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Acionista exerce opção, supera Bunge e fica com 100% da Vertente

Após mais de dois meses de uma complexa negociação, a Húmus Agroterra ampliou de 50% para 100% sua participação na Usina Vertente, por meio do exercício do direito de preferência que tinha como sócia. A operação impediu que a multinacional Bunge finalizasse a aquisição de todas as seis unidades do Grupo Moema, do qual fazia parte a Vertente, unidade produtora de açúcar e álcool localizada em Guaraci (SP).

O acordo para manter a usina foi finalizado após uma série de reuniões entre quinta, 4, e sexta, 5. Mas o primeiro passo para manter a Vertente sob o controle da tradicional família Marchesi foi dado durante as negociações para a aquisição das cinco usinas do grupo Moema – Moema, Frutal, Itapagipe, Ouroeste e Guariroba – pela Bunge.

Primeiro a Húmus trocou os 30% que detinha na Usina Guariroba por uma fatia igual na Vertente. O negócio foi feito junto à Moemapar, que detinha os 50% restantes da Vertente e que foi vendida para a Bunge. Na operação, finalizada hoje, além de concretizar a operação de transferência dos 30% da Moemapar, a Húmus exerceu o direito de preferência sobre os 20% restantes, pelos quais pagou cerca de R$ 50 milhões.

Durante as negociações para a aquisição do Grupo Moema, a Bunge sempre manteve a posição, em seus fatos relevantes divulgados na Bolsa de Nova York, que tinha interesse em ficar também com a Vertente. Para isso, a multinacional oferecia troca de ações para a aquisição, ou mesmo um pagamento em dinheiro, desde que com deságio.

“A Vertente é uma usina moderna, que está indo para sua sexta safra de cana e com um endividamento muito baixo, de cerca de 30% do faturamento; seria uma judiação vendermos a empresa para a Bunge justamente agora que temos vários projetos para ampliá-la”, disse o diretor da Húmus, Hugo Cagno Filho.

Segundo ele, os planos de crescimento consistem na ampliação da capacidade de moagem, hoje em 1,6 milhão de toneladas de cana-de-açúcar por safra, para 2,3 milhões de toneladas. A cogeração de energia a partir da biomassa deve ser ampliada de 3 megawatt/hora (MWh) para 30 MWh. Com a atual moagem, a Vertente produz 72 milhões de litros de etanol e 117 mil toneladas de açúcar. Em torno de 30% da cana processada é própria e o restante vem de fornecedores. A safra 2010 deve começar em 20 de março.

Procurada, a Bunge não se pronunciou sobre o assunto. No entanto, a perda da Vertente já era considerada certa no começo desta semana pela multinacional. Um executivo da companhia afirmou, à Agência Estado, que a multinacional seguirá em negociação com outras empresas e que priorizará ainda os projetos de novas usinas, chamados de greenfield. Hoje, a Bunge é acionista majoritária em dois projetos de novas usinas: uma em Ponta Porã (MS) e outra em Pedro Afonso (TO). Além disso, controla a Usina Santa Juliana, na cidade homônima de Minas Gerais.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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