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Segmentos pedem volta ao trabalho em Manaus

O setor de beleza está entre as atividades que seguem suspensas em função do decreto governamental. Mas a decisão não agrada representantes do segmento que acumulam perdas na receita de 50%. Além da retração no faturamento, ao menos 8% dos estabelecimentos encerraram as atividades em definitivo no Estado do Amazonas. 

O levantamento é do Sindicato de Salões e Barbearias no Amazonas. A responsável pela entidade representativa do setor, Antônia Moura, diz que os números são referentes ao primeiro pico da pandemia, mas teme que na atual conjuntura, estes números sejam ainda mais expressivos. 

“Tem aluguel, água, luz. Não tem condições de pagar os compromissos sem trabalhar. O governo precisa avaliar novamente a retomada dos nosso setor. 

A líder sindical diz que o setor tem feito um verdadeiro malabarismo para arcar com os compromissos, através de financiamento,  empréstimos, alguns atendimentos a domicílio, redução de equipe. 

“O atendimento a domicílio não foi aceito nem pelas empresas e clientes. Além disso, os profissionais estão sem condições de transporte e dos equipamentos necessários. Precisamos abrir nossos espaços. Com agendamento, ao menos oito horas por dia e com os protocolos exigidos pela vigilância sanitária”.

O Sindicato está se organizando para alinhar uma reunião com o governo junto ao Comitê de Enfrentamento à Covid. “Alguns setores estão funcionando e outros não. Isso não está certo. Não tem fiscalização para isso”.

O empresário Beto Pontes, não entende porque que os serviços do setor seguem  suspensos, se o atendimento em domicílio está funcionando normalmente. “Isso não faz sentido porque o risco para propagação da Covid é o mesmo, já que os profissionais transitam pela cidade e estarão em ambientes que o poder público não pode fiscalizar (casa dos clientes)”.

Para ele, a situação aumenta ainda mais a informalidade (não geração de impostos) e não resolve o problema das empresas que ficam totalmente sem renda (já que em sua maioria, os profissionais atendem diretamente o consumidor). 

De acordo com o CEO do grupo Amanda, a empresa fatura menos de 3% na venda de serviços delivery, em comparação às vendas quando o salão está aberto.

Outro ponto importante que ele destaca é que a maioria dos profissionais não consegue gerar uma renda mínima para sustento fazendo serviços na casa dos clientes. E como a maioria são MEIs, eles não têm nenhum acesso aos programas de distribuição de renda do governo federal, Estadual e municipal.

“É importante salientar que é plenamente possível realizar serviços de beleza com total segurança sanitária, inclusive sem tirar a máscara, diferente dos restaurantes, que os clientes ficam dentro de um ambiente fechado sem máscaras (esse setor foi autorizado a abertura)”. 

Ele espera que o segmento possa reabrir os salões a partir do dia 1 de março, para tentar recuperar o grande prejuízo “já que em 12 meses, entre março de 2020 e fevereiro de 2021, ficamos nada menos que 5 meses fechados”, ressalta o empresário. 

Academias reagem

Com parte das atividades comerciais abertas, outro setor que não reagiu bem ao novo decreto é o de academias. Muitos profissionais foram contra a decisão do governo que deixou o segmento de fora. 

Segundo o proprietário de uma academia, Davi Melo, os estabelecimentos sempre adotaram as medidas de segurança obedecendo todas as regras sanitárias. “Nós queremos trabalhar. É uma situação difícil. As contas precisam ser pagas. O transporte público traz um grande risco à população porque vive lotado. Nas academias reduzimos a capacidade de alunos ajustando horários, desinfetamos as áreas a cada instante, ou seja, obedecemos todas as determinações e não achamos justo. Eu acho uma incoerência”, desabafa o empresário. 

Vereador defende reabertura

O vereador Elissandro Bessa (Solidariedade), usou o seu tempo no pequeno expediente desta segunda-feira, na CMM (Câmara Municipal de Manaus) para defender a reabertura das atividades de academias e salões de beleza com a capacidade reduzida, desde que sejam sanitizados. Para o parlamentar, a decisão que deixou os segmentos de fora é injusta uma vez que estes estabelecimentos têm o mesmo direito de funcionar como os outros, bastando que seja feita fiscalização e cumprindo todo protocolo de segurança. 

“ Esse momento não quer dizer que o vírus acabou.m, muito pelo contrato volto a dizer que se você não precisa sair de casa,  não saia, mas muitas pessoas precisam trabalhar e os salões e academias empregam parte dessas pessoas e não consigo achar justo que continuem fechados, se são serviços como os outros espero que o nosso governador reveja isso é que possamos ajudar nossos milhares de trabalhadores de salões de beleza e academias, o profissional de educação físicas também é um profissional de saúde muitas vezes”, argumentou o parlamentar. 

O decreto governamental que começou a valer na segunda-feira (22), que autorizou a retomada do comércio em geral e dos shoppings, excluiu academias e salões de beleza.

Foto/Destaque: Divulgação

Andréia Leite

é repórter do Jornal do Commercio
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