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Governo Federal zera IPI dos concentrados em novo ataque à ZFM

Polo de concentrados: a luta continua

O governo editou neste sábado (30) um decreto que determina a redução de 35% do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) sobre produtos “que não são fabricados na Zona Franca de Manaus”, segundo a justificativa do governo. No entanto, a medida afeta a Zona Franca de Manaus, pois as empresas que produzem o xarope dos refrigerantes na capital deixariam de receber incentivos fiscais que correspondem ao valor do imposto. O atual decreto vem após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), sobre o tema.
Em fevereiro, o governo havia cortado o IPI em 25%, e ampliou o corte para 35% em abril. Moraes suspendeu a ampliação para bens que são produzidos na Zona Franca, atendendo a pedido do partido Solidariedade, que alegou que a redução afrontaria a proteção constitucional da região.

O Decreto nº 11.158, de 29 de julho de 2022, consta na Edição Extra C do Diário Oficial da União. No capítulo 21, está a redução das alíquotas do IPI relativas aos extratos concentrados para elaboração de refrigerantes classificados no Ex 01 e no Ex 02 do código 2106.90.10.

A Exceção 01 e a 02 tratam das preparações compostas, não alcoólicas, usadas para a elaboração de bedidas como águas adicionadas de açúcar ou de outros edulcorantes ou aromatizadas e para a produção de refrigerante e refrescos que contenham extrato de sementes de guaraná ou extrato de açaí ou que contenham suco de frutas.

Em abril, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), derrubou outro decreto de Bolsonaro que também alterava as tabelas de incidência do IPI, zerando a alíquota para os concentrados de bebidas.

Polo de concentrados: a luta continua

Os produtores da ZFM não pagam IPI e, portanto, não seriam afetados pelo corte linear do tributo. Seus concorrentes, porém, teriam alívio na carga tributária, o que reduziria a competitividade da região. “Sem a existência de medidas compensatórias à produção na Zona Franca de Manaus, [a medida] reduz drasticamente a vantagem comparativa do polo, ameaçando, assim, a própria persistência desse modelo econômico diferenciado constitucionalmente protegido”, afirmou Moraes na decisão de maio.
Com o novo decreto, o governo espera viabilizar a redução de 35% do IPI para a maioria dos produtos fabricados no país. “Ao detalhar os produtos que terão suas alíquotas alteradas, a nova edição esclarece a correta aplicação do IPI sobre o faturamento dos produtos industrializados, garantindo segurança jurídica e o avanço das medidas de desoneração tributária”, diz o Ministério da Economia.
O texto prevê, ainda, a redução adicional do IPI, de 18% para 24,75%, para automóveis. A elevação desse percentual equipara a redução do imposto para o setor automotivo à concedida aos demais produtos industrializados.
Além disso, o governo afirma que o texto prevê preservação da produção efetiva da Zona Franca de Manaus, buscando garantir a competitividade da área mesmo com a redução tributária.

Omar

Em vídeo no Twitter, o senador Omar Aziz (PSD) afirma que o novo decreto burla a decisão do STF que dava garantia e competitividade à ZFM. “Nesse decreto, retira vários produtos, que geram empregos e nós vamos perder esses empregos, essas indústrias irão fechar por não ter competitividade”, disse

Omar diz que é o terceiro decreto que o presidente assina contra o Polo Industrial. “Para de prejudicar o Amazonas, para de prejudicar os empregos que são gerados pela Zona Franca de Manaus. Presidente, o Amazonas não aguenta mais esse golpe”, afirmou.

Bancada

A bancada do Amazonas no Congresso Nacional vai voltar ao STF para mover uma ação judicial contra o mais novo decreto do presidente Jair Bolsonaro – baixado na madrugada de sexta-feira (29) para sábado (30). O decreto, que reduz as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de 4 mil produtos fabricados fora da Zona Franca de Manaus acabou incluindo segmentos que também são fabricados na ZFM e, portanto, serão prejudicados pela nova lei.

Cieam

Sobre o atual decreto, em análise superficial, o Cieam (Centro da Indústria do Amazonas) identifica pontos que podem trazer prejuízos a alguns segmentos do Polo Industrial de Manaus.

“Requeremos da Comissão de Tributos e das equipes de suporte do Cieam análises técnico-jurídica-tributárias, com emissão de parecer que possa subsidiar e referendar a decisão já tomada pelo Conselho Superior quanto ao amicus curiae e memoriais na ADI 7153 do STF. Finalmente, parece-nos que, até que haja nova manifestação do STF, está mantida a Cautelar que preserva o Polo Industrial de Manaus”, informou a entidade, em nota.

Pauderney

Conhecido pela constante atuação em defesa da ZFM, o ex-deputado e pré candidato a deputado federal, Pauderney Avelino (UB) repudiou o novo ataque contra o modelo econômico do Amazonas a partir do Decreto n° 11.158, de 29 de julho de 2022 do governo federal, que zera o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos concentrados de refrigerantes.

Atualmente o Amazonas conta com empresas gigantes que atuam no ramo, como a Coca-Cola e Ambev, que serão diretamente afetadas resultando na perda de milhares de empregos, pois as empresas perdem o incentivo de produzir na região.

“O Governo Federal vem com um novo ataque à Zona Franca de Manaus. Mesmo com o assunto estando já decidido pelo Supremo Tribunal Federal. Agora nós precisamos novamente reagir. É impossível ter paz, ter segurança jurídica com o governo atacando sempre a Zona Franca de Manaus. Nós vamos reagir. Nós precisamos reagir. Chega de tantos ataques. Chega da falta de compromisso para com o estado Amazonas e para com a nossa Zona Franca. Vamos reagir e vamos repor novamente os benefícios da Zona Franca de Manaus”, declarou Pauderney em um vídeo publicado, neste sábado, 30/7, nas redes sociais.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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