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Supermercados amargam queda de 30%

No período de janeiro a maio deste ano o segmento supermercadista amazonense registrou queda de até 30% nas vendas, em relação ao mesmo período de 2015. O resultado negativo, segundo os empresários, é atribuído à crise econômica que atinge diretamente o poder de compra do consumidor, que assumiu uma postura mais criteriosa na hora de escolher o produto a ser adquirido. Na tentativa de fugir dos valores elevados, o amazonense opta, em alguns casos, por itens de marcas inferiores e que apresentem valores mais acessíveis, como o que acontece no caso do arroz, da farinha, da carne de porco e do frango. O aumento na demanda por alguns alimentos chegou ao índice de 2000%.
De acordo com o delegado da Amase (Associação Amazonense de Supermercados), Edilson Rufino, 95% dos supermercados locais amargaram resultados negativos nas comercializações, nos primeiros meses do ano, com redução de até 30% nas vendas. Ele explica que devido ao cenário econômico nacional negativo e o consequente aumento no índice de desemprego amazonense, os clientes buscam melhores preços na hora da compra, fator que incide geralmente na substituição dos itens encontrados nas prateleiras dos comércios.
Rufino afirma que a demanda pela carne suína teve aumento expressivo de 2000%, por ser uma carne mais barata. Segundo o empresário, o consumo da carne bovina teve queda de 3000%. Os números são comparados ao mesmo período do último ano.
“Quem consumia picanha bovina, por exemplo, hoje, compra a bisteca de porco. O mesmo acontece com o leite que foi trocado pelo composto lácteo. A pessoa escolhe uma marca que ofereça o preço mais barato, porém, que também apresente boa qualidade”, disse.
Segundo o delegado, para atender aos novos critérios do consumidor, alguns supermercados adequaram a lista de pedidos, comprando em maior quantidade os produtos que atualmente são mais procurados pela população.
“Hoje, antes de comprar, o consumidor pesquisa bem mais do que no último ano”, comentou.

Cesta básica
Segundo o Índice Nacional de Vendas da Abras (Associação Brasileira de Supermercados), divulgado ontem, a cesta básica da região Norte, do mês de maio, manteve a maior alta nos preços (1,62%), pelo terceiro mês consecutivo. Em março deste ano, a cesta básica custava R$505,97, valor que subiu para R$512,94 em maio. A região Nordeste foi a que registrou a maior queda (-2,10%), atingindo o valor de R$ 404,05.
O delegado da Amase, informa que entre os produtos que tiveram maior reajuste nos preços estão o arroz, o feijão e a farinha. Porém, ele justifica que o aumento nos valores destes produtos está atrelado à sazonalidade.”Devido à seca, o arroz deverá aumentar. Da mesma forma acontece com o feijão e a farinha. A farinha foi um item que teve muita troca por parte do consumidor, com aumento na demanda que chega a até 200%, em algumas marcas. O valor do feijão aumentou 2000%”, comenta.O empresário afirma até os últimos meses o frango mantinha a demanda. Porém, devido ao aumento no preço da soja e do milho, houve uma queda de 30% na procura pelo alimento, que teve o valor reajustado em 5%. O quilo do frango que era vendido por R$3,99, agora, será comercializado por R$4,60.

As vendas a nível nacional

De janeiro a maio, as vendas do setor supermercadista acumularam queda de -0,23%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em maio, as vendas em valores reais – deflacionadas pelo IPCA/IBGE, registraram queda de -2,16%, na comparação com abril e queda de -2,13% em relação ao mesmo mês do ano de 2015. Os dados são do Índice Nacional de Vendas da Abras.
Em valores nominais, as vendas do setor caíram -1,39% em relação ao mês anterior e, quando comparadas a maio de 2015, alta de 7,00%. No acumulado do ano, as vendas cresceram 9,57%.
Para o presidente do Conselho Consultivo da ABRAS, Sussumu Honda, o resultado já era esperado. “Podemos observar que a expectativa do consumidor começa a melhorar, mas a atividade econômica ainda se ressente das dificuldades do ano passado e por isso, o nível de desemprego continua subindo, o que reflete nas vendas do setor”.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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