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Consumo de bens industriais amarga queda, diz indicador Ipea

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A indústria brasileira reduziu o ritmo de compras dos insumos industriais em junho, em especial os importados, conforme pesquisa do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), divulgada essa semana. Lideranças do PIM ouvidas pelo Jornal do Commercio estranharam o número e avaliam que dificilmente o nível de atividade industrial sofrerá abalo semelhante.

O Indicador Ipea de Consumo Aparente de Bens Industriais, definido como a produção industrial descontadas as exportações e acrescidas as importações, recuou 0,5% entre maio e junho. Enquanto a demanda interna por bens nacionais cresceu 0,2% em junho, as importações de bens industriais caíram 1,6%. 

Frente a junho de 2018, houve retração de 6,8%, resultado abaixo dos números globais de desempenho da produção industrial (-5,9%), mensurada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar do resultado, o segundo trimestre deste ano registrou alta de 0,7%. A mesma base de dados aponta altas para o Amazonas na comparação com maio de 2019 (+1,8%) e com junho de 2018 (+ 5,4%).

Na análise das grandes categorias econômicas – bens de capital, intermediários e de consumo –, mais uma vez a primeira foi a única com resultado positivo (+0,5%) entre maio e junho. O destaque negativo veio de bens de consumo duráveis (-4,6%). A categoria de bens de capital também foi a única a observar crescimento na comparação com junho do ano anterior (+3%).

De um total de 22 segmentos, oito tiveram crescimento em relação na passagem de maio para junho. Entre aqueles com peso relevante, os segmentos “produtos de metal” e “farmoquímicos” avançaram 2,8% e 2,7%, respectivamente. 

Na comparação com junho de 2018, apenas três divisões da indústria nacional alcançaram alta, principalmente “produtos de metal” (+7,8%). O subsetor de “veículos” (-12,1%), por outro lado, sofreu o maior abalo negativo no levantamento do Ipea. 

Logística e câmbio

O vice-presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Nelson Azevedo, atribui a retração no nível de compras de insumos das empresas a um excesso de estoque nas linhas de produção fabril, mas não descarta a hipótese de que o câmbio tenha influenciado no aumento das aquisições dos produtos nacionais em detrimento de importados.

“As empresas tinham que desovar estoques, daí a necessidade de reduzir as compras. Infelizmente, a logística marinha não permite o pleno uso do just in time nas indústrias, sem risco de faltar insumo para a produção. Não creio que a atividade vai cair nos meses seguintes. Temos tido resultados tímidos nos últimos meses, mas eles são consistentes. Quanto ao câmbio, vamos ver o que dizem os números dos meses seguintes”, ponderou.

No entendimento do presidente da Aficam (Associação das Indústrias e Empresas de Serviços do Polo Industrial do Amazonas), Mario Okubo, a variação negativa nas compras de partes e peças para a produção se deve mais a um fator sazonal e não interfere na trajetória ascendente da produção industrial – em especial a do Amazonas.

“Tivemos um número menor de dias uteis em junho, que também é um período de preparação para as férias, no mês seguinte, para todos os setores. Teremos uma recuperação dos números já em julho e a tendência do semestre ainda é de alta”, encerrou.  

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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