As ações corretivas centradas nos componentes da inovação muitas vezes têm início antes que o próprio componente apresente falhas, defeitos ou outros tipos de conformidades mais graves. Quando isso acontece, as ações são ditas preventivas, para evitar que elas aconteçam. Por essa razão, durante o processo de inovação é estabelecido o tempo de funcionamento de cada componente e seus subcomponentes, cujo cronograma e indicadores (como o número de produtos gerados, por exemplo) precisa ser acompanhado, para que as ações possam ser realizadas a contento. Consequentemente, as falhas nos atributos dos componentes ajudam a perceber as desconformidades ou possibilidades de virem a acontecer porque utilizamos os sentidos, em primeiro lugar, para identificá-las, e testes específicos, em segundo plano, para a confirmação da relação causa-efeito. Como são atributos, as falhas permitem, portanto, visualizar as desconformidades nos componentes.
Como regra geral, pode ser estabelecido que tudo o que existe é feito de componentes. Tudo tem partes. E o número mínimo possível de partes para conformar um todo é de dois componentes. Se fosse apenas um o componente, o todo se confundiria com essa única parte. Por extensão, toda falha do todo é consequência da falha de alguma de suas partes ou seu funcionamento inadequado, que é o que se chama de desconformidade, ou seja, não está em conformidade com o que é esperado. Pode acontecer, contudo, que um produto não apresente falha (ainda), mas algum de seu componente, sim. Isso quer dizer que os atributos do produto podem estar íntegros, visíveis e mensuráveis, mas os atributos de algum de seus componentes pode estar falho, desconforme.
Devido a esse esquema lógico, as ações preventivas são extremamente necessárias para evitar que as falhas e desconformidades aconteçam, principalmente porque as suas causas podem deixar inoperantes o sistema de produção por tempo indeterminado. Além disso, se um componente da inovação estiver potencialmente capaz de gerar desconformidade e ela for liberada para uso, os riscos diversos podem ser imprevisíveis e suas consequências também. É necessário, então, que as ações preventivas e corretivas sejam realizadas simultânea e periodicamente, a partir de um cronograma de verificações, centradas nos atributos, mas com recursos de mensuração e avaliação baseados nos sentidos e em equipamentos específicos, buscando-se captar os aspectos visíveis e os invisíveis, não captados pelos sentidos.
Determinada instituição era muito acreditada no seu ambiente de operação pelas inovações que fazia para a solução de problemas de fabricação de produtos eletroeletrônicos. Cada uma delas se fazia acompanhar não apenas com as documentações técnicas necessárias para fazê-las operar e manutenir, mas com um uma matriz de múltiplos indicadores para as ações corretivas e preventivas. O grau de precisão dessa matriz era tanta que até a coloração de um dos componentes de uma dessas inovações sinalizava desgastes em algumas das suas peças específicas. Assim, quando o produto final alterava levemente a sua cor, sinalizava que o desgaste daquele conjunto de peças estava iniciando. Se a coloração atingisse determinado nível, era sinal de risco grave iminente e deveria ser trocado imediatamente.
Um grupo de pesquisadores, certo dia, fez uma visita de rotina a um de seus principais clientes. Naquele momento também faziam a visita à indústria-cliente um grupo de seus fornecedores, que queriam conhecer mais de perto seus sistemas de produção, um dos quais tinha na inovação gerada pelo grupo de pesquisadores a razão da excelência de seus produtos. Instados a mostrar seu funcionamento, os pesquisadores fizeram a separação dos componentes com facilidade, momento em que viram que uma das peças do menor dos componentes estava desgastada, por atritos excessivos. Aquele componente ainda estava funcionando, mas era óbvio que em pouco tempo ele apresentaria problema e poderia comprometer não apenas os produtos da empresa, mas também a própria invenção. Imediatamente fizeram os reparos devidos e trocaram a peça desgastada. E a demonstração prosseguiu sem problema.
Certo dia um grupo de amigos pesquisadores foi acionado com urgência. Os produtos do qual uma de suas invenções ajudava a fazer estavam todos em desconformidade. Todos, sem exceção. E não havia apenas uma desconformidade, mas várias. Era, portanto, uma situação extrema e de muita delicadeza. Era fundamental agir não apenas com rapidez, mas com precisão. Milhões de produtos ficavam sem serem produzidos a cada turno de trabalho de oito horas. Um grupo de cientistas e técnicos analisou as desconformidades, elaborando-se um diagrama de Ishikawa, enquanto outro grupo analisava a máquina, decompondo-a em seus componentes e estes em subcomponentes. Os resultados apontaram as mesmas causas, que foram devidamente eliminadas e o sistema voltou ao estado de conformidade. Aqui, as falhas dos produtos (invenção e produtos que ela fabricava) levaram à análise das falhas dos componentes (da invenção e dos produtos), mostrando o quanto os atributos são importantes nos esforços de ações corretivas.
Muitas vezes os atributos passam a ser mais importantes do que a invenção e o produto. Há o caso do aromatizante que se confundiu com o bom ar que ele gerava e da bebida que se tornou sinônimo de boa ideia. Evidentemente que houve uma grande ajuda do apelo das propagandas, mas esse apelo desapareceria se aquele atributo não fosse vinculado ao produto. O mesmo acontece com os componentes. Mas, aqui, a visibilidade desses atributos é mais percebido indiretamente e quando ele está ausente. Aquele parafuso flexível e resistente ao mesmo tempo, quando deixa esses atributos, deixa a invenção e seus produtos rígido e frágil. Novamente, aqui também os atributos têm a função formidável de, além de caracterizar a invenção ou um de seus componentes, apontar suas falhas e desconformidades.