O setor de navegação comemorou o anúncio da retomada das atividades do setor a partir de um novo decreto anunciado nesta sexta-feira (5) pelo governo. A iniciativa está atrelada à redução dos números da Covid-19 no Amazonas. A flexibilização de uma série de serviços, tanto para o transporte fluvial, quanto o transporte intermunicipal e o rodoviário, devem obedecer a lotação máxima de passageiros de 50%, sob a fiscalização da Aserpam (Agência Reguladora dos Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas). O decreto passa a valer a partir da segunda-feira (8).
Apesar da liberação determinando que as atividades sejam retomadas de forma reduzida, o conselheiro do Sindarma (Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial no Estado do Amazonas), e empresário do setor, Dodó Carvalho afirma que já é um avanço para a atividade e garante que todos os protocolos serão respeitados, com os limites de lotação dos espaços, além das regulamentações da Asserpam.
Ele reforça que o setor ainda estuda uma forma de compensação em função para pleitear do governo apoio. “Além da redução no volume de cargas transportadas, a baixa demanda implica nas operações realizadas por embarcações. Somente este ano, o segmento contabiliza 70% de queda no faturamento. De março a dezembro de 2020 o faturamento do transporte misto (de passageiros e de cargas) teve redução de 50% em comparação ao ano anterior”.
Dodô lembra que o setor solicitou ao deputado estadual Saullo Viana (PTB) ajuda sendo sensível às questões do interior, que não pode ficar desabastecido e nem pode fechar completamente e ele levou essa demanda ao governo.
No último dia 3, o deputado apresentou um requerimento na Aleam (Assembleia Legislativa do Amazonas) defendendo a volta do funcionamento do transporte fluvial no Estado.
O parlamentar argumentou que com a redução no número de novos casos e óbitos, já era possível retomar o serviço. “O retorno gradativo do transporte fluvial de passageiros é primordial uma vez que, na maioria dos municípios, o acesso por lanchas e barcos é a única opção”.
“É imperioso o cumprimento do distanciamento social, a adesão aos protocolos de higiene pessoal e limitação da capacidade de passageiros em 40% para balsas e navios motores, e em 60% para lanchas rápidas; a demarcação de assentos, distanciamento de 2 metros entre redes e uso de máscara por todos passageiros e funcionários durante toda viagem”, explicou. No documento ele também sugeriu que sejam definidos assentos específicos para embarque de passageiros do grupo de risco para a doença, sob fiscalização da Arsepam.
“A gente espera que logo possamos voltar pelo menos com a capacidade de 70%, cumprindo todas as regras, mas que a gente possa desenvolver as atividades com resultado”, disse Dodó Carvalho.
A atividade está suspensa no Amazonas desde o dia 12 de janeiro deste ano e foi uma medida tomada pelo governador do Estado para conter o avanço do coronavírus no interior.
Por dentro
Desde o ano passado, com o anúncio de decretos, o setor demonstra receio com as medidas. No Amazonas, existe o transporte misto de mantimentos e de passageiros representando percentuais de 40% no faturamento da viagem.
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O governador do Estado, Wilson Lima (PSC), anunciou as medidas, mas enfatizou que o Estado do Amazonas ainda continua numa fase vermelha, crítica da doença e pediu que a população obedeça as medidas e mantenha os cuidados necessários para evitar a propagação do vírus. O novo decreto terá a validade de 15 dias.
Foto/Destaque: Divulgação