10 de dezembro de 2024

O exemplo da Semed em 2012

*Augusto Bernardo Cecílio

   Bons exemplos devem ser relembrados. A Secretaria Municipal de Educação/Semed instituiu no ano escolar de 2012 a temática “A Escola na construção da cidadania”, sensibilizando educadores e toda equipe pedagógica das escolas municipais a disseminar efetivamente a cidadania nos espaços escolares. 

   Cotidianamente as escolas buscaram promover a cidadania junto aos estudantes através de ações de Educação Ambiental e do Programa Municipal de Educação Fiscal, que aliados aos projetos desenvolvidos pelas escolas, fomentaram ações de cidadania com foco na disseminação de valores e na concretização de uma proposta sólida de Agenda Ambiental Escolar, promovendo o cuidado com o meio ambiente integrado à preocupação com os gastos públicos, em virtude do mau uso de um bem público, garantindo-se, dessa forma, o fortalecimento de valores, hábitos, atitudes e comportamentos que possibilitassem o pleno exercício da cidadania.

   Desta forma foram cumpridas diretrizes de um dos eixos norteados dos Parâmetros Curriculares Nacionais, que prima pelo fortalecimento da Educação Básica voltada para a cidadania como uma das formas de contribuir para a melhoria da qualidade do ensino, visando, também, atender ao que determina a Lei de Diretrizes e Bases.

   A Secretaria propôs uma educação para a cidadania porque compreendeu que direitos humanos e cidadania significam prática de vida em todas as instâncias de convívio social dos indivíduos: na família, na escola, no trabalho, na comunidade, na igreja e no conjunto da sociedade. Em 2012 dispôs de uma equipe de educadores municipais para trabalhar com formação de hábitos, atitudes e mudanças de mentalidades calcadas nos valores da solidariedade, da justiça e do respeito ao outro, em todos os níveis e modalidades de ensino.

   Naquele ano, juntos, educadores e educandos, consolidaram a “Rede da Cidadania” na prática pedagógica através de vários temas e ações, tais como direitos e deveres do aluno; preservação do patrimônio público; promoção de uma educação de qualidade; Projeto Minha Escola é tudo de bom; Cidadania não tira férias; Abraço solidário na escola; Projeto Eleitor do Futuro e Fortalecimento da gestão democrática;

   Esse verdadeiro mutirão de boas práticas mereceu elogios e apoio da sociedade, até porque é muito interessante quando a escola vai muito além do que é praticado na sala de aula, dentro dos conteúdos das disciplinas que formam a grade curricular.

   É fundamental que temas de importância e de urgência social sejam abordados de forma sistemática, tais como a questão do meio ambiente, das doenças sexualmente transmissíveis, da violência urbana, da invasão das drogas, dos males e prejuízos causados pela pirataria, da violência no trânsito, do alcoolismo, da importância de se mostrar para a população de onde vem o dinheiro público e em que é aplicado.

   E que a base de tudo é a formação do cidadão por inteiro, pois cidadania é uma via de mão dupla, e ela só se completa quando os direitos e deveres são observados e cumpridos.

   Quando se fala em cidadania, vemos que o ponto de partida é o voto responsável e consciente, pois das urnas sairão as autoridades que comandarão os destinos dos municípios, dos estados e do Brasil. Além disso, os eleitos serão os responsáveis pela aplicação dos recursos públicos, colocando à disposição da sociedade serviços públicos, que sempre almejamos serem de qualidade.

   Por fim, na nossa cidade muitas mudanças pedem urgência, principalmente quando se percebe que boa parte da população não respeita o bem público, que é patrimônio coletivo. Daí surgem os viadutos pichados, escolas e equipamentos atacados por vândalos, além do desrespeito pelo ser humano, quando se percebe que as pessoas já não se cumprimentam com simples palavras tais como “bom dia, muito obrigado, com licença, por favor, até logo”, e tantas outras faltas de cortesias, que certamente só a educação é capaz de combater e mudar.

*O autor é auditor fiscal da Sefaz.

Augusto Bernardo

é auditor fiscal de tributos estaduais da Secretaria de Estado da Fazenda do Amazonas e educador. Foi um dos fundadores do Programa Nacional de Educação Tributária (atualmente nomeado de Educação Fiscal).

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