Empresas que atuam na contratação de planos de saúde em Manaus, vem apresentando muita demanda nos números de adesão. De acordo com os representantes de planos de saúde, com a alta no número de casos da Covid 19, os novos contratos aumentaram 200% e os pedidos de cotações seguem o mesmo crescimento.
De acordo com a NAB (Nota de Acompanhamento de Beneficiários), do Instituto de IESS (Estudos de Saúde Suplementar), em março, pela primeira vez no ano, os planos de saúde médico-hospitalares voltaram a superar a marca de 47 milhões de beneficiários em todo o País. O saldo de mais de 233 mil vínculos no período entre março de 2019 e o mesmo mês deste ano fez com o que setor voltasse a ultrapassar o número, algo não registrado desde dezembro. O que representa um ligeiro aumento de 0,5% no acumulado do ano.
A região Norte ganhou 10,2 mil novos contratos, ou 0,6%, e o Nordeste registrou um leve crescimento de 0,3%, que corresponde a 19,7 mil novos vínculos. No período de 12 meses, o Amazonas teve um aumento de 3,1%, que equivale a 15 mil contratações de planos. Foi um dos estados que mais cresceu em todo o país.
O levantamento retrata bem este cenário na capital. Por exemplo, a Plural Saúde, administradora de planos, observou uma alta significativa dessas adesões. A supervisora de vendas da empresa, Keite Campos, confirma um salto na sua carteira de beneficiários cerca de 200%. “Muita gente cotando plano. O nosso telefone não para. A população culturalmente está acostumada a tratar e não prevenir. Com a pandemia a busca de um serviço de qualidade tornou-se fundamental para nossa cidade”, avalia.
A empresa contrata na modalidade coletivo por adesão e empresarial – contratado por uma empresa, conselho, sindicato ou associação junto à operadora de planos de saúde para oferecer assistência médica e/ou odontológica às pessoas vinculadas a essa empresa e aos dependentes dessas pessoas. Pode ser um plano de saúde coletivo empresarial ou coletivo por adesão.
Embora a empresa não tenha um perfil pré-estabelecido desses clientes, existe uma busca geral por muitas famílias, que segundo a supervisora, é atribuído ao intuito de cuidar da saúde neste período de pandemia.
Já a corretora de planos de saúde Brasil Safe Seguros, chegou a fechar 230 contratos por mês, considerando os meses de março, abril e segue em maio. Conforme a empresa a categoria que mais cresceu foi o plano individual 75%.
“A precariedade no Sistema SUS do Brasil, é o que tem motivado essa busca. Cerca de 80% da contratação dos nossos beneficiários são os idosos”, afirma Nichollas Antunes, supervisor da corretora.
O superintendente executivo do IESS, José Cechin, comemora o resultado, mas reforça, que o comportamento para o restante do ano ainda é difícil de ser estimado. “Claro que é uma marca relevante e ficamos felizes em saber que mais brasileiros têm alcançado o sonho de contar com plano de saúde. No entanto, devemos ter cautela com o futuro em função do impacto do novo Coronavírus na economia nacional e na oferta de empregos, que influencia diretamente na posse de um plano privado”, comenta. “Vale lembrar que a quarentena e as ações para minimizar o impacto da COVID-19 começaram em meados de março e os resultados serão registrados nas próximas análises”, alerta.
Por dentro
Tanto operadoras de planos de saúde quanto administradoras de benefícios são obrigadas a se registrar na ANS para estarem autorizadas a funcionar. Isso garante que a ANS acompanha as atividades delas e que elas obedecem a uma série de regras de qualidade exigidas pela Agência.
Sobre o levantamento
A análise mostra que alguns indicadores econômicos já mostram que março foi um mês com os primeiros impactos econômicos da pandemia. A Pesquisa Mensal Industrial, divulgada em maio, apontou que a atividade industrial retraiu 9,1% frente a fevereiro de 2020, sendo a maior queda desde 2018.
A boa performance ocorreu em diferentes segmentos. No período de 12 meses encerrado em março deste ano, houve incremento de beneficiários em todas as faixas etárias analisadas na publicação. O aumento continua sendo puxado pela faixa de 59 anos ou mais, que registrou crescimento de 1,8%. Entretanto, as faixas de 0 a 18 anos e de 19 a 58 anos também tiveram ligeira melhora de 0,2% e 0,3%, respectivamente.
Além disso, nenhuma das regiões do País registrou queda no número de beneficiários de planos médico-hospitalares. Com exceção da região Sul, que permaneceu estável, todas as demais tiveram avanço. O destaque fica para o Centro-Oeste, com 1,8% de aumento, o que representa um total de 57,5 mil novos vínculos. Em números absolutos, a região Sudeste teve a melhor performance, com 141,6 mil beneficiários, crescimento de 0,5%.
Segundo a publicação do IESS, o mês de março teve o melhor resultado nos últimos 12 meses, com saldo positivo de mais de 111 mil novas vidas. A boa performance se justifica pela queda no rompimento de contratos com planos de saúde no mês de março, de mais de 100 mil beneficiários em relação aos 4 meses anteriores.
“Continuaremos atentos às mudanças no cenário brasileiro buscando auxiliar na tomada de decisão. Para superar esse delicado momento, precisaremos de um empenho conjunto da sociedade e dos setores público e privado”, conclui José Cechin.
Fonte: Andreia Leite