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Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista reabre as portas

Fechada desde o dia 26 de dezembro do ano passado, por conta da pandemia, a Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista reabre, em grande estilo, na quinta-feira (15), às 9h, com o lançamento do livro ‘Céu e flor – o romance de dona Theresa’, de um dos maiores nomes da literatura amazonense, o poeta e romancista Elson Farias.

Elson Farias é nome de destaque nas letras, pois passeia com fluidez por vários segmentos literários já tendo publicado livros de poesias, ensaios, infantojuvenis e há uns 20 anos escreve romances, com destaque para uma série de narrativas de temática amazônica, como ‘O adeus de Diana’, ‘O comandante’, ‘Tauacuéra – a cidade desaparecida’ e a ‘Ilha do risco’, todos editados pela Valer. ‘Céu e flor’, faz parte desse ciclo de romances de Elson Farias sobre temas voltados para a realidade amazônica. Construído a partir da perspectiva da personagem dona Theresa, o narrador reflete sobre a alma feminina e sua forma de ver o mundo, destacando-se suas impressões, sentimentos e sua coragem para enfrentar as adversidades da vida.

“É um romance de ficção, com uma parte sobre costumes da Amazônia e outra com acontecimentos em outros países, como Portugal. É uma história recheada de personagens, tendo a dona Theresa como personagem central”, adiantou o escritor.

É uma história recheada de personagens, tendo dona Theresa como personagem central – Foto: Divulgação

Elson Farias já tem 70 títulos publicados e fez parte, de acordo com ele próprio, da segunda geração do Clube da Madrugada, fundado em 1954. O escritor nasceu, em 1936, em Itacoatiara. Em 1961, aos 25 anos, lançou seu primeiro livro de poesias, ‘Barro verde’, seguindo com ‘Estação de várzea’, de 1963; e ‘Romanceiro’, de 1965, livros marcantes na poesia amazonense.

Trajetória do imortal

Elson José Bentes Farias nasceu em Roseiral, sítio de propriedade de seu pai Elesbão Pereira Farias, localizado no município de Itacoatiara. Acompanhando o pai, que trabalhava no comércio e financiamento de extratores de produtos regionais, durante a infância e adolescência, morou em várias vilas e cidades amazonenses, como Itacoatiara, Urucará, São Sebastião do Uatumã e Parintins.

Em 1954, com 18 anos, o rapaz veio morar em Manaus, estudando nas escolas públicas até o primeiro ano do curso de formação de professores, feito no IEA (Instituto de Educação do Amazonas).

Tendo chegado a Manaus exatamente no ano do surgimento do Clube da Madrugada, Elson, que já gostava de escrever poesias, logo se enturmou com o pessoal do Clube, quase todos jovens como ele. Apenas três anos depois de chegar à capital amazonense, lançou seu primeiro livro.

Em 3 de fevereiro de 1969 tomou posse na Academia Amazonense de Letras, sendo recebido pelo acadêmico José Bernardino Lindoso, e passando a ocupar a Cadeira nº 12, originalmente patrocinada por Sousa Bandeira e fundada por Dorval Pires Porto. Em 2004/2005 e 2006/2007 presidiu a Academia.

Com alguns companheiros das letras, Elson fundou a União Brasileira de Escritores do Amazonas, sendo seu primeiro presidente.

Foi diretor do Departamento de Cultura, transformando-o na Fundação Cultural do Amazonas, da qual foi o primeiro superintendente. Elson Farias também exerceu as funções de Secretário de Estado da Educação e Cultura e da Comunicação Social.

Aos 85 anos, o itacoatiarense continua a produzir livros.

Aos 85 anos, o itacoatiarense continua a produzir livros – Foto: Divulgação

Entre abrir e fechar

A Biblioteca Municipal havia sido reinaugurada em abril de 2020 depois de ficar quase dez anos fechada, o que voltou a acontecer em dezembro passado. Volta a reabrir nesta quinta-feira.

Administrado pela ManausCult, o prédio guarda cerca de 32 mil títulos, entre jornais, revistas e documentos raros datados do século 17.

Apesar de constar no seu frontão o ano de 1908, sabe-se que no prédio funcionou a ‘Liverpool School of Tropical Medicine’, fundada em 1898, a primeira instituição no mundo a pesquisar e ensinar a medicina tropical.

Destaca-se um nome ilustre que morou e trabalhou no local, o médico canadense Harold Howard Shearme Wolferstan Thomas, ou simplesmente Dr. Thomas.

Dr. Thomas trabalhava para a ‘Liverpool School of Tropical Medicine’, na Inglaterra, e foi enviado a Manaus, em 1905, para estudar a febre amarela na região amazônica. Chegando aqui, o médico trabalhou no laboratório do Dr. Figueiredo Rodrigues montando, depois, seu próprio laboratório de análises clínicas denominado ‘The Yellow Fever Research Laboratory’ e posteriormente ‘Manáos Research Laboratory’, localizado no prédio onde décadas depois viria funcionar a Biblioteca Municipal.

Depois o prédio pertenceu a particulares até ficar abandonado. Em 1995 o palacete foi desapropriado pela prefeitura visando ocupá-lo com a Biblioteca Municipal João Bosco Pantoja Evangelista, criada em 1967, e que ocupara inicialmente um espaço alugado na avenida Joaquim Nabuco. Depois de passar por outros endereços, a Biblioteca funcionou num prédio, na rua da Instalação, até 1997, quando ganhou a sede definitiva, na rua Monsenhor Coutinho, ao lado da praça do Congresso.

Foto/Destaque: Divulgação

Evaldo Ferreira

é repórter do Jornal do Commercio
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