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Com suco, ou cremes e polpas

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Geladinho, gelinho, chup-chup, sacolete, juju, dudu, brasinha, e no Amazonas flau, sacolé, curite, totó, miau e dindin. Os nomes são tantos mais o produto é o mesmo: um pequeno saco plástico contendo suco congelado de frutas regionais.

Teria surgido durante a Segunda Guerra Mundial para nutrir de proteínas os marinheiros norte-americanos. Como e quando surgiu em Manaus? Não se sabe, o fato é que há muito tempo se tornou fonte de renda para muitas famílias. Gostoso e barato, o dindim, como ficou conhecido na capital amazonense, é de fácil venda, por isso nos bairros periféricos não pode faltar nas placas afixadas na frente das casas junto com o picolé, custando R$ 0,50 ou R$ 1, dependendo da qualidade.

O que se pode afirmar, com certeza, é que com a onda de alimentos gourmet que invadiu Manaus nos últimos tempos, até os dindins foram atingidos e o suquinho, às vezes até de saquinho, estão sendo substituídos por elaboradas misturas de frutas in natura.

Simara Nunes é jornalista e, junto com a amiga Laura Cristina, funcionária pública, resolveram ser empresárias. “Vi o dindim gourmet em Fortaleza, e resolvi fazer aqui em Manaus”, contou Simara. Detalhe: nas imediações da casa de Simara as placas com “Vende-se dindim” podem ser vistas em cada esquina.

Há pouco mais de duas semanas as duas lançaram seu produto diferenciado, o Tindelícia, com logomarca e tudo e saquinhos amarrados com lacinhos coloridos. “Geralmente os dindins são um suco congelado. O nosso é um creme”, contou. De cara as amigas lançaram cinco sabores: Brigadeiro, Ninho com Nutella, Morango, Ovo Maltine e o Kit Kat. “O Kit Kat tem sido o carro-chefe, disparado nas vendas”, falou.

“No primeiro dia vendemos 30 dindins e hoje, com apenas duas semanas o Tindelícia já vendeu mais de 500 unidades ao preço de R$ 4, cada”, revelou.

Como a alma do negócio é a prestação de bons serviços, o delivery foi logo implantado pelas duas amigas. “A primeira coisa que fizemos foi divulgar nas redes sociais. Logo aconteceram compartilhamentos e os pedidos começaram. Delimitei uma área aqui no entorno de minha casa onde a entrega, para até cinco unidades, é gratuita. Outras áreas mais distantes cobramos uma taxa”, explicou.

E novos produtos continuam sendo lançados. “Criamos a linha detox com dois sabores: um leva laranja, limão, gengibre, abacaxi e chia; e o outro, verde, leva couve, limão, laranja, chia e hortelã. Estamos testando o cupuaçu com Nutella e, em breve, será lançado o Sonho de Valsa”, adiantou.

Visando atingir um mercado além do doméstico e ampliar consideravelmente a sua produção, Simara e Laura já estão trabalhando nos mini-dindins. “Custarão R$ 2,50 e são para ser distribuídos em festas de aniversário ou outros eventos. Também estamos pensando em transformá-los numa sobremesa para ser servida em restaurantes”.

É o dindim saindo das esquinas e ganhando novos, e promissores, segmentos de mercado. Agora até industrializado ele está sendo, através da empresa Amazônia Indústria de Polpas.

Empresa utiliza polpas de produtores locais

“Como tínhamos a empresa vendendo polpas, já há 20 anos, principalmente para indústrias, resolvemos que chegara a hora de diversificar os produtos. Pensamos, pesquisamos e chegamos à conclusão que o dindim era o produto mais indicado, por ser muito consumido pela população manauara e nós termos a matéria-prima”, lembrou Pablo Castro, gerente comercial e de marketing da Amazônia.

Foi assim que, em janeiro de 2016, surgiu o Dinditos, um dindim fino e comprido, com 60 gramas de polpa de frutas. “Ele foi idealizado para as crianças, mas quando vimos ele havia caído no gosto de jovens e adultos. Pelo fato de ser pura polpa de frutas, o pessoal nas academias o está consumindo bastante, principalmente o de açaí”, contou.

“Além do fato de muito dindin comercializado na cidade ser de origem desconhecida, o que faz muitas pessoas terem receio de consumi-lo. Então lançamos o Dinditos sem corante, conservante e sem glúten”, listou.

Atualmente a empresa compra suas polpas de produtores locais, de Manacapuru e Itacoatiara, e tem oito sabores diferentes: cupuaçu e açaí, os mais vendidos, maracujá, goiaba, manga, graviola, taperebá e abacaxi. “E para agradar à crescente demanda, iremos lançar o produto com frutos de sabores nacionais, como o morango e a uva, pra começar”, adiantou.

Os Dinditos são vendidos a R$ 1,20 a unidade de 60 g, “mas iremos lançar um de tamanho maior, com 80 g. Como falei, ele foi originalmente pensado para as crianças. A embalagem é própria para as mãos e boca pequenas delas, mas os próximos serão destinados a todas as outras faixas etárias”, finalizou.

Já o casal Alexandre e Alessandra Eremita criaram a marca DinDin da Alê após perderem seus empregos. O investimento em matéria-prima e equipamentos, como liquidificador e foodbike (bicicleta com compartimento para vender alimentos), ainda não foi recuperado, mas o casal acredita que fez o certo. Os dindins custam de R$ 3 a R$ 4, são vendidos em sabores como o chocoaçu (cupuaçu com chocolate) em encomendas, entregas e festas. O próximo passo é criar uma linha para diabéticos e dispor o valor nutricional de todos os dindins.

O QUE? Tindelícia
INFORMAÇÕES: (92) 99355-2032 e 99424-9454
O QUE? Amazônia Ind. de Polpas
INFORMAÇÕES: (92) 99505-1515 e 99231-5355
O QUE? Dindin da Alê:
INFORMAÇÕES: https://www.facebook.com/dindinsdaale

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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