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Boutique Hotel completa 10 anos

Um hotel para astros e estrelas. Assim pode ser definido o Boutique Hotel Casa Teatro, um dos três hotéis que a empresária Cláudia Mendonça possui no Centro de Manaus. De vez em quando algum artista resolve se hospedar no hotel, localizado num trecho tranquilo da rua 10 de Julho. Lá já ficaram Milton Nascimento, Marco Nanini, Cauã Raymond e Lucélia Santos, recentemente, entre outros. Maria Gadú veio para Manaus durante a falta de oxigênio na cidade, em janeiro deste ano, trazendo EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) e permaneceu hospedada por vários dias, em anonimato e sem divulgar seu ato, até que a situação normalizou.

A proximidade do Teatro Amazonas é o atrativo do Boutique que, inclusive, leva a palavra Teatro no nome exatamente por isso. Muitos desses artistas vêm se apresentar no templo da cultura amazonense e se hospedam no hotel, que fica a alguns passos do largo de São Sebastião.

Primeiro uma casa, depois a outra, formaram o Boutique Hotel – Foto: Divulgação

Este ano o Boutique Hotel está completando dez anos de inaugurado e Cláudia falou como tem sido a trajetória do estabelecimento, principalmente com a cidade tendo ficado quase um ano sem receber turistas.

“O Boutique Hotel foi o precursor, no centro histórico de Manaus, desse tipo de hospedagem diferenciada, os chamados hotéis boutique, ou de charme. São hotéis de pequeno e médio porte, sem luxo, mas com atendimento individualizado que fazem o hóspede se sentir em casa”, destacou a empresária.

Cláudia comemora o retorno lento, mas constante, de turistas que chegam a Manaus. 

Garrafas bem antigas

arrafas encontradas na construção do alicerce, hoje decoram o ambiente junto com o número original da casa – Foto: Divulgação

Como os demais empreendimentos que a empresária possui no Centro: a Casa JG (um espaço para eventos), e os hotéis Casa Perpétua e Casa dos Frades, o Boutique Hotel ocupou o espaço de um prédio histórico, no caso uma residência de três andares, que estava fechada. Dois anos depois, a residência ao lado foi adquirida e incorporada ao hotel. Interessante é que a empresária comprou a primeira casa e a deixou fechada por dois anos sem saber o que fazer no prédio, até que resolveu transformá-la num hotel. Cláudia não sabe há quanto tempo as construções haviam sido concluídas naqueles terrenos, mas determinadas peças encontradas no local dão algumas dicas.

“Quando os pedreiros estavam cavando os alicerces da segunda casa, encontraram garrafas de vidro enterradas, com aspecto de serem bem antigas, inglesas e holandesas. Uma das garrafas é de barro, com características de ser artesanal”, contou Patrícia Sarmento, secretária executiva dos hotéis de Cláudia.

As garrafas passaram a fazer parte da decoração do hotel, bem como outras peças seculares, incorporadas por Cláudia: uma máquina de costura portátil, um ferro de passar roupas, duas leiteiras e dois iluminadores gigantes, como os utilizados em embarcações.

Peças antigas fazem parte da decoração do hotel – Foto: Divulgação

Uma escadaria central dá acesso à recepção do hotel. Essa escadaria divide o que um dia foram as duas casas. No térreo, duas salas na lateral da escadaria, uma delas no nível da rua e outra bem abaixo dando a entender que ali, um dia, havia um porão. Esta foi transformada na sala de TV, com cadeiras, poltronas e sofás onde o hóspede pode, também, ler vários livros sobre a Amazônia disponibilizados no espaço.

“Todos os empreendimentos da Cláudia são pensados para que quem os utilize se sinta em casa, por isso a decoração mistura o regional, o artístico, e o antigo”, explicou Patrícia.

Sala da TV, onde um dia foi o porão da residência – Foto: Divulgação

Vista para o Teatro

O Boutique Hotel possui nove suítes, algumas propositadamente sem janelas, para quem deseja o máximo de privacidade, outras com varanda, de frente para a rua 10 de Julho. Os quartos recebem nomes de ilustres artistas: Shakespeare, Beethoven, Mozart, Carlos Gomes, Margot Fontaine.

Um detalhe nos empreendimentos de Cláudia são as decorações com quadros de artistas locais e peças indígenas. Várias destas peças estão à venda, constando num catálogo no qual o interessado conhece todos os itens e o respectivo valor. Um quadro, porém, não está no catálogo. Ele foi pintado por Enrico, um artista italiano que todo ano, em setembro, vinha a Manaus e se hospedava no hotel. O italiano doou o quadro para ficar numa das paredes. Desde 2019, Enrico, que já era um senhor de idade, não voltou a Manaus e Patrícia não soube mais de nenhuma notícia dele.

Quadro à espera do autor, Enrico, que não mais voltou – Foto: Divulgação

Subindo os três andares do Boutique Hotel chega-se ao terraço e lá está o espaço mais interessante do estabelecimento, o terraço, com vista total para a fachada do Teatro Amazonas, entre os benjamins do largo de São Sebastião. Talvez esse seja um dos motivos de tantos artistas quererem se hospedar no hotel. Outro atrativo para quem ficar algumas horas no terraço é a carta de vinhos e espumantes disponibilizados para serem consumidos no espaço, ou mesmo levados para o quarto, se o hóspede assim desejar.

Do terraço, o visual do Teatro Amazonas sobre os benjamins – Foto: Divulgação

“Convidamos os manauaras a passar um final de semana no Boutique, desfrutando de paz, tranquilidade e as comodidades de um lar”, finalizou Cláudia.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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