Pesquisar
Close this search box.

Concessionárias amargam tombo de 17,19% em março

Pelo visto, as restrições de crédito atrapalharam as vendas do comércio amazonense de veículos automotores em março. Segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), o segmento sofreu um recuo de 17,19% no terceiro mês do ano, ante igual mês do ano anterior.
Um dos grandes motivadores da variação foi a ausência do desconto na alíquota do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), concedida pelo governo federal até março de 2010. O economista e consultor empresarial, José Laredo, fala que toda redução de consumo tem seu efeito na economia, diminuindo a arrecadação e a geração de empregos. “O estímulo do IPI é muito forte. Sem ele, o comércio sente o baque”, analisou.
As concessionárias de automóveis foram as primeiras a notar este reflexo. Com uma fatia de 39,83% do total registrado no mês (5.243), o segmento apresentou retração de 26,19% quando comparado as 3.085 unidades vendidas no ano passado.
Marcos Vasconcelos, gerente de vendas da Garcia Veículos, revendedora da linha Chevrolet, comenta que a alta na taxa de juros, assim como os reajustes no financiamento, facilitaram a queda de 30% nas vendas da concessionária. Contudo, ele ressalta que a diminuição já era esperada, por isso o estoque da loja foi reduzido.
O gerente da Via Marconi, Antônio Carlos Lima, salienta que em relação a fevereiro o desempenho da marca Fiat foi 31,4% maior, enquanto o da concessionária foi 25%.
Com relação a março do ano passado, a variação na Via Marconi foi negativa em 22%. Entretanto, ele garante que a performance é favorável para a empresa. “Foi um mês atípico, por isso o valor é mais do que adequado”, destacou.

Duas rodas

O ‘coice’ de março não se restringiu a um único segmento e veículos. A venda de comerciais leves também sofreu queda ao anotar apenas 933 veículos, enquanto este número era 21,33% superior em 2010. O setor de duas rodas foi outro prejudicado, em virtude do volume 4,05% menor que o assinalado em março antecedente (1.903 motocicletas).
Somente os mercados de ônibus e caminhões conseguiram uma performance positiva no mês de março. De acordo com informações da Federação, as vendas subiram 30,19% e 32,69%, respectivamente.
Já no acumulado, além das empresas destes dois modelos, as de duas rodas também tiveram um bom desempenho, pois mantiveram quantias positivas em confronto ao mesmo mês do ano passado. Os três exemplos alcançaram variações na faixa de 16,96% (caminhões), 44,74% (ônibus) e 22,25% (motos), concomitantemente.
Além do mais, na soma do trimestre os algarismos foram mais animadores e resultaram em uma leve ultrapassagem. As 13.767 unidades no recente acumulado, em confronto as 13.737 de 2010, motivaram a subida de 0,22% nas vendas.

Lojistas de Manaus esperam números ainda piores em abril

Em Manaus, responsável por 83,06% de todas as unidades vendidas no Estado, ao mesmo tempo em que o comércio obteve uma variação negativa de 22,04% na comparação mês a mês, também foram armazenados dígitos 8,20% menores no primeiro trimestre, com 10.680 veículos vendidos este ano contra 11.634 em 2010.
Para o mês de abril, o representante comercial da Garcia Veículos esclarece que o período já é naturalmente reduzido. “Se nós vendemos apenas 200 carros em março, é provável que em abril este valor seja de apenas 140”, avaliou.

Termômetro de mercado

Marcos Vasconcelos fala que o comércio de automotores é o termômetro do mercado. Então, possivelmente, o governo deve bolar alguma estratégia para desenvolver o setor.
Com a mesma opinião, o economista José Laredo afirma que o governo tem tomado medidas para conter a inflação, mas ele não esquece de manter o ‘olho bem aberto’ quanto a questão do desenvolvimento.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
Compartilhe:​

Qual sua opinião? Deixe seu comentário

Notícias Recentes

Pesquisar