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Alvorada, das palhas ao crescimento

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onsiderado o maior bairro da Zona Centro-Oeste de Manaus, o Alvorada surgiu no final da década de 60, a partir de uma extensa área verde, onde era comum ver inúmeras palmeiras, que após serem derrubadas, deram lugar a casas construídas com estacas, cercadas de papelão e cobertas de palhas, passando a chamar-se, por isso, de “Cidade das Palhas”.

Maria Helena mostra fotos da época em que chegou ao bairro

De acordo com a aposentada Maria Helena, 69, moradora desde a fundação do Alvorada I, quando chegou do Acre para morar na então Cidade das Palhas, era tudo muito difícil. “O bairro era uma imensa mata, as ruas eram de barro batido, não tinha luz elétrica e nem água encanada. O abastecimento de água, nas poucas casas de palhas existentes no local, era feito pelos carros-pipas”, relembra a idosa.

Um dos pioneiros do bairro, José Nazareno, 68, que até hoje mora no Alvorada I, confirma os relatos feitos por historiadores amazonenses, que foi o engenheiro agrônomo Cezar Najar o fundador do Alvorada, por se sensibilizar  com a realidade em que viviam os moradores da favela flutuante (locados às margens dos rios do centro da capital desde 1920) e junto aos amigos, criou um bairro onde essas pessoas pudessem viver mais tranquilas.

Assim, foram abertos caminhos, feita a topografia, o arruamento e a divisão dos lotes da comunidade. Com tendência ao crescimento, o bairro inicia seu processo de expansão em 1970, com a vinda de novos habitantes que formaram as Alvoradas II e III.

Conforme contam moradores antigos do bairro, o nome Alvorada foi dado pelo locutor de rádio J.Aquino (conhecido popularmente como Carrapeta) que se referia à comunidade ressurgente como o  “Novo Alvorecer” enquanto transmitia seu programa.

O bairro que completou seu cinquentenário no último dia 02 de junho, possui cerca de 66.227 habitantes, segundo o último censo (2010) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Agregados à área do Alvorada I, II e III estão os conjuntos Ajuricaba, Jardim Juruá, Canaã, Flores II, além dos loteamentos, São João Batista, Jardim do Éden, Promorar Alvorada (Dom Bosco) entre outros, cujos moradores reclamam da falta de segurança nas redondezas.

Segurança é necessário

Para a técnica de enfermagem, Carla Pedroso, 43, que é moradora da comunidade desde seu nascimento, os serviços de segurança pública nas redondezas não são suficientes, já que não atendem à demanda.

“Eu já fui assaltada na rua da minha própria casa. Aqui no bairro é difícil ver a ronda da polícia para inibir a ação dos bandidos, então os moradores se unem para pagar uma ronda comunitária só assim nos sentimos mais seguros”, desabafa a moradora.

Segundo a coordenação da associação de moradores, foram muitos os avanços ao longo desses 50 anos de existência tais como: recapeamento e sinalização das ruas, a construção da maternidade Gilberto Mestrinho, o Serviço de Pronto Atendimento (SPA) do bairro, mas ainda há outras melhorias a alcançar como converter o Centro Socioeducativo Dagmar Feitosa em um Centro de Convivência da Família e obter segurança mais ostensiva e eficaz nas ruas e escolas da região.

Tido com um forte centro de compras da cidade, o bairro dispõe de diversidade em empreendimentos comerciais como: lojas de construção civil, drogarias, mercearias, restaurantes, pizzarias, além de lojas de confecções e até buffets.

Empresária Myrla Noronha em seu Buffet na Alvorada

A empresária, Myrla Noronha, 43, proprietária de um buffet referência numa das principais vias do bairro, conta que enfrentou muito preconceito ao projetar a inauguração de sua casa de festa. “Eu nasci e me criei aqui no Alvorada e logo que tive uma oportunidade de montar o meu próprio negócio quis abri-lo aqui na comunidade, contrariando aos que diziam que buffet não dá certo em bairro e hoje o empreendimento faz tanto sucesso que realizo 24 eventos por mês, praticamente um por noite”, comemora.

Unidos da Alvorada

A quadra é onde acontecem eventos antes do Carnaval

Na área de lazer, o bairro conta com algumas quadras de esporte para as práticas desportivas. Já no aspecto cultural o maior entretenimento acontece nos meses que antecedem ao carnaval, quando os moradores organizam ensaios, arraiais, sorteio de brindes e bingos, cujos valores arrecadados ajudam junto ao incentivo dado pelo governo a financiar os gastos com o desfile da escola de samba local.

De acordo com o Presidente da Escola de Samba Alvorada, Joacy Castelo, 58, que mora no bairro desde a década de 70, o grêmio recreativo foi criado para engrandecer o nome do Alvorada. “O trabalho à frente de uma escola de samba não é nada fácil. Logo que acaba um carnaval o trabalho já recomeça com a escolha do enredo para o ano seguinte. Promovemos o entretenimento durante todo o período que antecede o carnaval com as eliminatórias para a escolha do novo samba, época em que também é escolhida a rainha da bateria e demais representantes de nosso carnaval.

Para o presidente, o investimento no carnaval não se resume apenas em folia, mas representa a alta no índice da geração de emprego, aumento de vendas no comércio, fluxo no turismo e melhor movimento no ramo da hotelaria, ao contrário do que pensam determinadas pessoas que têm o carnaval somente como festa e curtição.

INFOGRÁFICO

NOME: Alvorada

FUNDAÇÃO: 02 de junho de 1969

POPULAÇÃO: 66.227 habitantes

ELEITORES: 48.607

CARACTERÍSTICA PECULIAR: É o maior bairro da Zona Centro-Oeste

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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