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Amazonas terá mais lotes de vacinas da AstraZeneca e Coronavac

Amazonas terá mais lotes de vacinas da AstraZeneca e Coronavac

Em meio a denúncias de desvio de vacinas em Manaus e nos municípios do interior, o governo do Estado aposta em aumentar a cobertura vacinal na região contra o novo coronavírus. A esperança chega com a decisão de governadores de repassar 5% dos próximos lotes dos imunizantes distribuídos em todo o País para o Amazonas.

A proposta obteve o apoio unânime dos outros Estados durante a reunião do Fórum Nacional de Governadores do Brasil que aconteceu na quinta-feira (21), de forma virtual. Pelo acordo, as próximas remessas das vacinas AstraZeneca e da Coronavac serão destinadas para o Amazonas já com acréscimo nesse porcentual.

Na sexta (22), chegaram ao Brasil 2 milhões de doses da AstraZeneca enviadas pelo governo da Índia. Depois de tanta polêmica e atropelos nas relações diplomáticas, o país indiano decidiu vender o imunizante pelo dobro do preço.

O Ministério da Saúde ainda não anunciou quando as novas remessas de imunizante serão repassadas aos Estados. O repasse só vai acontecer mesmo depois de uma avaliação acurada pelo Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sobre qualidade e eficácia.

Segundo o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), uma maior celeridade da imunização no Estado será importante para o controle  da pandemia de Covid-19, que já tirou a vida de 6.757 amazonenses.

“Medidas como essa são muito importantes para o momento que o Amazonas vive agora. Estamos em guerra contra o vírus, e trabalhando dia e noite para normalizar o abastecimento de oxigênio em nossas unidades, assim como ampliar o número de leitos. Mas precisamos imunizar as pessoas com mais rapidez para que haja um controle mais célere da pandemia”, disse o governador.

O problema é que o Estado vive uma crise por conta das denúncias de desvio de vacinas e de supostas ocorrências de ‘fura-fila’ durante a campanha de vacinação. A primeira fase contemplou profissionais de saúde e indígenas, mas são investigados indícios de que pessoas sem esse perfil teriam sido vacinados indevidamente.

E essas possíveis irregularidades teriam envolvimento até de juízes, políticos e seus familiares e pessoas de alto poder aquisitivo, cerceando o direito à vacinação de quem corre o maior risco de contágio nesse momento da pandemia com a nova variante da Covid-19.

O TCE-AM (Tribunal de Contas do Estado do Amazonas) deu 72 horas para as Secretarias de Saúde do Estado e do Municípios divulgarem a lista das pessoas vacinadas na primeira fase da campanha de imunização. E sugeriu ainda a demissão dos dois secretários das pastas.

Os rumores que ecoaram até no Palácio do Planalto levaram a prefeitura de Manaus e o governo a suspender temporariamente a vacinação no Estado. Até o último sábado, não havia ainda sido definida a retomada dos trabalhos.

O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante) atribuiu a ação de uma ‘milícia digital’ para prejudicar a vacinação no na capital e no interior. “Não existem desvios de vacinas e nem de funções. O momento é de união para salvar vidas e evitar o maior número de mortes”, reagiu o novo gestor que há apenas 24 dias está no comando da nova prefeitura.

Maior repasse de vacinas

Autor da proposta de repassaar 5% dos próximos lotes de imunizantes ao Amazonas, o governador Wellington Dias, do Piauí, afirmou que a divisão das vacinas é uma questão humanitária. A ideia é que assim que tiverem as vacinas, em cima do total que será destinado pelo Ministério da Saúde a cada Estado, sejam separadas 5% para a região, ressaltou ele.

“Amigos, o que vou defender aqui é uma questão humanitária. Participei agora de reunião sobre Manaus e a situação é muito séria, e já se espalha na região. A transmissibilidade é alta”, salientou Dias, que é presidente do Consórcio Nordeste e coordenador da Temática de Vacina no Fórum dos Governadores.

“Foi apresentada por equipe técnica a destinação de uma cota de vacina da nova remessa para lá (Amazonas). (…) Tira 5% do total e faz a partilha do restante”, explicou o governador piauiense.

Com as vacinas encaminhadas pelo Ministério da Saúde, neste primeiro lote, o Amazonas vai imunizar 130.463 pessoas, a maioria população indígena. Serão atendidos 100.642 índios aldeados. A fase também contempla 60 pessoas com deficiência que moram em abrigos e 400 idosos que vivem em asilos.

Além disso, as vacinas distribuídas pelo Ministério da Saúde vão conseguir atender, neste momento, 34% dos profissionais de saúde, o equivalente a 29.361 trabalhadores. Cada pessoa recebe duas doses da vacina, segundo o governo do Amazonas

O governador de São Paulo, João Dória, anunciou a doação de 50 mil doses da vacina Coronavac ao Estado do Amazonas. Mas o lote ainda não havia sido enviado ao governo estadual até o fechamento desta edição.

Marcelo Peres

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