O aumento médio no consumo de energia elétrica nos últimos 12 meses é o maior da década. O incremento no mês de outubro em comparação com o mesmo mês do ano passado foi de 5%.
O presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Maurício Tolmasquim, creditou o forte aumento aos bons resultados que a economia brasileira vem registrando nos últimos meses.
O consumo de energia elétrica mostra que o Brasil está crescendo de forma sustentável. Nós atingimos agora um nível de patamar que não se tinha visto antes. Na década, é o maior consumo registrado, disse Tolmasquim.
O consumo comercial foi responsável pelo maior índice de crescimento, registrando 6,5%, seguido pelo residencial, com 6%, e o industrial, com 4,5%.
Apesar do aumento no consumo de energia, Tolmasquim disse que não há perigo de racionamento, uma vez que o incremento está previsto nos planos de expansão adotados pelo governo federal.
A situação é muito tranquila. Esse crescimento forte já estava sendo previsto pelo setor. A oferta está crescendo a um nível adequado para atender ao consumo e também há um aumento de produção de geração de energia das próprias empresas consumidoras.
Segundo os dados divulgados pela EPE, a produção de energia própria já responde por 8,5% do total do sistema, devendo chegar a 13% nos próximos dez anos. Na indústria, a geração de energia própria hoje é de 16%, com previsão de aumentar para 27% até 2017. Os principais setores que produzem sua energia são os de siderurgia, papel e celulose, petroquímica e sucroalcooleiro.
Tolmasquim descartou que o forte aumento no consumo energético gere crise de fornecimento de gás, utilizado pelas termelétricas e por grande parte dos consumidores finais, sejam indústrias, residências ou proprietários de veículos a gás.
“Não existe crise do gás. Hoje todos estão sendo abastecidos. Eventualmente, num momento que as térmicas são acionadas enquanto não entrarem os projetos novos da Petrobras, pode ter um problema pontual em algum momento, mas isso está longe de acontecer”, disse.
Segundo ele, está havendo um investimento muito grande de aumento de oferta de gás por parte da Petrobras, que deverá pular de 16 milhões de metros cúbicos por dia para 40 milhões de metros cúbicos, além de 20 milhões de metros cúbicos por dia vindos de navios metaneiros, que transportam gás natural liquefeito (GNL) do exterior.