorial explicando como fazer o procedimento, que é bem simples.

O atendente de uma drogaria ouvido pelo Jornal do Commercio, afirmou que o estabelecimento tem vendido uma média 9 unidades do autoteste  por dia . “A busca está bem significativa e  deve aumentar, pois muita gente voltou do Festival de Parintins com sintomas do vírus”, frisou Neto Nunes. 

Confiabilidade

Em meio a uma possível quarta onda da Covid 19, a busca pelo autoteste disparou. À Rede Brasil Atual, o epidemiologista da Fiocruz  (Fundação Oswaldo Cruz) destacou que a principal vantagem do produto é que o teste pode ser feito em casa, com resultado após 15 minutos. Assim, o paciente que testou positivo deve iniciar imediatamente o período de isolamento, de modo a evitar a transmissão da doença para outras pessoas. Mas, da maneira como está sendo usado no Brasil, o procedimento também traz problemas.

Isso porque os autotestes não foram incorporados ao SUS, o que praticamente inviabiliza o acesso para a população mais pobre. Outro erro grave é que não há uma ferramenta disponível para computar oficialmente os resultados obtidos dentro das casas das pessoas. Dessa maneira, é praticamente consenso entre os especialistas que os autotestes vêm contribuindo para a subnotificação dos casos de covid-19 no Brasil.

“As propriedades técnicas (sensibilidade e especificidade) dos autotestes variam de acordo com o fabricante. No entanto, o maior dos problemas pode não ser exatamente a “confiabilidade” ou o preço dos autotestes e, sim, a forma como o teste é manuseado. Isto inclui a forma de coleta da amostra e a interpretação correta do resultado do teste. Ademais, não se avalia apenas o resultado que aparece na placa do teste, mas também a seu significado no nível individual, avaliando o contexto de exposição da pessoa testada, sintomas e data de início dos mesmos e tantos outros que só um trabalhador de saúde habilitado pode fazer de forma segura”. 

Registros

Na última quarta-feira (29), as autoridades de saúde do Amazonas emitiram um comunicado de risco alertando sobre o aumento na média diária de casos de Covid-19 no estado. Conforme o documento, nos últimos 14 dias, de 14 a 27 de junho, o número de casos confirmados passou de 26 para 123. Somente ontem foram 222 novos casos. 

No interior, o aumento na média diária foi de 8 para 20 casos diários. A capital do estado tem 62% dos casos registrados nesses últimos dois meses.

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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