Longe do debate sobre o Programa Mais Médicos, a população brasileira, principalmente a carente, continua sofrendo nos corredores dos hospitais públicos, por falta de assistência médica. Profissionais que se desdobram em grandes plantões para minimizarem as demandas por saúde.
Esse quadro se agrava à medida em que seguimos para o interior de Estados das regiões Norte e Nordeste, onde, em muitas cidades não há sequer médicos permanentes, por carência desses profissionais, ou porque não há médicos dispostos a trabalhar em lugares inóspitos. Por esses motivos, é incompreensível a fúria da categoria, contra o ingresso de médicos estrangeiros, principalmente cubanos.
Todos os tipos de preconceitos tem sido despejados sobre “os estrangeiros”, comportamento pequeno para uma categoria responsável por cuidar da saúde da população. Sempre há e haverá bons espaços para bons profissionais e, como a carência é grande, a necessidade brasileira por assistência médica não será eliminada apenas com a entrada desses novos profissionais.
Logo, não há motivo para toda essa fúria. Se os profissionais brasileiros, por grandes demandas nas grandes cidades, não querem prestar serviços no interior ou em hospitais públicos, há no mundo quem queira fazer esse serviço, o que não pode, é não haver assistência por falta de profissionais, ou porque os que estão no mercado não querem meter a mão na “massa”.
Que as entidades de classe questionem a formação dos profissionais estrangeiros, tudo certo. Mas trabalhar para evitar que novos profissionais venham colaborar para diminuir o sofrimento de milhões de brasileiros, aí é jogar contra. Com relação aos cubanos, a princípio, na América Latina, Cuba sempre foi referência de boa medicina em várias especialidades. Logo, esses profissionais trarão boas experiências, que só ampliarão a qualidade da medicina brasileira. Por tudo isso, os brasileiros que estão em pé e quem está acamado em um hospital à espera de um médico, devem dar as boas vindas aos “estrangeiros”, ainda que eles não sejam a solução para todos os males.
Mais Médicos
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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