27 de julho de 2024
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A Covid-19 e a saúde mental!

O novo Coronavírus tem sido protagonista de uma transformação radical, assustadora e inesperada em todo o planeta. No meio dessa convulsão mundial, ninguém sabe – ao certo – como o mundo ficará depois desse tsunami, porém, a única certeza que temos é que nada será como antes! O mundo que conhecíamos não é mais o mesmo! E essa afirmação mexe principalmente com a nossa saúde mental, porque perdemos boa parte das referências! Como nos sentimos agora e nos sentiremos depois que essa pandemia passar? 

Início do um novo mundo?

Quando eu era criança, tinha pavor da chegada do ano 2000! A crença era a de que com a chegada da data, o mundo fosse acabar! Passei a infância inteira apavorada com a ideia do fim do mundo! Com o passar do tempo, percebi que era apenas uma crença! Afinal, com a idade e o bom senso passei a ter outra visão a respeito do assunto, e a tal profecia não aconteceu, mas, com tanta fragilidade a qual estamos experimentando, fico me perguntando se algum dia o mundo pode mesmo acabar?! Ou, mais, será que acabou e estamos começando um novo período?

A COVID-19 inaugura uma nova fase do planeta e o fato de não sabermos como tudo vai ficar depois, mexe muito com nosso lado psicológico. De repente, passamos a nos enclausurar dentro de casa, sem poder cumprimentar, beijar ou abraçar outra pessoa. Antagonicamente, precisamos nos unir para que a doença não se propague. 

É um distanciamento físico e uma aproximação de cooperação, entendimento, compreensão, responsabilidade e empatia! No mesmo pé que precisamos ficar em casa, permanecendo no isolamento social, as empresas precisam funcionar, para honrar salários e contribuir para que a roda da economia continue a girar e possamos sobreviver! Se fosse só isso, talvez não estivesse tão ruim, mas, fundamentalmente, temos que lidar com as mortes, perdas e um silêncio profundo em que buscamos compreender o que talvez não tenha explicação científica.  

Sim, porque o desenvolvimento tecnológico, a inovação e as pesquisas científicas serão capazes de conter a doença e iremos sobreviver, mas como entender e encontrar respostas para todos os sentimentos e emoções que estamos sentindo? 

Olhando pra dentro 

Se há uma coisa que o ocidental não curte muito eu diria com bastante convicção que é buscar a autorreflexão! Não gostamos de terapias! “Isso é coisa pra doido”! Não aprofundamos assuntos delicados e odiamos falar de temas tabus! Preferimos novelas, futebol e uma boa cerveja! Temos várias válvulas de escape, todas voltadas para pequenos ou grandes prazeres externos e que nos façam fugir de temas sérios.

Não falamos sobre depressão, sexo, drogas e mais um monte de coisas! De repente estamos dentro de casa tendo que encarar e conviver assiduamente com a família e até mesmo parentes. O confinamento agrava os conflitos familiares, casais passam a brigar mais, filhos e pais se desentendem mais que o normal, crianças passam horas anestesiadas sob o olhar fixo na tela do smartphone. 

Os abusos sexuais e a violência doméstica aumentam nas caladas dos dias e das noites.  Os mais de 50 milhões de trabalhadores informais não têm dinheiro para trazer pra casa. Enquanto os especialistas tentam calcular – ainda em vão – o tamanho da taxa de desemprego que teremos nos próximos meses. Empresas estão a um triz de fechar, sistema de saúde caótico, escolas fechadas. Se não bastasse tudo isso, temos políticos sendo e agindo como políticos, e – pior – fazendo o que mais gostam – politicagem. Difícil encontrar uma gota de bom senso nesse oceano de fake news, inverdades e desinformações! Enfim, estamos doentes, desesperançosos, assustados e com medo! 

Cuidando da cuca

O que é necessário nesse momento de crise é cuidar de mente e das emoções da melhor maneira possível, como? A Sociedade Brasileira de Psicologia disponibilizou um manual da startup Bee Touch, que dá algumas dicas pra manter a cabeça boa em tempos de quarentena. Vamos lá: filtre as informações, rumores e fake news só aumentam a ansiedade e o estresse.  Aproveite as coisas positivas, faça e desenvolva atividades que lhe deem prazer e alegria. Essa é uma maneira de manter o otimismo e a vibe positiva. Mantenha sua rotina bem organizada, assim você se sente mais seguro e proativo. Procure se preparar para trabalhar de casa como se fosse ao escritório e assim, manter a proatividade, pois, trabalhar de pijama pode levar à procrastinação. 

Aproveite o tempo para desacelerar da vida corrida, curtindo mais os momentos. Tire um tempo do dia para dar atenção à família, brincar com as crianças ou conversar com o cônjuge, por exemplo. Também é bem positivo tirar alguns minutos pra caminhar, meditar ou mesmo ouvir uma música que lhe faça bem! Se sentir que está sendo difícil lidar com esse momento, procure ajuda de um psicólogo ou terapeuta, conversar com um profissional pode te ajudar a se sentir melhor. Procure tranquilizar as pessoas ao seu redor – pânico e medo – só pioram a situação! E uma última dica, agora minha, que tem me ajudado a manter a tranquilidade: confiar em Deus, ter a certeza de que ficaremos bem. A fé nos motiva e traz esperança por dias melhores! Ficaremos bem!  

*Cristina Monte é articulista do caderno de economia do Jornal do Commercio. Mantém artigos sobre comportamento, tecnologia, negócios.

Fonte: Cristina Monte

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