9 de dezembro de 2024

Gratidão e Esperança

Hoje, no meu último artigo de 2023, escrevo sobre gratidão, tema que marcou profundamente a minha vida durante este ano. Mais apropriadamente: gratidão pelas vitórias conquistadas — e foram muitas — certamente o espaço aqui seria pequeno para descrevê-las, tanto do ponto de vista pessoal como na esfera profissional; e também sobre esperança: esperança de dias melhores, de uma cidade melhor, de um país melhor, de um mundo melhor para todos em 2024.

Começar o ano novo agradecendo é um gesto de grandeza do espírito humano, porque, segundo Epicuro, “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo”. Dessa forma, a gratidão é uma emoção que nos ensina a apreciar as coisas boas e simples da vida, criando uma corrente de positividade. Sendo assim, nesse finalzinho de ano, lembre-se de tirar um tempo para refletir e agradecer por tudo que você passou, viveu e superou durante este ano de 2023.

Os psicólogos são unanimes em afirmar que a gratidão é uma sensação prazerosa que realmente causa transformações no estilo de nossa vida. Ser grato faz toda a diferença. Geralmente quem é grato torna o ambiente alegre, festivo, leve, e acolhedor; sabe lidar com perdas e frustações, controla a ansiedade, é paciente, tolerante e respeitoso. O amor e a justiça são os prêmios de quem é agradecido. Seja grato! Nunca perca a gratidão do seu coração! 

Neste sentido, você já agradeceu pelo ano que está acabando? Não? A psicologia ensina que você não precisa esperar que grandes coisas aconteçam na sua vida para você ser grato. Você pode ser grato pelo ar que respira, pela alimentação, pelo trabalho, pela saúde, pelo novo amanhecer. Como nos ensinou Honoré Balzac: “A gratidão perfuma as grandes almas e azeda as almas pequenas”. A sabedoria da vida está em ser grato nas pequenas coisas. 

Por outro lado, o que você espera do ano que vai iniciar? Quais são as suas esperanças? A esperança é o alimento dos homens que realizam grandes coisas, como, por exemplo, viver. Quer empreitada mais difícil de realizar do que viver? Como filósofo penso que o segredo de uma vida feliz está no coração, ou seja, a solução almejada está dentro de cada um de nós. Olhar para dentro de si e ver, sem julgamentos, seus desejos, ambições, amores, dores e medos é o primeiro passo para o crescimento espiritual e para a transformação da forma de viver.

Sendo assim, o filósofo Sartre tinha razão quando dizia: “É preciso explicar por que o mundo de hoje, que é horrível, é apenas um momento do longo desenvolvimento histórico e que a esperança sempre foi uma das forças dominantes das revoluções e das insurreições. E eu ainda sinto a esperança como minha concepção de futuro”. Sem esperança não somos nada, a vida não tem sentido algum; sem esperança nos perdemos no palco da existência.

Portanto, a esperança é aquela força que nos devolve a vontade de viver. Quando tudo estava perdido, quando tudo não dava certo, você foi lá e acreditou. Sua força de vontade, de superar os problemas, lhe fez criar coragem para vencer na vida. Ou seja, a esperança é o oxigênio de toda pessoa vitoriosa e quem não tem esperança não tem futuro. Seja uma pessoa esperançosa, nunca perca a coragem, porque o medo é o prêmio final dos covardes. 

Para são Paulo, a esperança é fundamental na vida humana. Dizia ele: “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração” (Romanos 12:12). Com isso, o Apóstolo está dizendo que não devemos ser pessimistas, nos desesperar diante das dificuldades, do insucesso, da queda, mas confiar porque “Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito” (Romanos 8:28).

Por fim, quando somos agradecidos e temos como meta a esperança coisas maravilhosas acontecem em nossas vidas. Deus nos concede paz e sabedoria para tomar as melhores decisões, seja no campo pessoal ou profissional. Quando não temos nenhuma dessas virtudes, ficamos como um barco à deriva, perdidos. Desejo para todos os leitores do Jornal do Commercio, amigos e familiares um  Feliz 2024.

Luís Lemos

É filósofo, professor universitário e escritor, autor, entre outras obras, de "Filhos da Quarentena: A esperança de viver novamente", Editora Viseu, 2021.

Veja também

Pesquisar