Luiz Augusto Barreto Rocha
presidente do Conselho Superior do Centro da Indústria do Estado do Amazonas – CIEAM
As entidades de classe da indústria amazonense, CIEAM, FIEAM, Abraciclo e Eletros, estiveram em Brasília, realizando interlocuções políticas indispensáveis ao momento de transição governamental e de reformas.
O Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) também interagiu com a mídia, esclarecendo ao país o que é a Zona Franca de Manaus (ZFM). Nestas entrevistas fomos enfáticos sobre os impactos positivos da indústria amazonense, ressaltando que ela é indispensável. Observamos as expressões de surpresa quando falam que a UEA é a maior universidade multicampi do Brasil, presente nos 62 municípios do Amazonas, sendo integralmente mantida com os impostos das indústrias aqui instaladas.
As manchetes da mídia nos alertam sobre o que não pode ser feito com o bioma ou o que acontece em termos de danos regionais e globais quando falta conhecimento e comprometimento com as fragilidades e efetivas potencialidades da região amazônica. Em resposta, ressaltamos que dentre os propósitos da Constituição Federal do Brasil está “erradicar a pobreza e reduzir as desigualdades sociais e regionais”.
Há clareza sobre o que é necessário fazer pela Amazônia, mas é necessário seguir a informar o que já vem sendo feito: apenas em 2022 as empresas do Polo Industrial de Manaus faturaram US$ 32 bilhões e foram agregados US$ 8 bilhões à região, com salários, fundos e contribuições.
De 2000 a 2018, em moeda corrente, foram gerados U S$ 148.5 bilhões pelo Amazonas e no mesmo período US$ 38.3 bilhões foram agregados na região. Necessário falarmos da governança destes recursos, para que ocorra a redução das desigualdades regionais. Também esclarecem os que na estrutura tributária da indústria da ZFM não existem gastos públicos.
Se for suspensa a compensação fiscal às empresas aqui instaladas, estas não migrarão para o Sudeste ou para o Nordeste e sim para o México ou para o Paraguai, dentre outros países.
O clima foi de ampliação da interlocução e dos necessários esclarecimentos, afinal a informação é indispensável para a superação dos preconceitos. Estaremos em Brasília e onde mais for necessário para detalhar e reafirmar que a melhor maneira de proteger os recursos naturais da Amazônia e a sua biodiversidade é pela promoção do desenvolvimento sustentável.
Isso significará atender às demandas sociais e proteger ou repor os estoques naturais, como afirma a Agenda 21 brasileira. Precisamos lembrar das oportunidades que podemos proporcionar ao Brasil se conseguirmos vencer a sabida insegurança jurídica que nos aflige frequentemente: a cadeia global de suprimentos foi rompida e é neste contexto que a capacidade industrial instalada em Manaus está de prontidão e apta a realizar a produção de suprimentos de todo tipo de insumos, muitos deles com escassez de oferta.
O melhor ingrediente para avançar nesta direção é resgatar, alinhar e fortalecer a interlocução com os governos local e federal, este último sob a coordenação da Suframa, amparada por 56 anos de experiência e pelos dispositivos constitucionais.
Sigamos em frente, com as lideranças empresariais firmes e com uma bancada política federal reconhecida e atuante. O propósito do CIEAM é “ser protagonista na sustentabilidade da indústria do Amazonas, vetor regional para o desenvolvimento do Brasil”. Desta forma, seguiremos, sempre esclarecendo ao país a nossa importância, de forma altiva e com um exemplar da Carta Magna debaixo do braço.