Ao contrário dos números da indústria divulgados recentemente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o comércio varejista do Amazonas ainda apresenta bons resultados, de acordo com os dados da PMC (Pesquisa Mensal do Comércio) fornecidos pelo órgão. Mesmo com um desempenho inferior ao de maio (+6,6%), o volume de vendas em junho obteve variação positiva de 5,8% frente a igual período do ano anterior e acumula crescimento de 7,1% no primeiro semestre.
“O principal fator para o crescimento ter ficado na casa dos 5% é junho ser um mês historicamente fraco para o comércio. Não tem apelo sazonal em virtude de não possuir grandes datas comemorativas. Ao contrário de maio que teve um ótimo resultado por contar com a segunda maior data de movimentação do comércio, o Dia das Mães”, justificou o disseminador de informações do IBGE no Amazonas, Adjalma Nogueira.
No entanto, ele acredita que se o Estado consegue manter o crescimento acima do índice da inflação, significa progresso do setor. “Claro que a variação não é a ideal, porque na comparação com outros Estados, alguns conseguiram desempenho bem superior, de até 25%, mas estamos satisfeitos”, analisou.
Enquanto isso, a receita nominal (sem deflação) que chegou a atingir variação de 11% em maio, fechou junho com 9,1%. No primeiro semestre a receita do setor apresentou um crescimento de 10,8% e 12,3% nos últimos 12 meses, números considerados satisfatórios pelo IBGE.
Já no comércio ampliado –acrescido dos segmentos de veículos, de partes e peças, e de material de construção– o desempenho não foi tão satisfatório. O crescimento foi de 4% na comparação com junho de 2010. Entre janeiro e junho, o índice variou positivamente 3,7% e avançou 6,2% nos últimos 12 meses.
Embora a pesquisa não divulgue a evolução por atividade, de acordo com o disseminador, os segmentos de vestuários e calçados e de cortinas e persianas foram os que mais colaboraram com o taxa em junho. Já as maiores quedas, segundo ele, ficaram com comércio de veículos novos e informática e eletrônica.
Situação estável
O vice-presidente da Fecomércio/AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota afirma que, por enquanto, a situação ainda é estável. “Porém, o que nos preocupa no horizonte, é que o quadro econômico e a situação das bolsas comecem a afetar o comércio, já que a queda na produção industrial foi sentida”, argumentou.
Ainda assim, ele mantém a expectativa de um crescimento moderado tanto para agosto como para o restante do segundo semestre.
Já o Presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Gaitano Antonaccio, alerta que “o forte grau de inadimplência vai fazer o desempenho cair nos próximos três meses”.
A crise internacional e os elevados juros do cartão de crédito foram os principais fatores de preocupação apontados pelo dirigente.