A Vivo arrematou ontem o primeiro lote do leilão de freqüências de celular de terceira geração (3G). A operadora levou freqüências para os Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia e Sergipe por R$ 310,3 milhões.
Outros 35 lotes ainda irão a leilão em todo o país.
O preço mínimo para o lote era de R$ 163,6 milhões e a Vivo pagou ágio de 89,62%. O leilão durou cerca de uma hora e meia porque tanto a Vivo quanto a Nextel disputaram a freqüência.
A expectativa da Anatel é de que o ágio chegue a R$ 700 milhões ou 25%. O preço mínimo de todas as freqüências soma R$ 2,8 bilhões. Segundo a agência, os investimentos na rede 3G será de R$ 4 bilhões nos próximos dois anos.
A Anatel estabeleceu que quem comprar freqüências 3G terá que garantir a cobertura inclusive em cidades pequenas. A estimativa da agência é de que existem 1.836 localidades sem o serviço. As empresas são obrigadas a cobrir todos os municípios menos de 30 mil habitantes até o início de 2010.
Além disso, a agência fez uma espécie de venda casada de freqüências, que no mercado ganhou o apelido de “filé com osso’’. Quem comprar faixas na região metropolitana de São Paulo, por exemplo, terá obrigatoriamente que levar freqüências no Amazonas, Amapá, Maranhão, Pará e Roraima.
A operadora que vencer a disputa pelo interior de São Paulo terá que ficar com bandas no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas.
O celular 3G permite maior velocidade na transmissão de fotos e vídeos, a comunicação por videoconferência, a utilização de banda larga móvel e o uso do aparelho como modem para a banda larga residencial.
Nova licitação em 2008
Com a possibilidade de operadoras não conseguirem comprar freqüências de terceira geração (3G) no leilão de ontem feito pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), o superintendente de Serviços Privados, Jarbas Va-lente, disse que a agência poderá fazer novo leilão de freqüências 3G no ano que vem.
A Anatel reservou uma banda de freqüência para ser licitada separadamente, alegando que, assim, poderia incentivar a entrada de novas empresas no país.
A entrada da Nextel neste leilão, porém, ameaça que grandes operadoras como Vivo, TIM ou Claro, que têm cobertura nacional, fiquem sem freqüência em alguma região. Até agora, a Nextel tem alongado as disputas por cada lote e elevado os ágios (diferença entre lance final e mínimo), mas não arrematou nenhuma faixa. “Se empresas ficarem de fora, (a faixa) poderá ser licitada a qualquer momento, quando elas pedirem”, afirmou Valente.