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Consórcios tem ampla adesão no Amazonas

Em ritmo bastante acelerado de adesão aqui no Amazonas, a procura por consórcios teve um aumento expressivo em 2020.  De acordo com a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), com o percentual de crescimento de 31% o resultado figura como o maior em todo país. Na mesma esteira, os números de contemplações  chegaram a 7,6% no Estado, repercutindo entre o quinto melhor resultado se comparado à média nacional  com queda de 1,6%. 

Em  Manaus, algumas administradoras que trabalham com a modalidade afirmam que a procura é significativa. “O aumento é observado, pelos dados que são enviados às concessionárias mensalmente, clientes que hoje tem buscado se planejar em sua compra, com objetivo de retirada do seu bem com parcelas menos agressivas que as do modo de financiamento e com maiores facilidades”, afirma a vendedora de consórcios Gleice Martins. 

De acordo com ela, o segmento de consórcio de motos que ela atua, já entregou mais de 5 milhões de motos. Esse comportamento, vai na direção dos dados da Abac ao apontar no levantamento que cerca de  17.416 pessoas foram contempladas.

“Porém  ele é  flexível, o cliente hoje pode optar pelo numerário,  pegar a moto ou usar a carta de crédito. O cliente escolhe, e na maioria das vezes ele escolhe a moto”. Ela ressalta que o consórcio é uma poupança forçada, disciplinando o cliente a poupar. “O consórcio é flexível, se encaixa de acordo com a parcela que o cliente pode pagar, isso é um diferencial”. 

A empresa Norte Consórcio que possui um portfólio na modalidade para vários segmentos atribui a crescente demanda as taxas baixas de juros que diferente dos bancos tradicionais, são bem atrativas. “O nosso cliente não quer pagar um juros alto por meio de financiamento bancário, automaticamente ele  corre para outro tipo de proposta aí entra os consórcios onde a taxa chega a ser dez vezes mais baixa”, detalha o proprietário da empresa, Carlos Adamilton.

Sobre a observação do mercado ele avalia que durante a pandemia as instituições financeiras burocratizaram o crédito, já a modalidade de consórcio não. É um autofinanciamento. “A gente observa um volume muito grande de pessoas que estão se programando para comprar um bem e isso reflete positivamente no diferencial do nosso negócio”.  Para ele, o  consórcio surge como alternativa de vantagem, porque o cliente  consegue se programar e não deixa de ser uma poupança. 

Mercado ativo 

Para o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi, a atipicidade verificada na economia brasileira em 2020, provocada pela pandemia da Covid-19, propiciou mudanças de comportamento das pessoas e das atividades em geral.

“O estado do Amazonas é parte do comportamento nacional que, em 2020, apresentou volumes acumulados de vendas e contemplações que surpreenderam, depois da ansiedade dos primeiros meses”.

Outro aspecto verificado no comportamento dos consumidores foi a comparação dos benefícios do Sistema de Consórcios frente às baixas remunerações oferecidas pelos investimentos financeiros.

Ao lembrar que os consórcios completarão 60 anos no próximo ano, 2020 foi o ano em que houve quebra de recordes históricos de participantes ativos em dezembro com 7,83 milhões, incluindo o Amazonas e os demais estados. Foi 6,7% superior aos 7,34 milhões obtidos naquele mês de 2019.

Entre os seis setores onde o mecanismo está presente, todos anotaram crescimentos: eletroeletrônicos e outros bens móveis duráveis, com 80,9%; serviços, com 51,3%; veículos pesados, com 13,4%; motocicletas, com 5,9%; imóveis, com 5,5%; e veículos leves, 4,4%.

Somente no ano passado, o Estado concentrou a venda de ao menos 59.475 cotas de consórcios, facilitando contratos para aquisição de imóveis, veículos (leves e pesados), motocicletas, equipamentos eletroeletrônicos, máquinas agrícolas e serviços. 

Rossi avalia que o Sistema de Consórcios é o mecanismo que melhor se identifica com a essência da educação financeira, especialmente por fomentar o planejamento, conscientizar sobre a importância de controlar as compras por impulso, evitando o imediatismo do consumo e os endividamentos excessivos. Enfim, somente assumir compromissos na aquisição de bens ou na contratação de serviços dentro da capacidade financeira.

“Ao registrar constante crescimento, passado um ano do início da pandemia, o mecanismo tem impactado consumidores com vários tipos de planos para aquisição de bens ou contratação de serviços e provocando mudanças de comportamento”. 

Além disso, ao despertar a importância de suas características, os consórcios procuram apresentar vantagens em, inicialmente, analisar e planejar futuros compromissos, destacando evitar decisões como a do imediatismo de consumo ou a contratação de novos endividamentos, sempre dentro da boa gestão das finanças pessoais.

“Os consumidores têm avaliado também as rentabilidades dos investimentos financeiros. Contudo, face à baixa rentabilidade oferecida, muitos têm optado pelo investimento econômico ou patrimonial, possível a partir da adesão aos consórcios de imóveis e veículos, entre outros”, avalia o  presidente executivo da instituição, Paulo Roberto Rossi.

Juros menores

Atualmente a média de juros do consórcio de imovel chega a  0,1055% ao mês. Pelo  banco esse financiamento gira em torno de 0,91% ao mês.  Quando se trata de consórcio de automóvel a taxa praticada é de 0,23% mensal em 80 ou até 120 meses. Quanto ao financiamento de automóvel, o prazo máximo é 60 meses com juros de 2,20%.

Nacional 

Na média nacional, as contemplações reduziram 1,6%. O crescimento ocorreu em 12 estados: Pará (+17,8%), Roraima (+13,3%), Maranhão (+11,7%), Amapá (+7,7%), Amazonas (+7,6%), Acre (+7,4%), Sergipe (+6,2%), Rio Grande do Norte (+2,8%), Paraná (+1,1%), Espírito Santo (+1%), Bahia (+0,4%) e Distrito Federal (+0,1%).

Região Norte

Na análise percentual, a região Norte liderou o crescimento entre cotas vendidas, registrando elevação de 22,6%, totalizando o fechamento de 358.450 contratos.

As contemplações baixaram em quatro regiões, mas cresceram 9,5% no Norte, que concentrou mais de 10% do total de contemplados. A região contabilizou 130.106 contemplações no último ano.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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