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Bancários mantêm paralisação

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A paralisação dos bancários, que foi iniciada nesta terça-feira (30) seguirá por tempo indeterminado, até os patrões apresentarem proposta que possa ser deliberada em assembleia. A informação foi confirmada na tarde de ontem pelo presidente do Seeb/AM (Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários no Estado do Amazonas), Lindberg Barbosa. Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial de 12,5% (com ganho real de 5%), contratação de pessoal e mais segurança nos bancos.
Barbosa explicou que as negociações em torno do reajuste salarial para a categoria tiveram início no mês de agosto, mas que, até agora, as propostas apresentadas pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não atenderam ao pleito dos trabalhadores. A última reunião entre os sindicatos laboral e patronal aconteceu no último sábado (27), mas a proposta apresentada pelos bancos foi considerada “indecente” pelo Sindicato.
“Começamos a negociar com a parte patronal no dia 10 de agosto, entramos no mês de nossa data-base, que é setembro. Mesmo assim, depois de sete reuniões, vieram com essa proposta indecente na qual propuseram aumento de 7% para 7,35%, mas isso ainda ficou muito distante do nosso pedido. Esse 0,35% representa 0,94% de ganho real. Não chega nem a 1%”, disse.
Para o cálculo da inflação foi utilizado o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que acumulou alta de 6,35% no período de 12 meses encerrado em agosto. A data-base dos bancários para renegociar os contratos coletivos de trabalho é 1º de setembro.
O Comando Nacional reivindica, além do reajuste salarial de 12,5%, PLR de três salários mais parcela adicional de R$ 6.247. Os bancários também querem gratificação de caixa de R$ 1.042,74, gratificação de função de 70% do salário do cargo efetivo e vale-cultura de R$ 112,50.
Sobre possíveis prejuízos à população, Lindberg declarou que são consequências naturais deste tipo de movimento e que a paralisação é consequência da falta de acordo com os empresários.
“Existe um ditado que diz que se uma greve não prejudicar ninguém, ela perde a razão de existir. Infelizmente a sociedade está pagando essa conta, mas a greve é o nosso último instrumento. Começamos a negociar em agosto”, defendeu-se.

Trabalho e segurança
Além da campanha salarial, Lindberg ressalta o pleito por mais segurança nas agências. Segundo ele, muitos bancos insistem em não instalar portas giratórias, detectores de metais e biombos, o que fragiliza os usuários e funcionários dos bancos. “Os bancos alegam que isso é questão de segurança pública; eu defendo que, internamente, a responsabilidade é dos bancos”.
Além disso, o Seeb/AM acredita que as agências do Estado estão com deficiência de pessoal, o que acaba provocando jornada excessiva de trabalho e o não cumprimento da Lei das Filas.
“Parte de nossa campanha salarial tem cunho social para os clientes dos bancos, que é a questão da segurança e de mais bancários. Assim os clientes terão segurança bancária, mais rapidez e um atendimento com mais qualidade”, defendeu.

Balanço
Com 44% das 92 agências bancárias de Manaus paralisadas a partir desta terça-feira, o balanço do primeiro dia de greves foi positivo, na opinião do Sindicato.
“O Balanço é positivo. Considero satisfatório porque, só o Bradesco, por exemplo, tem 71 agências e é um dos bancos mais complicados para aderir às greves, principalmente no fim do mês com pagamento de funcionários públicos e instituições privadas”, avaliou.
Contas a pagar
O Procon orientou, em nota divulgada na noite da última segunda-feira (29), os consumidores a continuarem pagando suas contas, o que pode ser feito pela internet, nos caixas eletrônicos, casas lotéricas, supermercados e agências dos Correios. “A greve é um risco previsto nas atividades de uma instituição financeira, mas se o consumidor tentou outras formas de pagamento e não obteve resultado não poderá arcar com eventuais prejuízos”, explicou a instituição.
A Fenaban ainda esclareceu que apenas 10% das operações bancárias são feitas por meio das agências. A internet representa a maior parcela, com 41% das transações, seguida pelos caixas eletrônicos, com 23%, conforme números correspondentes a 2013. Questionada sobre as reivindicações dos bancários, a Fenaban respondeu que “permanece confiante na manutenção das negociações para um desfecho do acordo coletivo”.
Mas para o Lindberg, essa orientação também prejudica o setor bancário.
“É esta situação que eles procuram para nos prejudicar. O cliente usa o autoatendimento e os bancos dizem que não precisam dos bancários e acabam demitindo os funcionários, que serão substituídos por máquinas ou correspondente bancários como lotéricas e drogarias”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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