27 de julho de 2024
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Brasil – futuro da economia

Todos sabem que esse black swan – pandemia  COVID-19 – que ainda arrasa o mundo já provocou graves impactos, principalmente, nos sistemas de saúde de todos os países, com significativos números de óbitos em todas as sociedades, lamentavelmente perdas humanas. Contudo, se tem visto também, que os impactos dessa pandemia atingiu e desestruturou várias economias, principalmente daqueles países que ainda não haviam se recuperado da crise de 2008, como o Brasil, notadamente com a paralização das atividades econômicas, tendo em vista, a adoção do isolamento social praticado.

Assim, com as consequências na produção em geral, no mercado financeiro e na cadeia de comércio internacional, como ocorre nessas graves crises econômicas, os investidores migram para o dólar americano, acarretando sobrevalorização das taxas cambiais em diversos países, (Brasil – a paridade R$/U$S aumentou) apresentando alta volatividade nos mercados financeiros.           

Fazer projeções macroeconômicas nesse momento, torna-se tarefa muito difícil. O grau de incerteza ainda é muito grande mesmo em relação aos aspectos epidemiológicos associados à COVID-19. Como discutem os economistas-pesquisadores do Clube de Economia da Amazônia (CEA), analisar as medidas de política econômica apresentadas até então, as previsões para a economia brasileira condicionadas ao cenário que o Brasil passa atualmente, será de graves consequências econômicas, mais preocupantes que no tempo antes dessa crise .

O custo em termos de Produto Interno Bruto (PIB) será crescente porque, mesmo com medidas macroeconômicas bem sucedidas, os riscos de falências e de demissões aumentam quanto maior for o tempo em que as empresas ficam paralisadas com perda muito grande, ou total, de faturamento, até as falências.

Pelo visto,  todos os países desenvolvidos têm mobilizado um poderoso arsenal para amortecer o impacto negativo da crise sobre o emprego e a renda; a reativação das atividades econômicas; os bancos centrais reduziram juros e voltaram à política de expansão quantitativa da moeda para garantir a liquidez dos mercados e a oferta de crédito. Ressalte-se para a Política Fiscal, tendo como espelho o aporte dos Estados Unidos (USA) de US$ 2 trilhões, garantindo recursos para a saúde, transferência de renda para as famílias menos favorecidas e apoiando as empresas em geral.

Aqui no Brasil, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) demostrou que o índice Consumo Mensal Aparente de Bens, o qual define como a parcela da produção industrial doméstica destinada ao mercado interno acrescida das importações, registrou uma queda acentuada de 11,9% na comparação entre março e fevereiro.

Entre os componentes do consumo aparente, ainda na comparação dessazonalizada, enquanto a produção interna destinada ao mercado nacional (bens nacionais) caiu 14% em março, as importações de bens industriais recuaram 1,3%. Tomando por base a variação acumulada em doze meses, a demanda registrou uma variação ligeiramente positiva (0,2%), enquanto a produção industrial, conforme mensurada pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), acumulou uma baixa de 1%.

Para os macroeconomistas do CEA, o Indicador, Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF), do IPEA, (que o pessoal do CEA,  identifica como investimentos produtivos diretos), aponta um recuo de 8,9% na comparação entre março e fevereiro de 2020, esse resultado já reflete parcialmente os impactos econômicos negativos da pandemia do COVID-19.

No entanto, o consumo aparente de máquinas e equipamentos industriais, cujo valor corresponde à sua produção nacional destinada ao mercado interno acrescida às importações, apresentou uma retração de 15,1% em março, encerrando o primeiro trimestre com um avanço somente de 6,6%, já seus componentes, enquanto a produção nacional de máquinas e equipamentos recuou 9,5% em março, a importação caiu 35,9% no mesmo período, pelo visto, esse segmento da Indústria está quase totalmente paralisado.

Por isso que o pessoal do CEA, pontua sempre que, o impacto econômico dessa  pandemia depende da duração e da profundidade das restrições às atividades econômicas e dos efeitos sobre a cadeias produtivas e de valor, a produtividade e, de outro modo, o grau de interligação econômica entre os países com que o Brasil tenha grau de comércio internacional, como a China e os Estados Unidos.

Sabendo-se que o impacto mais grave está no mercado de trabalho, com esse imenso déficit  de emprego, pois o impacto na ocupação de extratos mais baixos da pirâmide e de escolaridade será mais que o dobro da parcelas de maior escolaridade e acima na pirâmide social. Quanto a isso se pode discutir o impacto agregado e as diversas políticas adotadas pelos governos, em caráter compensatório, tendo que condicionar seus resultados obtidos,em relação ao PIB e ao emprego agragado. Ressalte-se que a crise tem efeito sobre a perda de renda de cada pessoa ocupada, e também sobre a renda da família. Mesmo com tudo isso, ainda existirá o Brasil, tudo passa!!!

*Nilson Pimentel é Economista, Engenheiro, Administrador, Mestre em Economia, Doutor em Economia, Pesquisador, Consultor Empresarial e Professor Universitário: [email protected].

Fonte: Nilson Pimentel

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