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Cheia reduz custo no transporte

Atraso da vazante deve gerar redução de aproximadamente 10% no transporte fluvial

O segmento da navegação tem boas expectativas quanto à trafegabilidade nos rios, principalmente no rio Madeira, devido ao período da cheia. Segundo o Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas), o atraso na ocorrência da vazante deve gerar uma redução de aproximadamente 10% no valor do transporte. Por outro lado, é durante esta temporada que as embarcações enfrentam os maiores riscos de ocorrências de acidentes devido a colisões com troncos durante o trajeto.
O presidente do Sindarma, Claudomiro Carvalho, explica que o período da subida das águas permite o maior fluxo das embarcações, com segurança e menores gastos. Ele afirma que durante a cheia é possível navegar por 24 horas. Enquanto na seca, os trajetos só podem ser feitos durante o dia e com o acréscimo de 25% sobre o valor do transporte.
“Durante a cheia é possível ter uma navegação mais segura, econômica e que viabilize um transporte mais barato. Acredito que neste ano teremos a redução, em média, de 10% no valor do transporte”, anuncia. “Também é neste período que temos o maior volume de cargas transportadas e consequentemente o menor custo de transporte de mercadorias no trecho Porto Velho x Manaus e Manaus x Porto Velho”, completou.
De acordo com Carvalho, até o início deste mês a navegação ocorre com tranquilidade pelo rio Madeira, ele enfatiza que há um atraso de pelo menos um mês quanto à ocorrência da vazante, o que ele considera como um fator positivo para o segmento. “Já estamos em junho e até agora não há sinal de vazante. É um excedente de água. Consideramos que neste ano a seca não chegue a atingir a navegabilidade”.
Apesar dos pontos positivos gerados pela cheia, Carvalho comenta que durante estes meses os práticos precisam destinar maior atenção durante a condução das embarcações. Isso acontece porque com a subida das águas há um alto risco de deslizes de troncos sobre as águas, o que pode gerar graves acidentes. O presidente comenta que em 2014 houve diversos registros de ocorrências com vítimas fatais. “Neste período os acidentes acontecem com frequência. O histórico registra maiores índices decorrentes de colisões com troncos do que com bancos de areia no período da seca”, disse.
No trecho entre Porto Velho e Manaus, o valor para o transporte de gêneros alimentícios varia entre R$ 90 e R$ 140, a tonelada; os grãos também chegam à Manaus por este mesmo trecho por valores entre R$ 50 e R$ 60, a tonelada; com saída de Manaus com destino a Porto Velho o transporte do combustível varia entre R$ 60 e R$ 75, o metro cúbico; assim como os produtos acabados que saem da ZFM, com o valor do transporte de uma carreta de 30 toneladas estimado em aproximadamente R$5 mil.

Assoreamento traz prejuízos

Segundo Carvalho, no período da seca o sistema da navegação enfrenta problemas para efetuar os trajetos devido a formação de bancos de areia, entre os meses de agosto a outubro. Em determinados trechos da extensão do rio Madeira as embarcações só trafegam por meio do auxílio de dragagem. Ele lembra ainda que a questão do assoreamento foi intensificada após o início das construções das hidrelétricas de Santo Antonio e Jirau. “Estamos no terceiro ano de construção e nos dois primeiros tivemos sérios problemas porque a água perdeu a velocidade para a abertura de canais. Então, ficamos na dependência de dragagem para poder navegar. Que bom que neste ano temos um excedente de águas”.
No período da seca a navegabilidade entre Manaus e Porto Velho acontece em média entre 12 e 13 dias. Hoje, este trajeto é feito em oito dias.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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