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Alíquota de concentrados deve ficar em 8% após ajustes do governo

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A alíquota de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os concentrados de bebidas fabricados na ZFM deve ser fixada em 8%, conforme antecipou o titular da Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Alfredo Menezes, em suas redes sociais, e em comunicado distribuído à imprensa, nesta quarta (15).

Em entrevista coletiva no mesmo dia, postada em seu perfil do Facebook, o presidente Bolsonaro confirmou que assinará decreto referendando o percentual do incentivo em 8% e que isso só não foi feito antes em razão de um mal entendido e que já conversou com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Também antecipou que a alíquota será gradualmente rebaixada, até chegar novamente a 4% no prazo de “dois ou três anos”.

Em vídeo postado no mesmo dia, nas redes sociais do deputado federal Silas Câmara (PRB), o presidente apareceu ao lado do parlamentar para reforçar seu compromisso com a Zona Franca e seu papel na garantia da soberania nacional, dizendo que está tudo acertado e que “o setor de xaropes” continuará nessa “escadinha” para que “todos possam se adequar e não ter prejuízo”. Na sequência, o deputado agradeceu a Bolsonaro por sua “sensibilidade e comprometimento com a Amazônia e com o Brasil”.

Resposta antecipada

A resposta informal do Planalto veio com 24 horas de antecedência em relação ao prazo pedido pelo Ministério da Economia para dar uma resposta ao pleito, intermediado pela bancada amazonense. O prazo foi acertado em conversa telefônica entre o presidente da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) do Senado e líder da bancada amazonense no Congresso, senador Omar Aziz (PSD-AM), com o ministro Paulo Guedes. A linha de diálogo foi construída após reunião extraordinária entre os parlamentares, em Manaus. Alguns estavam dispostos a retaliar em pautas de interesse do governo federal. 

Um dos pilares da Zona Franca, o incentivo é importante para garantir o creditamento do IPI pago pela clientela da indústria local, que não usufrui do mesmo benefício. É um diferencial competitivo que, ao ser reduzido de 20% para 4% pelo governo Temer, em 2018, causou o encerramento das atividades da Pepsi Cola em Manaus. Calcula-se que o achatamento dos créditos tributários geraria perdas de R$ 2,1 bilhões para as fábricas da ZFM, em 2020. De seu lado, a União poderia “economizar” R$ 800 milhões com a medida.

Em matéria publicada em 13 de novembro, o Jornal do Commercio já havia antecipado que a alíquota seria fixada em um valor entre 8% e 10%, conforme conversa travada entre o presidente Bolsonaro e o superintendente Alfredo Menezes. O novo percentual teria validade de seis meses, para ser revisto novamente em junho. A não publicação de um decreto confirmando esse valor em tempo hábil, contudo, fez com que a alíquota fosse revertida aos 4% previstos pelo decreto anterior do governo Temer (9.394/2018).

“Compromisso mantido”

Nesta quarta (15), logo depois de ter retornado de viagem de férias com a família, aos Estados Unidos, o superintendente embarcou imediatamente em um avião com destino a Brasília, para cumprir “extensa agenda de compromissos”, segundo informa o texto distribuído pela Suframa. “O presidente mantém seu compromisso com a Zona Franca e com o Brasil e o valor deverá ser fixado em 8%, como era o esperado”, frisou Menezes.

Estudos técnicos que recomendam a elevação dos atuais 4% para 8% na alíquota do IPI foram desenvolvidos com a participação da Suframa, Sepec (Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade) e ABIR (Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e Bebidas não Alcoólicas), durante os últimos seis meses. 

No mesmo dia, o titular da Suframa publicou em suas redes sociais uma nota em que diz acreditar que o restabelecimento da alíquota em 8% “vai proporcionar segurança jurídica para o setor, além de tranquilizar todos os agentes envolvidos”.

“Melhor que nada”

Indagado pelo Jornal do Commercio se a nova alíquota de 8% – e sua regressão gradual prevista – seria suficiente para garantir a competitividade dos fabricantes de concentrados da ZFM, o vice-presidente da Fieam reforçou que o ideal, do ponto de vista da entidade é que a alíquota dos concentrados fosse revertida ao seu percentual original de 20% ou, pelo menos, para a metade disso.

“Mas, se o setor diz que está bom, melhor que nada. Falei com o superintendente por telefone, nesta manhã, e ele me disse que os representantes da ABIR, da Coca Cola e da Ambev foram consultados e concordaram. O superintendente deve retornar a Manaus nesta sexta [17] e, até lá, acho que as coisas devem estar encaminhadas. Nas condições atuais, está difícil atrair investimentos, mas temos confiança de que as coisas vão melhorar”, encerrou Nelson Azevedo.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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