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Vendas da indústria de Manaus em dólar crescem 7,46%

O PIM encerrou fevereiro com alta de dois dígitos no faturamento, tanto em dólares, quanto em reais. Os resultados foram alavancados pelos segmentos de duas rodas, bens de informática e bebidas, apesar do recuo do polo eletroeletrônico. As linhas de produção com maior dinamismo foram as de TVs, celulares, motocicletas, placas de circuito impresso e condicionadores de ar, entre outras. Em paralelo, a média de empregos seguiu acima das 103 mil vagas, mas desacelerou. É o que revelam os dados dos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus, divulgados pela Suframa, nesta terça (10). 

As vendas da indústria incentivada em moeda americana aceleram 7,46% em relação a janeiro, passando para US$ 2.45 bilhões, além de superar em 20,10% a marca atingida 12 meses antes (US$ 2.04 bilhões). Convertido na divisa nacional (R$ 12,57 bilhões), o resultado apontou para um acréscimo de 2,86% na variação mensal e a uma expansão de 11,53% em relação ao mesmo intervalo de 2020 (R$ 11,27 bilhões). O trimestre fechou positivo em ambos os casos, com uma escalada de 19,24% em dólares (US$ 4,73 bilhões) e uma decolagem de 14,49% em reais (R$ 24.79 bilhões). 

Na análise em dólares, 17 dos 26 subsetores encerraram o acumulado do ano no azul. A maior alta proporcional se deu no segmento minoritário de “diversos”, o único a alcançar alta de três dígitos (+122% e US$ 13.63 milhões). Foi seguido pelo polo de duas rodas (US$ 646.99 milhões), que decolou 85,72%. Majoritários, os polos de bens de informática (US$ 1.56 bilhão e 32,98% do total) e eletroeletrônico (US$ 808.22 milhões e 17,10% de participação) tiveram performances opostas: o primeiro subiu 51,61% e o segundo caiu 9,23%. 

As linhas de produção de maior faturamento foram as de televisores com tela de cristal líquido (US$ 548.19 milhões) telefones celulares (US$ 527.05 milhões), e motocicletas, motonetas e ciclomotores (US$ 489.28 milhões), entre outras. Já em termos de crescimento de produção, os destaques vieram de aparelhos receptores de posicionamento global por satélite –GPS (+112,04% e 9.542 unidades), discos digitais Blu-ray (+104,05% e 394.266), unidades condensadoras para split system (+79,17% e 20.141) e motocicletas, motonetas e ciclomotores (+66,36% e 190.831).

Empregos desaceleram

Os empregos do PIM seguiram acima da marca dos 100 mil, em fevereiro, a despeito do cenário econômico adverso, e dos impactos econômicos da pandemia e da guerra na Ucrânia. O Polo Industrial de Manaus registrou média anual de 102.864 postos de trabalho, entre trabalhadores efetivos, temporários e terceirizados, em fevereiro. Houve queda de 0,43% em relação a fevereiro de 2021 (103.305) e redução de 2,12% ante o pico de janeiro de 2022 (105.095). Foi o número mais baixo desde maio de 2021 (102.212).

A média mensal de mão de obra do parque fabril da capital amazonense ao longo do bimestre também marcou leve declínio. No total, foram 103.979 postos de trabalho, sendo 0,84% inferior ao dado do “ano cheio” de 2021 (104.866). Apesar disso, foi o segundo melhor número da série histórica da Suframa desde 2016 (86.161), embora ainda tenha ficado bem distante do patamar de 2015 (105.015) –ano inicial da crise anterior. 

Levando em conta só a mão de obra efetiva, o saldo no aglutinado até fevereiro deste ano ficou negativo em 343 vagas, dado o predomínio dos desligamentos (5.148) sobre as contratações (4.805). Foi o primeiro dado negativo após meses seguidos de crescimento, configurando o pior desempenho da série histórica fornecida pela Suframa, desde 2018 (-1.310). Em divulgações anteriores, a autarquia federal informou que as ocupações diretas em mão de obra representam mais de 80% dos empregos da indústria amazonense, em média.

Instabilidade e superação

Em texto divulgado por sua assessoria de imprensa, o titular da Suframa, Algacir Polsin, ressaltou que os números obtidos pelo PIM no primeiro bimestre de 2022 foram “bastante satisfatórios”. Especialmente quando se leva em conta a retomada temporária de internações e afastamentos laborais no Distrito, em decorrência da terceira onda de Covid-19. “Mesmo com esses obstáculos, os números da indústria local foram majoritariamente positivos. É mais uma vez a capacidade de superação do modelo Zona Franca de Manaus se evidenciando diante dos desafios que precisa enfrentar”, comemorou.

Na mesma linha, o presidente da Fieam e vice-presidente executivo da CNI (Confederação Nacional da Indústria), Antonio Silva, reforçou que os números apresentados pelos Indicadores de Desempenho do Polo Industrial de Manaus no segundo mês do ano refletem o atual momento do cenário econômico nacional. O setor sofre grande influência da instabilidade econômica, razão pela qual os indicadores sofrem essas variações irregulares. Ademais, as dificuldades inerentes à indústria, como o problema no fornecimento de matéria-prima e a pressão contínua sobre os preços, permanecem como entraves à uma retomada continuada”, arrematou.

Marco Dassori

É repórter do Jornal do Commercio
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