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Brasil tenta resgatar credibilidade no cenário internacional

O Brasil tenta resgatar a credibilidade no cenário internacional, mas encontra grandes dificuldades em função das medidas da atual gestão no Planalto. Nunca se viu tanta falta de habilidade para conviver com as diferenças no setor público. As instituições vivem frequentemente em conflito, situação que repercute negativamente no País e também no exterior.

Na sexta-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (PL) tentou limpar ‘a barra’ brasileira durante o seu discurso na segunda sessão plenária da 9ª Cúpula das Américas, que, com um potencial de produção excedente de energia eólica no mar “equivalente a 50 usinas de Itaipu”, o País terá condições de ser um grande exportador de hidrogênio e amônia verdes., segundo sua visão.

Bolsonaro lembrou que o Brasil sempre foi pioneiro na transição energética, “tendo iniciado a descarbonização há quase meio século, com biocombustíveis e outras fontes”. “Em 2021, batemos recordes de instalação de energia eólica, com 21 gigawatts (GW), e solar, com 14 gigawatts (GW). Hoje, 85% da energia gerada no Brasil vem de fontes renováveis”, acrescentou antes de falar sobre as expectativas de geração eólica com as offshores a serem instaladas no mar.

“Temos o potencial de produção excedente de energia eólica no mar, na ordem de 700 GW, equivalente a quatro vezes nossa atual capacidade instalada, ou a 50 Itaipus. As eólicas na costa do nosso Nordeste poderão produzir hidrogênio e amônia verde para exportação. Nesse momento em que países desenvolvidos recorrem a combustíveis fósseis, o Brasil assume papel fundamental como fornecedor de energia totalmente limpa, rumo a uma nova economia neutra em emissões”, discursou o presidente.

O hidrogênio é um combustível que requer uma grande quantidade de energia para ser produzido. Caso o processo de produção desse hidrogênio não faça uso de fontes energéticas danosas ao meio ambiente, dá-se a ele o nome de “hidrogênio verde”. O Brasil pretende usar a energia obtida a partir de offshores (energia eólica gerada a partir de estruturas instaladas no mar), para a produção desse hidrogênio combustível.

Bolsonaro falou também sobre as conversas que teve no dia anterior com o presidente norte-americano, Joe Biden, em uma reunião bilateral ampliada “e em uma mais reservada” que durou 30 minutos. “A experiência com o Biden foi simplesmente fantástica. Estou realmente maravilhado e acreditando nas suas palavras e naquilo que foi tratado reservadamente entre nós”, disse.

“Senti muita sinceridade e muita vontade em resolver certos problemas que fogem de total responsabilidade de cada um de nós, mas juntos poderemos buscar alternativas para pôr um fim nesses conflitos”, disse ele sem deixar claro se o conflito em questão seria o entre Rússia e Ucrânia.

Bolsonaro falou também sobre o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira. Os dois foram vistos pela última vez na manhã de domingo (5), na região da Terra Indígena do Vale do Javari, a segunda maior do País, com mais de 8,5 milhões de hectares, quando se deslocavam da comunidade ribeirinha de São Rafael para Atalaia do Norte (AM), quando sumiram sem deixar vestígios. “Desde o primeiro momento, nossas Forças Armadas e a Polícia Federal têm se destacado na busca incansável da localização dessas pessoas. Pedimos a Deus que sejam encontrados com vida”, disse.

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Agora, a pressão vem de todos os lados

O mundo pressiona o governo brasileiro a esclarecer o desaparecimento do jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, que sumiram no Vale do Javari, na região de Atalaia do Norte. As pressões vêm de todos os lados, reverberando intensamente na comunidade internacional, nos principais jornais estrangeiros e na ONU. E, mais recentemente, junto ao STF. O ministro Luís Roberto Barroso, que trava frequentes embates com o Planalto, determinou a adoção das medidas necessárias para localizar os dois desparecidos.  E estipulou multa de R$ 100 mil por dia se não forem cumpridas as determinações.

Na sexta-feira (10), as operações de buscas encontraram indícios de terras escavadas onde supostamente podem ter sido enterrados corpos, não necessariamente de Phillips e Bruno. A força-tarefa ainda investiga essas possibilidades. Praticamente todos os países torcem para que eles possam ser encontrados vivos. Mas as chances são pequenas, admitem especialistas. Segundo ribeirinhos, os viajantes fizeram muito inimigos por defender a Amazônia. E podem ter sido vítimas por essa bandeira de luta, sendo emboscados quando retornavam para Atalaia do Norte. O principal suspeito do crime, conhecido como ‘Pelado’, continua preso. Ele nega tudo. Pagamos pela negligência na proteção de uma região continental tão rica em recursos naturais.

Aventura

Bolsonaro não tem papas na língua. E se limita a dizer que o jornalista e o indigenista pagaram com a própria vida ao fazer uma aventura não recomendável numa região tão inóspita. É mais acúmulo de desgaste para quem pretende continuar comandando o Brasil por mais quatro anos. Seu encontro com Joe Biden foi frio, apenas formal, demonstrando o quanto o presidente brasileiro gera insatisfação na comunidade internacional. Em vez de providenciar ações, ele se limitar a só fazer críticas.

CPI

Membros da CPI da Amazonas na Assembleia prometem retomar a pressão para a tramitação em regime de urgência do projeto que proíbe definitivamente a instalação dos novos medidores de energia, que fazem uma espécie de ‘gatos invertidos’, quando a distribuidora cobra a mais pelo consumo. A população foi às ruas contra a entrada em operação da nova ferramenta, culminando com a suspensão dos serviços após a Justiça do Estado derrubar a liminar favorável à empresa. Veremos o desfecho.

CPI 2

A polêmica em torno dos novos medidores de energia também reverbera na Câmara Municipal de Manaus. Vereadores têm levado o assunto para discussão nas pautas do dia. Há um sentimento de que a Amazonas Energia cobra taifas abusivas, seus serviços são precários tanto na capital como nos municípios do interior, não cumprindo ainda as regras da concessão. Parlamentares propõem que a empresa seja substituída por outro grupo com mais condições para oferecer um melhor serviço na região.

Punição

O CNJ aponta irregularidades que teriam sido cometidas pelo juiz Luis Carlos Valois, da Vara de Execução Pena de Manaus. Ele admitiu que pode até ser punido, mas garante estar com a “consciência tranquila”. Conselheiros aprovaram a abertura de Processo Administrativo Disciplinar contra o magistrado, mas rejeitaram o pedido de afastamento feito pela corregedora nacional de Justiça, ministra Maria Thereza Moura. Por enquanto, o suspeito está se safando. Mas não se sabe mais adiante.

Força

A violência em Manaus atingiu níveis tão alarmantes que o governo aprovou a atuação da Força Nacional na área de segurança do Amazonas. As ações de criminosos se proliferam no centro e nos bairros da periferia. Ninguém mais está seguro em qualquer parte da capital. O sentimento de insegurança é muito grande. Os bandidos atuam em todos os lugares. Em paradas de ônibus, invadem casas, deixando mortos. As facções disputam territórios e mandar executar quem não obedece a suas ordens.

Vacinação

Pelo menos 75 pontos foram disponibilizados para a vacinação da população no fim de semana. Agentes vacinaram contra o coronavírus, gripe, sarampo, entre outras doenças. O Estado vivenciou as mazelas provocadas nas duas ondas da pandemia. E não quer mais conviver com situações tão angustiantes. A prefeitura e o governo trabalham planos para aumentar a cobertura vacinal. E outra grande ameaça já chegou ao País, a varíola dos macacos. Vivemos constantemente em sobressaltos.

Embates

A guerra entre o STF e o Planalto se acirra. Os ministros da maior corte judiciária do País vêm derrubando as decisões que devolveram o mandato a deputados bolsonaristas. O presidente range os dentes com os ataques aos seus clãs, deixando transparecer eventuais ameaças e retaliações. Já se cogita um possível novo golpe caso o esquerdista Lula seja turbinado de volta à Presidência. A esquerda faz de tudo para queimar Bolsonaro. Ele não tem a menor habilidade para conviver com as diferenças.

Eleições

Bolsonaro garantiu, porém, ao colega americano Joe Biden que respeitará o resultado das eleições. Os dois mantiveram um encontro que foi marcado com muita formalidade, tão frio que exalava tempestade de neve.  Biden lembrou que os Estados Unidos não toleram, não aceitam intervenção no sistema eleitoral em nenhum lugar, segundo informou a porta-voz do Departamento de Estado, Kristina Rolases. Mas quem garante que essa promessa será cumprida? As Forças Armadas estão de olho.

FRASES

“Careiro Castanho é muito significativo”.

Wilson Lima (UB), governador, ao anunciar potencial da agricultura no município.

“Forças Armadas não se sentem prestigiadas”.

Paulo Nogueira, ministro da Defesa, ao cobrar fim de divergências sobre eleições.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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