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Atraso na reforma afeta desempenho do comércio amazonense

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Depois do aquecimento no mês anterior (+4,2%), o comércio varejista do Amazonas reduziu o ritmo em abril e caiu 1,3% no volume de vendas. Mas, ao contrário do levantamento anterior (-0,9%), avançou 6,7% em relação ao patamar do mesmo período do ano passado.

O resultado foi suficiente para tirar o acumulado de 2019 do vermelho (+0,2%), pela primeira vez no ano. Em 12 meses, o percentual de crescimento avançou em relação à marca anterior (+1,3%) e chegou a 1,8%. Os dados foram divulgados nesta quarta (12), pelo IBGE.

No ranking nacional de volume de vendas, o Amazonas ficou em oitavo lugar na comparação entre março e abril e em segundo no confronto com abril de 2018 – só perdendo para Santa Catarina (+6,9%). No acumulado do ano ficou em 16º e, em 12 meses, despontou 13ª na posição, empatado com São Paulo e Mato Grosso. A média nacional nos quatro cenários foi de -0,6%, +1,7%, +0,6% e 1,4%, respectivamente.

Em termos de receita nominal, o comércio do Amazonas reduziu o passo em 1,5% em relação a março, mas subiu 9,7% frente a abril de 2018, elevando os acumulados do ano (+1,7%) – novamente pela primeira vez em 2019 – e de 12 meses (3,4%). Na sondagem anterior, as pontuações ficaram em +5,7%, +0,9%, -0,7% e +2,5%, respectivamente.

O Estado ficou em 21º lugar na comparação mensal – empatado com Alagoas – e em quarto no confronto com abril de 2018 – lado a lado com Roraima. Ficou em 23º no acumulado do ano e em 19º no aglutinado de 12 meses. As médias respectivas do Brasil foram de -0,3%, +7,1%, +4,8% e 5,2% nos quatro cenários.

Varejo ampliado

O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que inclui a atividade de veículos, motos, partes e peças, assim como a de material de construção, teve queda de 0,2% entre março e abril de 2019, após dois meses seguidos de alta (+1,2% e +1,9%). No confronto com abril de 2018, a expansão foi de 5,2%, abaixo do patamar da sondagem anterior (+5,9%). A pontuação também foi positiva nos acumulados do ano (+ 2,9%) e dos últimos 12 meses (+6%).

A receita nominal de vendas do varejo ampliado subiu 0,3% na passagem de março para abril, abaixo das marcas dos dois meses anteriores (+2,2% e +2%). Houve aumento de 8,9% frente a abril de 2018, acima dos patamares de fevereiro e março (+7,6% e +2,7%). No acumulado do ano, a receita avançou 5,2%. Em 12 meses, o desempenho foi andai melhor e chegou a 7,7%.

“A comparação mensal demonstra que as vendas de abril foram inferiores a março, cujo único acontecimento sazonal a seu favor é o Carnaval, um feriado que não costuma potencializar o varejo. A comparação com abril de 2018 mostra um desempenho positivo, mas o acumulado do ano está abaixo de 1%. Ou seja, estamos crescendo muito pouco”, lamentou o supervisor de disseminação de informações do IBGE-AM, Adjalma Nogueira Jaques.

Desemprego e confiança

Com a ressalva de que a base de 2018 não é das melhores, o presidente em exercício da Fecomercio-AM (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas), Aderson Frota, avalia que os efeitos macroeconômicos das brigas políticas em Brasília – alta do dólar e queda na bolsa – ajudaram a pior a economia nacional, com reflexos mais evidentes no desemprego e queda da confiança do consumidor.

“Havia uma expectativa inicial de que a Reforma da Previdência já estivesse encaminhada em abril, o que não aconteceu. Isso gerou efeitos nos investimentos e no consumo, pois o consumidor já não é mais alheio a esses fatores e se manifesta política e economicamente em relação a eles”, ponderou.

No entendimento do dirigente, os números de maio devem ser melhores para o comércio varejista do Amazonas, não apenas em função do Dia das Mães, mas em virtude da melhora do cenário econômico nacional. “Várias empresas já anunciaram investimentos no país e isso vai produzir efeitos positivos na economia”, antecipou.

Mais cético, o presidente da ACA (Associação Comercial do Amazonas), Ataliba David Antônio Filho, concorda. O dirigente considera os números abaixo do desejável para o setor e diz que resultados melhores só virão depois que as reformas deslancharem no Congresso.

“A economia está funcionando em função dessa expectativa, com alguns soluços nas datas comemorativas, mas com números muito tímidos para as necessidades do setor. Vemos bons resultados no varejo de veículos e material de construção, mas a alta só vai ser sustentável quando os setores que abastecem os lojistas também crescerem. E isso depende de confiança”, ressalvou.

“Não passo discutir com os números. Mas, conversando com os lojistas e acompanhando nossos levantamentos, ainda não sentimos essa melhora tão substancial. Houve um pequena elevação, mas 2018 teve uma base muito rasa. Acredito que o Dia dos Namorados e a injeção da antecipação do 13º salário da Prefeitura devem dar algum ânimo, mas o crescimento ainda não sinaliza ser sustentável”, arrematou o presidente da FCDL-AM (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Amazonas), Ezra Azury.

 

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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