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Amazônia mais sustentável: a nova ZFM

Amazônia mais sustentável: a nova ZFM

“Não precisamos dos bancos para novos diagnósticos. Já temos e sabemos o que dá certo. Se estiverem dispostos, vamos criar fundos de investimentos com taxas positivas e construtivas a favor da sociedade e menos da acumulação desmedida.”

Wilson Périco (*) [email protected]

A experiência de juntar entidades para enfrentar problemas do Polo Industrial de Manaus, de tão vencedora, precisa e vai continuar!  Há seis meses a vida seguia em seus trancos e barrancos habituais, tanto na economia como no tecido social. E aí chegou a pandemia, como um tsunami destruidor. Criamos um Comitê Industria ZFM-Covid-19, das entidades responsáveis pelo Polo Industrial de Manaus, FIEAM, CIEAM, ELETROS e ABRACICLO para enfrentar o caos que se postou à nossa frente. Durante vinte conferências, de março a agosto, demos o nosso melhor, trocando ideias e propostas de ação para acudir os mais atingidos e resguardar empregos, ou seja, manter a economia em pé. Conseguimos com a ajuda de um mutirão de primeira linha. Empresas e seu colaboradores do cotidiano se revelaram heróis, agentes de primeiro escalão do governo estadual e federal,  bancada parlamentar, notáveis em economia, tributos, marcos regulatórios, etc., etc… aqui passaram para, todos voluntários da resistência e da persistência, agregar conteúdos, acordos, colaboração. Montamos um grupo de Ação Social Integrada, um orgulho de toda a tropa, e outro para planejar a socioeconomia no pós-pandemia. E é sobre este que iremos comentar, sublinhando, porém, a gratidão e as felicitações de todos para todos. Este grupo lançou as bases do que estamos chamando a Nova Zona Franca de Manaus.

Pesquisa, desenvolvimento e inovação

Partimos, do mapeamento de desafios locais e nacionais, pois de nada adiantaria encontrar uma solução doméstica desconectada da economia e dos embaraços do Brasil. Assim como a economia do Amazonas, baseada no Programa Zona Franca de Manaus, está buscando sua inserção competitiva na Reforma Tributária, assim também o Brasil está em busca de um novo ciclo de desenvolvimento socioeconômico sustentável. Não podemos seguir indiferentes à persistência das desigualdades de renda, de oportunidades e tanta disparidade entre Norte e Sul, para dar um exemplo. Um dos desafios é assegurar os investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação para, atentos aos avanços da Indústria 4.0, instalar a indústria do conhecimento. Sem essa providência vamos seguir patinando. E, é claro, isto supõe a Reforma Fiscal, Administrativa e dos Gastos Públicos. Precisamos, para continuar esse mutirão de conquistas, unir esforços: entidades de classes, Suframa, a bancada federal, a governança estadual e todos que se disponham ao enfrentamento dos desafios. Mais unidos, mais fortes e criativos.

Entre os cinco maiores contribuintes da Receita

Qual a nossa contribuição para avançar essas propostas? Ora, o Polo Industrial de Manaus é um grande gerador de recursos, portanto de receita. Foi esta a finalidade constitucional que autorizou a contrapartida fiscal de 8% dos gastos tributários para gerar riquezas que possam reduzir as diferenças socioeconômicas da Amazônia em relação ao Sudeste do país. Não há, entretanto, gestão pública deste recurso tão essencial para esta região e para o país. Isto precisa mudar para sairmos da mesmice estéril. Além de colocar o Amazonas entre os 5 maiores contribuintes da arrecadação federal, o Programa mantém mais de 95% da cobertura vegetal do Estado. Os recursos aqui produzidos, portanto, podem  viabilizar a Bioeconomia sustentável como meio de diversificação produtiva da indústria em Manaus. Isso implica, decisivamente, em manter o programa ZFM, onde são geradas as condições financeiras dessa nova matriz de desenvolvimento econômico e de mais empregos, além dos atuais 500 mil gerados a partir de Manaus, segundo o IBGE.

Fundos de investimentos

E de que precisamos para deslanchar mais uma batalha de construção de saídas na guerra contra o boato em nome da criação de fatos e conquistas que realmente importam? Temos que assegurar a aplicação regional da riqueza aqui gerada. Não precisamos dos bancos para novos diagnósticos. Já temos e sabemos o que dá certo. Se estiverem dispostos, vamos criar fundos de investimentos com taxas positivas e construtivas a favor da sociedade e menos da acumulação desmedida. Projetos não faltam na diversificação econômica. Deixamos, claro, porém que nenhum deles poderá prescindir da indústria aqui instalada e seus benefícios consolidados para prosperar. No mais, vamos juntos adensar as fileiras da qualificação técnica, educacional e profissional. Vamos reduzir a maldita cangalha burocrática e, como sugerimos historicamente, que sejam investidos 5% do montante de recursos aqui gerados para instalação de uma infraestrutura de transportes, energia e comunicação. Eis o esboço do que o Comitê Industria ZFM-Covid-19 , 20 Conferências depois, chamou de Nova ZFM, e sua disposição de integrar-se  ao que gostaríamos de chamar de um Novo Brasil. Para nós, vale registrar, a luta apenas começou.

(*) Wilson é economista, empresário e presidente do CIEAM, Centro da Indústria do Estado do Amazonas

*Esta Coluna é publicada às quartas, quintas e sextas-feiras, de responsabilidade do CIEAM. Editor responsável: Alfredo MR Lopes. [email protected]

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A missão e fortalecer, integrar e promover o desenvolvimento da Indústria do Estado do Amazonas, assegurando a sua competitividade
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