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Comércio de Manaus reabre com reforço na segurança

O comércio varejista de Manaus voltou a abrir as portas, nesta segunda (22). Mas, o primeiro dia de reabertura foi de vendas mornas, embora parte das lideranças afirmem que o fluxo ficou dentro do esperado. De qualquer forma, não houve sinalização de euforia por parte dos consumidores, mantendo os resultados ainda distantes do patamar necessário para ajudar os lojistas a começarem a reduzir os prejuízos gerados por praticamente dois meses de portas fechadas, sem faturamento e custos fluindo.

Em sintonia com a orientação das entidades classistas do comércio do Amazonas, as empresas –pelo menos as de maior porte –reforçaram as medidas de controle de fluxo em seus estabelecimentos, além de todos os cuidados necessários para garantir o cumprimento dos protocolos sanitários anti-covid. Algumas situações pontuais de aglomeração nas ruas do Centro e imediações de lojas maiores, no entanto, geraram controvérsia, além de trazerem temor aos lojistas. Mas, estes consideraram que tais episódios foram superdimensionados.  

Movimento ficou dentro do esperado pelo lojistas na volta após 40 dias
Foto: Fatima Garcia

O presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado do Amazonas), Ezra Azury, não quis comentar muito a respeito do saldo do primeiro dia, mas resumiu que tudo ocorreu dentro do esperado e que as expectativas dos comerciantes ainda são otimistas quanto ao transcorrer da semana. “Hoje, foi um dia normal de vendas, e estas devem melhorar no dia a dia. Quanto às aglomerações, nem todos os que estão na rua são clientes do comércio. Há muitos ambulantes e autônomos que saíram em busca de sustento”, atalhou.

“Dentro do horário”

De acordo com o presidente da CDL-Manaus (Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus), Ralph Assayag, o primeiro dia de reabertura do comércio da capital transcorreu de forma “normal” e sem nenhum problema significativo para os comerciantes. O dirigente conta que todas as lojas foram fechadas às 15h, dentro do horário estipulado pelo decreto e salientou que a movimentação “não foi tão grande” e que esta também não foi foco de aglomerações. 

“Tivemos algumas fotos postadas em blogs, que tratam-se de imagens antigas. Infelizmente, eles fazem esse tipo de coisa. Tiramos fotos às 13h e às 15h. Temos que parar de inventar coisas para trazer instabilidade. Isso é muito ruim. Estamos falando de vidas e temos que tomar muito cuidado. E quando falo de vida, não é só vida na saúde, mas econômica também. É lamentável criar esse tipo de fórmula para atrapalhar todo um trabalho que a gente faz”, desabafou.

Indagado sobre o atraso na vacinação para os maiores de 50 anos, dada a importância dessa fase de imunização para manter o comércio aberto, Assayag diz que o contratempo no cronograma não comprometeu os planos iniciais de reduzir as estatísticas de internações e mortes desse público pela doença e manter a pandemia em um patamar administrável pelas autoridades. 

“Infelizmente, foi colocado pelo ministro que nós estaríamos vacinando já nesta segunda (22). Pelo que estamos acompanhando no resto do Brasil, com a falta de vacinas, já esperávamos que algum atraso iria acontecer. A informação que recebi é que a vacina já saiu da Índia e às 6h desta terça (23) devem chegar mais de 5 milhões de doses. Acho que, a partir daí, poderá ser arrumada e dividida para chegar a Manaus. Se tudo der certo, isso deve acontecer quarta (24) ou, mais provável, quinta (25)”, asseverou. 

“Alerta e pedido”

No entendimento do presidente da ACA (Associação Comercial do Estado do Amazonas), Jorge de Souza Lima, o movimento desta segunda “não foi o que se esperava” ficando muito distante da euforia registrada em junho de 2020, no período de reabertura pós-primeira onda. O dirigente ressalta que, independentemente do fluxo, houve um movimento significativo em lojas que estavam, até então, impossibilitadas de receber clientes, acrescentando que o período vespertino foi mais forte. Mas, também não deixou de lamentar as notícias em relação a aglomerações.

“Infelizmente, parte da imprensa disse que teve aglomeração. Mas, é assim mesmo: não tem quem freie o povo. Isso só acontece quando ele é penalizado com multa, restrições, ou quando a família adoece. Enquanto não é com eles, o povo se aglomera mesmo. Mas, os relatos dos lojistas é que o movimento foi mais ou menos, embora tenha sido um bom começo. Pelo menos [o comércio] abriu, vamos ver o que vai acontecer”, ponderou. 

Em vídeo distribuído a seus associados, neste domingo (21), o presidente da ACA apontou que a expectativa do varejo, passados quase dois meses de “amargo prejuízo”,  era grande com a reabertura, a despeito do pequeno espaço de tempo de vigência concedido pelo atual decreto. Em sua fala, Jorge Lima expressou preocupação diante de um cenário ainda sem auxílio emergencial para fortalecer a demanda, e não deixou de ressaltar a importância de os comerciantes redobrarem os cuidados para evitar possíveis retrocessos nas medidas governamentais.  

“A maioria dos comerciantes segurou empregos, na expectativa de que as lojas fossem abertas em fevereiro, coisa que não aconteceu. O setor perdeu janeiro, que é um mês de poucas vendas, mas também um período de liquidações e saldos de estoque. Perdeu também o próprio Carnaval, que ajuda o varejo. No ano passado foi melhor, houve um aporte do governo federal, que ajudou muito na economia. Hoje, não sabemos se vai ter essa ajuda ou não. Então, fica o alerta e o pedido aos nossos comerciantes que obriguem o uso da máscara e do álcool em gel. Porque, se isso voltar a acontecer, o comércio mais uma vez pagará a conta. Principalmente o do Centro, que é mais fácil de ser controlado”, encerrou.  

Foto/Destaque: Fatima Garcia

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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