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Construtoras ameaçam demitir grevistas

O Sinduscon/AM (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Amazonas) ameaçou demitir os trabalhadores que aderirem à greve do setor, caso o movimento seja considerado ilegal pela Justiça. O ultimato foi dado pela entidade ao Sintracomec (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Amazonas), em reunião realizada na sede do sindicato patronal, na sexta-feira,16.
Foi a quarta vez em que as partes se sentaram para tentar chegar a um acordo sobre o reajuste da categoria e, mais uma vez, não se chegou a um denominador comum. As empresas, que antes não aceitavam dar mais de 1% de ganho real sobre o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), resolveram oferecer 1,5% desta vez. O Sintracomec não abriu mão da proposta original de 2,5% e prometeu manter a ‘operação tartaruga’ nos canteiros de obras da região, estratégia utilizada pelo sindicato desde o dia 8 de julho. Uma nova reunião foi marcada para a próxima sexta-feira, 23, data que coincide com a aguardada decisão do dissídio, na Justiça do Trabalho.
Dentre as reivindicações sociais reivindicadas pelo Sintracomec, a sexta básica ficou para ser discutida só em janeiro do ano que vem. Na próxima reunião serão discutidos temas itens como, adiantamento quinzenal, água potável, financiamentos de remédios e hora noturna reduzida.
Conforme o Sintracomec, a paralisação de sexta atingiu 30 canteiros de obras da capital amazonense das construtoras Capital, Paradiso, Direcional e Aliança. O movimento teria sido encampado por 10.000 trabalhadores do setor. No mesmo dia, os operários fizeram uma caminhada para chamar a atenção da sociedade manauense.

Condições de alimentação

O presidente do sindicato trabalhista, Roberto Bernardes informou que propôs ao Sinduscon/AM, melhores condições de alimentação nos canteiros de obras, no lugar da quentinha –servida quase sempre fria, segundo ele. O presidente do Sintracomec acusou as empresas ainda de contratar menores para trabalhar nas obras.
O vice-presidente do sindicato patronal, Frank Souza, respondeu que não tem conhecimento de tal notícia e definiu a greve como sendo um ato político. Por outro lado, o dirigente e o advogado da entidade, Arthêmio Wagner, disseram que a categoria não está informada quanto ao que esta sendo discutido nas reuniões com seus representantes, uma vez que a distância entre as propostas patronal e laboral é de apenas 1%.
Os representantes dos empresários da construção civil disseram que aderiram a quatro cláusulas sociais por considerar a decisão importante para o bem estar do trabalhador, mas salientaram que o aumento de 1% vai representar apenas de R$ 15 a R$ 20 no salário.
O advogado Arthêmio Wagner disse que não acredita que o trabalhador saiba que será acrescentada em seus rendimentos apenas essa quantia. “O trabalhador não sabe também que, se a greve for julgada ilegal, podem ser descontados os dias não trabalhados e há o perigo de ele perder o emprego”, finalizou.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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