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Consumo de vinho ganha força no Brasil e no Amazonas

Consumo de vinho ganha força no Brasil e no Amazonas

A pandemia ajudou a aumentar o consumo de vinhos no Brasil neste ano. De janeiro a setembro o crescimento foi de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, número nunca conseguido antes. Foram 2,68 litros per capita contra 2,13 litros no ano passado. E ainda falta computar o último trimestre, quando as vendas e o consumo da bebida devem ter um novo boom impulsionado pelas festas de fim de ano.

“O importante nesses números é acrescentar que o vinho é um alimento e deve ser consumido não só em datas comemorativas mas, sobretudo, no cotidiano das pessoas, desde que consumido em doses adequadas. Uma taça de vinho por dia à refeição é um bom ponto de equilíbrio. Na Europa o vinho é considerado um alimento nutracêutico (suplemento alimentar que contém em sua composição compostos bioativos e pode, inclusive, ser utilizado como forma de complementar o tratamento para alguma doença). Seus inúmeros benefícios para a saúde já foram demonstrados em diversos estudos e pesquisas em diferentes países”, falou Dayane Casal, CEO da Bacozon.

Dayane é presidente da CAV-AM (Confraria Amigas do Vinho/Seção Amazonas), veterinária, e apaixonada pelo mundo da bebida de Baco. Na última década visitou 27 países degustando vinhos e conhecendo a fundo diversos terroirs vínicos. Nos últimos três anos dedicou mais de 15 mil horas ao aprendizado dos vinhos e da cultura vínica, através de contatos com produtores da bebida, enólogos e grandes especialistas sobre o assunto.

Dayane Casal, na última década, visitou 27 países degustando vinhos e conhecendo a fundo diversos terroirs vínicos

“Meu objetivo é fomentar a enriquecedora cultura vínica no Brasil, sobretudo na região amazônica, e criar um intercâmbio entre produtores e consumidores, contribuindo para o aumento da eno cultura no mundo”, disse.

Sobre espumantes

Para as comemorações do Natal e do Ano Novo, Dayane explicou como identificar o melhor espumante e como ‘estourar’, de maneira correta, a tampa da garrafa.

“O espumante é um vinho fantástico, conhecido pelas suas famosas ‘perlages’, palavra francesa que significa colar de pérolas. Essas lindas bolhinhas causam um verdadeiro encanto e já podem dar indícios da qualidade do vinho. Espumantes com qualidade superior apresentam ‘perlages’ bem fininhas, persistentes, formando um cordão e uma coroa”, ensinou.

E outros países também têm o costume de ‘estourar’ a rolha do espumante. O que difere no Brasil são as pessoas que o abrem de qualquer maneira.

“Devido ser um verdadeiro charme desse estilo de vinho, o espumante não deve ser sacolejado ou balançado para se abrir, pois assim diminui a intensidade e persistência das ‘perlages’ em sua taça e também para evitar o desperdício de quantidades significativas do produto quando aberto de maneira incorreta”, completou.

Para Dayane, apesar de o espumante estar associado a comemorações e festas, a bebida pode ser consumida em qualquer momento, principalmente em dias quentes, sendo uma excelente opção para refrescar o dia a dia das pessoas.

“É um vinho muito versátil para harmonizar com vários alimentos, refrescante e altamente elegante”, lembrou.

Quanto à temperatura, os vinhos devem ser consumidos ao natural ou gelados? Dayane tem a resposta.

“Essa é sempre uma dúvida das pessoas que estão iniciando no mundo dos vinhos. Há diversos estilos de vinhos e cada um tem a sua temperatura ótima de serviço. A grande maioria dos produtores já coloca essa informação nos rótulos das garrafas, para facilitar a vida do consumidor”, informou.

De acordo com a ceia

Há tipos de vinho para tomar antes da ceia, durante a ceia e até para depois da ceia, mas Dayane diz que há uma regra a ser seguida pelo anfitrião. 

“É sempre uma grande dúvida das pessoas: o que servir nesse dia tão especial do ano para os cristãos? A primeira regra a ser seguida pelo anfitrião é tentar conhecer o gosto dos convidados, afinal de contas é de bom tom agradar as visitas”, avisou.

A especialista preparou uma lista com sugestões de vinhos para os vários momentos da ceia de Natal e do Ano Novo.

Aperitivos

Espumantes (Cave Geisse, Vistamontes, Quinta do Ortigão, Quinta dos Abibes, PGA);

Drink com vinho do Porto ‘Porto Tonic’ (Porto Dry White, Vasques de Carvalho);

Vinho do Porto para aperitivo

Prato Principal 

Dependendo do menu escolhido há uma infinidade de sugestões.

Peru/chester (Marchand Grillot L’Insolite – Borgonha/França) 

Bacalhau (Quinta dos Abibes Sublime – Bairrada/Portugal)

Tender/suíno (S.A Prum, Riesling do Vale do Mosel – Alemanha)

Carne bovina (Forte Masso, Barolo Riserva 2013 – Itália)

Sobremesas

Colheita Tardia (Puklavec Seven Numbers Traminer) 

Ice Wine (Bodega Gil Berzal) 

Vinho do Porto (Vasques de Carvalho, Tawny 10 anos)

Botritizado (S.A Prum Riesling 1998)

“Há um relativo consenso no mundo dos vinhos, de que não adianta fazer um vinho excepcional tecnicamente se o consumidor não gostar, portanto penso que a frase utilizada por muitos: ‘o melhor vinho é o que você gosta’, é muito verdadeira, afinal de contas cada pessoa decide o sabor que lhe agrada mais e esse necessariamente poderá não ser o sabor do vinho mais caro”, concluiu.

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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