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Brasil presta reverência à monarca mais longeva do Reino Unido

A rainha Elizabeth soube ser grande. Foi testemunha de crises que abalaram a paz mundial. Durante a Segunda Grande Guerra, atuou bastante, transportando feridos em ambulâncias para hospitais diante de uma Londres bombardeada intensamente pelos aviões alemães. Tempos de muitos sofrimentos e mortes.

E, agora, sai do cenário mundial. Morreu aos 96 anos, deixando um legado para várias gerações de britânicos. Todo o mundo, inclusive o Brasil, presta reverência à monarca que esteve no poder durante 70 anos.

Ontem, o Brasil decretou luto oficial de três dias por causa da morte da rainha Elizabeth II, do Reino Unido. O ato foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União. O anúncio do falecimento da monarca, aos 96 anos, foi feito pelo Palácio de Buckingham no início da tarde de ontem.

Pela legislação, durante o luto oficial a Bandeira Nacional fica hasteada a meio mastro em todas as repartições públicas.  Uma das últimas manifestações oficiais da rainha Elizabeth II foi justamente em relação ao Brasil.

Ela publicou mensagem, dirigindo-se ao presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), para enviar felicitações ao povo brasileiro pela celebração dos 200 anos da Independência. Na mensagem, a rainha disse que lembrava com carinho da visita que fez ao País em 1968. 

Nas redes sociais, outras autoridades brasileiras manifestaram pesar pela morte da monarca britânica, que foi a mais longeva rainha da histórica da Coroa. “Em nome do Congresso Nacional brasileiro, presto condolências à família e a todo o povo do Reino Unido”, escreveu o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. 

O presidente da Câmara dos Deputados também emitiu um comunicado. “Ao transmitir nossas condolências ao povo britânico e à sua família real, relembro as históricas ligações entre o Brasil e o Reino Unido, que datam desde os primeiros anos de nossa vida como nação independente e que se fortaleceram enquanto a rainha Elizabeth reinou”, escreveu o deputado Arthur Lira.

O vice-presidente Hamilton Mourão também foi às redes sociais para se manifestar sobre a morte de Elizabeth II. “Deixa hoje o nosso convívio a rainha de nossa geração, dos nascidos na década de 1950 que se acostumaram a vê-la como símbolo do próprio Reino Unido. O momento é de homenagem a essa figura ímpar de estadista”, postou.

Por meio do MRE (Ministério das Relações Exteriores), o governo brasileiro prestou condolências pela morte da rainha Elizabeth II. Em nota oficial, a pasta destacou a trajetória da monarca britânica em sete décadas no poder e sua passagem pelo Brasil, há 54 anos.

“Ao longo de seus mais de 70 anos de reinado, a monarca mais longeva na história do Reino Unido foi símbolo de liderança e estabilidade para o país e para o mundo.  Sua visita em 1968, ao lado do duque de Edimburgo, a Recife, Salvador, Brasília, São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro é lembrada pelo governo e pelo povo brasileiro como marco da amizade entre o Brasil e o Reino Unido. Rememorar a visita da rainha Elizabeth II e do duque de Edimburgo ao Brasil é valorizar a parceria estratégica entre o Brasil e o Reino Unido, que abrange grande número de áreas – comércio, saúde, investimentos, intercâmbio acadêmico, ciência e tecnologia – e que tem, como objetivo maior, contribuir para o bem-estar de brasileiros e britânicos, em prol do progresso de ambos os países”, diz a nota.

Os britânicos estão enlutados. Sai de cena o seu maior símbolo de representatividade. E esperam que esse grande legado de Elizabeth II tenha continuidade com o príncipe Charles, agora rei do Reino Unido.

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Morte da rainha desvia foco de eleições

As comemorações do bicentenário da independência foram marcadas por um turbilhão de protestos, tornando-se, na realidade, um palanque político pela reeleição, segundo analistas que pendem mais para setores da esquerda. Porém, a morte da rainha Elizabeth II, que ocorreu ontem, um dia após o 7 de Setembro, culminou com um efeito inusitado no Brasil – o desvio do foco das eleições de outubro, polarizadas hoje entre Bolsonaro e Lula. Quase todos os jornais do mundo repercutiram o fim do reinado de uma monarca que esteve no poder durante 70 anos, dividindo opiniões sobre a importância de suas atuações para o protagonismo do Reino Unido.

Massacrado pela mídia brasileira, Bolsonaro respirou um pouco das ofensivas do fogo cruzado e da metralhadora giratória dos que se opõem ao seu governo, principalmente após os atos por ocasião dos desfiles da maior data cívica do País. Os gritos de repúdio foram intensos. A algaravia foi geral. Mas praticamente todas as mobilizações de oposição ao presidente permaneceram em silêncio. Pelo menos por um dia. Afinal, sai de cena uma das mais importantes lideranças mundiais dos últimos tempos.

Luto

Ontem, Bolsonaro decretou luto por três dias no Brasil pela morte da Rainha Elizabeth II. O respeito pela monarca extrapola o raio de ação do Reino Unido. Os ingleses sempre foram protagonistas no mundo. E a monarca representava a gloriosa fidalguia e a cultura de um povo, preponderantes para o desenvolvimento como o vemos hoje. Mesmo considerada anacrônica em tempos tão modernos, a monarquia britânica é o maior ícone de um Estado que prima pela democracia. E é isso que os une.

Impactos

Como se pode supor à primeira vista, a vida da rainha Elizabeth II não foi tão tranquila. Ela enfrentou severos oponentes ao seu reinado, mas soube administrar as pendengas com muita habilidade. Muitos ainda levantam a voz contra a manutenção da monarquia. Os custos impactam diretamente no erário britânico. É do bolso do contribuinte que saem os recursos para manter toda a família real. Porém, poucos conhecem que a nobreza do Reino Unido contribui com pelo menos R$ 8 bilhões anuais agregados do turismo explorado em castelos e palácios, alguns da era medieval.

Tradição

Hoje, o Reino Unido figure entre as poucas nações que ainda mantêm uma família real. A rainha representa a voz e a alma dos britânicos, sentimento que vem desde os tempos mais remotos. É a figura de uma matriarca que zela pela integridade e a dignidade da população à qual representa. O respeito à monarca sempre esteve internalizado no povo britânico, algo que começa ainda na tenra infância. Os pais ensinam aos filhos a importância da nobreza para um povo que se fez grande.

Repercussão

Líderes de todo o mundo expressaram seus sentimentos e solidariedade pela morte da Rainha Elizabeth II. As moções vieram de todos os continentes, enaltecendo o protagonismo da monarca para fortalecer a economia e a política do Reino Unido. Ela foi testemunha de várias crises mundiais, principalmente na Segunda Guerra, período em que se empenhou no transporte de feridos em ambulâncias na Londres bombardeada pelos aviões alemães, que deixaram milhares de mortos. Dias violentos.

Impugnação

Parece que os atos de Bolsonaro nos festejos do bicentenário da independência não devem causar tanto impacto junto ao TSE. Até ontem, o tribunal avaliava não ser necessário impugnar a candidatura do presidente. Opositores argumentam que as comemorações foram transformadas em palanque político para a reeleição do chefe da nação. A esquerda trabalha fortes argumentos para convencer a Justiça Eleitoral de que houve transgressão às leis. Mas tudo indica que o grito continuará pífio.

Visita

Bolsonaro confirmou que virá a Manaus no próximo dia 22, segundo informou o Coronel Menezes, candidato do PL ao Senado pelo Amazonas nas eleições de outubro. O ex-superintendente da Suframa é o maior cabo eleitoral do presidente no Estado, que deverá participar de pelo menos dois eventos – um na capital e outro em Manacapuru. “A agenda ainda está em discussão. Conseguimos confirmar a data da vinda. Queremos fazer uma festa verde e amarelo para recebê-lo”, disse Menezes.

Atuação

Candidato ao Senado pelo PDT nas eleições deste ano, o ex-deputado estadual Luiz Castro criticou a atuação da bancada amazonense em defesa da ZFM, que hoje trava embates em torno da isenção do IPI. Para ele, os parlamentares não se empenharam tanto em lutar pela sobrevivência de um projeto que responde por 98% da arrecadação do Estado. Se eleito, Castro promete reforçar essa bandeira, viabilizando ainda atividades em outras matrizes. Que tudo isso não fique só na retórica.

Impeachment

Manifestantes pediram, ontem, o impeachment do prefeito de Borba, Simão Peixoto (PP), que deu um soco no rosto do deputado Roberto Cidade (UB), presidente da Assembleia, que acompanhava o governador Wilson Lima (UB) durante campanha política no município. A manifestação ocorreu em frente à Delegacia Geral de Polícia, na zona oeste de Manaus. Por unanimidade, todos querem o afastamento do gestor. Dado a artes marciais, Peixoto é famoso pela agressividade contra seus desafetos.

FRASES

“Temos as melhores propostas”.

Wilson Lima (UB), governador, durante reunião com lideranças comunitárias.

“É um momento de maior tristeza”.

Príncipe Charles, agora rei, sobre a morte da mãe, Rainha Elizabeth II.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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