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          “A humanidade vai acordar a tempo?”

Parece despercebido muitas vezes no nosso cotidiano. Parece que “esquecemos” de que moramos, trabalhamos, residimos, em determinados ambientes. E que estes locais de convívio se relacionam com um espaço geofísico amplo. Amplitude que se pode imaginativamente delimitar numa área mais próxima, como a vizinhança, o bairro, a própria cidade. Mas que se espraia muito além, porque na Natureza os processos de intercâmbio ecossistêmico vão do nível local e regional até o planetário.

Nesse sentido, as mudanças climáticas representam um fato científico comprovado. O denominado aquecimento global é um fenômeno natural, mas exacerbado pelos seres humanos, por conta dos gases que provocam o “efeito estufa”, como o carbono e o metano. Pela primeira vez na História a humanidade provoca sequelas ecológicas de dimensão planetária. Está acelerando um processo natural numa velocidade incontrolada, na direção de tornar inviável ou extremamente inóspita, a vida de bilhões de pessoas. Isto é muito grave. Gravíssimo.

Mas parece que o imediatismo de muitas pessoas as impede de enxergar a realidade. Por causa da falta de ética de compromisso com as futuras gerações e/ou por mera ignorância, a ausência de cuidado com o ambiente tornou-se um descaso cada vez mais perigoso. Reflete a carência de solidariedade entre próprios seres humanos. Observe-se que o clima cada vez mais aquecido representa maior número de intempéries danosas e perigosas, como tornados, tempestades, alagações, elevação do nível dos mares, secas acentuadas mesmo em áreas de trópico úmido e a diminuição de recursos naturais para a sobrevivência de bilhões de pessoas, principalmente nos países mais pobres. Somam-se ainda, doenças, cujos vetores, principalmente mosquitos e outros insetos, se adaptam de modo peculiar ao calor. 

No INPA – Instituto de Pesquisa da Amazônia tive a oportunidade de conhecer experimento científico de grande importância, coordenado pelo professor Dr Adalberto Val. Em laboratórios separados, com temperaturas simuladas, insetos, quelônios e peixes, são submetidos às temperaturas ambiente dentro de cenários mais ou menos intensos, de acordo com as expectativas mais ou menos pessimistas de aquecimento global. Na fase inicial desta pesquisa, já ficou evidenciado que os peixes são os que mais sofrem e perecem com o aumento das temperaturas. Em seguida, os quelônios, mais resistentes, mas que também são afetados pelo aquecimento. Já os insetos se adaptam maravilhosamente ao aumento do calor, proliferando com facilidade. Assim, um planeta superaquecido representará um verdadeiro paraíso para os insetos, grande parte deles transmissores de doenças e, ao mesmo tempo, um autêntico “inferno” para os seres humanos e outros seres vivos.

Por que algo tão sério e ameaçador não se tornou ainda o principal tema transversal das ações políticas, sociais, jurídicas e ainda se encontra “encapsulado” na consciência de uma minoria – embora crescente – de defensores do meio ambiente? Fico à me perguntar se o individualismo imediatista impera de tal modo, que não nos deixe coletivamente apreensivos com o mundo em que nossos descendentes habitarão? 

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