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Suframa avalia que 2019 foi ano bom

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O PIM (Polo Industrial de Manaus) fechou 2019 com uma retomada do crescimento.  Ao longo do ano, nunca se viu tanto otimismo entre a classe empresarial com a guinada na economia, principalmente a partir do segundo semestre. Juros a 4,5% e uma inflação abaixo de 3% deram mais fôlego às indústrias instaladas no Amazonas. 

E ainda um PIB (Produto Interno Bruto) acima de 1% abriram caminho para um 2020 mais próspero e promissor. E também a aprovação da reforma da Previdência criou as bases para a espantar a crise que estagnou a atividade econômica anteriormente. Hoje, o cenário se inverteu e coloca a ZFM (Zona Franca de Manaus) entre os maiores centros de atração de novos investimentos do País. 

A análise é do superintendente da Suframa, Alfredo Menezes, que tem grande empatia com as principais lideranças empresariais no Estado e um bom trânsito nas decisões ministeriais em Brasília. “Temos hoje a melhor taxa de juros da história, os novos índices econômicos criaram mais condições para fazer a indústria crescer. O risco Brasil registrou um dos menores patamares nos últimos dez anos”, avalia o dirigente.

Segundo Menezes, tudo leva a crer que 2020 será ‘espetacular’ para a ZFM com a projeção de um PIB acima de 3%. “O crescimento do nosso polo industrial será considerável neste ano que se inicia. A redução dos juros agradou em cheio os investidores. Índices econômicos mais atraentes irão fomentar o desenvolvimento, o que representa mais empregos e renda à população”, prevê o superintendente.

De acordo com Alfredo Menezes, o ano de 2019 trouxe muitos benefícios ao Amazonas. O CAS (Conselho de Administração da Suframa) aprovou 144 novos projetos industriais que vão gerar pelo menos 9.500 empregos diretos nos próximos três anos. São 3 mil novos postos de trabalho por ano. E os recursos são da ordem de US$ 1,1 bilhão, o que corresponde a R$ 5 bilhões a serem investidos na região.

“As medidas do governo Jair Bolsonaro restabeleceram a confiança da indústria e do empresariado em geral.  Tudo isso dá a credibilidade e a certeza de que a ZFM irá alavancar a sua economia com uma maior atividade econômica”, diz o superintendente, sem esconder o seu otimismo com um mercado operando a taxas menores e com a projeção de um PIB em ascensão.

Menezes disse que a próxima reunião da Suframa está agendada para o dia 20 de fevereiro, com a presença do presidente Jair Bolsonaro e dos cinco governadores dos Estados que fazem parte da área de abrangência da Suframa. 

Para fortalecer a ZFM, está nos planos de Alfredo Menezes incluir a primeira reunião do CAS (Conselho de Administração da Suframa) de cada início de ano na agenda do presidente da República para comandar os trabalhos. “É uma forma de mostrar os projetos sob análise, os investimentos e o direcionamentos das ações que serão realizadas ao longo do ano, tornando o presidente ciente de tudo, além de valorizar mais a Zona Franca”, avalia.

Para ele, a Suframa deveria se chamar superintendência da Amazônia porque fomenta o desenvolvimento nos cinco Estados de sua área de abrangência, na parte ocidental – Amazonas, Acre, Roraima, Rondônia e Amapá. “Afinal, somos responsáveis pela economia de 43% todo o território nacional. Temos muita importância econômica no Brasil”, afirma.

Novas medidas

O superintendente Alfredo Menezes disse que em 2020 haverá mais pesquisa e desenvolvimento tecnológico. Os recursos destinados para esse fim serão agora direcionados para ações específicas com foco nas potencialidades regionais, fomentando o empreendedorismo.

De acordo com Menezes, haverá um realinhamento dos recursos, beneficiando a área de educação, na formação de pessoal mais qualificado, para atender às necessidades das linhas de produção das fábricas da ZFM.

“Antes, esses investimentos não tinham uma destinação específica. Agora não, vão poder ser empregados em projetos dentro da nossa própria realidade”, acrescenta. 

Em 2020, a Suframa também criará os primeiros cursos de mestrado e doutorado em indústria 4.0 em parceria com a Ufam (Universidade Federal do Amazonas) e com a Universidade do Porto, em Portugal. “Devemos investir mais na formação de profissionais bem qualificados para operar indústrias que já exploram essa nova realidade de produção. Não queremos ficar distantes ou à margem do desenvolvimento tecnológico”, afirma. “Essas equipes serão multiplicadoras de mão de obra mais especializada da ZFM”, acrescenta.

O superintendente salientou ainda que a Suframa irá injetar novas tecnologias nas atividades da agroindústria, como no polo de agronegócios de Rio Preto da Eva, que será multiplicador de todas essas ações para outros municípios do interior do Amazonas.  “Não podemos abrir mão do potencial tecnológico para gerar mais benefícios à região”, disse. 

A Suframa também irá concluir em 2020 as obras de revitalização do Distrito Industrial 1, cujo projeto está sendo realizado em parceria com a Prefeitura de Manaus. “Depois de concluído, o projeto dará uma nova cara ao PIM, com um visual melhor”, disse o superintendente da Suframa. 

Fim do mito

O superintendente da Suframa disse estar nos planejamentos da Suframa para 2020 o lançamento de uma campanha publicitária para acabar com o mito de que a Zona Franca é uma mera montadora de produtos industriais. Segundo ele, pelo menos 95% das motocicletas são fabricadas no Amazonas com componentes produzidos aqui mesmo. “Quase toda a cadeia produtiva do segmento é feita na ZFM, como também em outros polos”, explica.    

Menezes informou que o objetivo da Suframa é mostrar para todo o Brasil o quanto a ZFM é benéfica para todo o País. “Queremos quebrar todo esse estereótipo. Explicar o que a Zona Franca representa para a economia do Amazonas e de todos os Estados brasileiros”, salienta. “Nós amazônidas temos que ser embaixadores de nossa região e quebrar mitos com verdades e valorizando o PIM, o quanto somos importantes também. Queremos desmistificar de que só importamos componentes e montamos”.

Outra meta da Suframa para 2020 é realizar a sua feira anual sobre os produtos da ZFM em São Paulo, onde estão potenciais investidores e um dos maiores centros do mercado de consumo, segundo Menezes. “São Paulo é o coração da economia do País. Então, a feira poderá ser uma boa oportunidade para fomentar mais negócios para a ZFM”, estima o superintendente da Suframa.

Entrevista – Alfredo Menezes, superintendente da Suframa

Jornal do Commercio – A redução dos juros a partir do final de 2019 deu um novo ânimo às empresas da ZFM, que passaram a ter mais perspectivas de crescimento em 2020. De que maneira podemos mensurar que realmente a economia vai crescer mais nesse novo ano que se inicia?

Alfredo Menezes – Certamente, as estimativas são bem promissoras. Com melhores índices econômicos e o mercado operando a taxas de 4,5%, os investidores passaram a ver o Brasil como grande potencial para negócios. A ZFM é um grande centro de atração de novos investimentos. E 2019 não foi tão ruim assim. Fechamos o ano com um cenário econômico bem positivo, espantando a crise dos últimos anos. Posso assegurar que 2020 será espetacular para a Zona Franca.

JC – Como foi o balanço em 2019, que indica uma ascensão nas atividades da Zona Franca?

AM – Em 2019, o CAS aprovou 144 projetos com investimentos de US$ 1,1 bilhão, o que equivale a R$ 5 bilhões, com estimativas de geração de 9.500 empregos diretos em pelo menos três anos. São 3 mil empregos diretos por ano. Atribuo esse resultado positivo a um cenário econômico mais próspero, a um fechamento de um PIB acima de 1% e a um dos menores patamares do custo Brasil nos últimos dez anos. Temos tudo para crescer com a projeção de um PIB maior que 3% em 2020.

JC – O senhor quer desmitificar as afirmações de que a ZFM só importa componentes e monta tudo, uma crença que incentiva sucessivos ataques ao modelo de desenvolvimento. Como quebrar tudo isso?

AM – Falando apenas verdades e quebrando o mito. Representamos hoje 43% de todo o território nacional. Aqui fazemos tecnologia de ponta. Em alguns setores, praticamente 95% de toda a nossa cadeia produtiva é feita aqui mesmo. Então, vamos lançar uma campanha publicitária para quebrar todos esses estereótipos. O Brasil precisa saber que a ZFM é importante para todos, todo o Brasil, não somente para a Amazônia.

JC – Está nos planos da Suframa criar os primeiros cursos de mestrado e doutorado em indústria 4.0, uma nova tecnologia que começa a invadir as linhas de produção das fábricas da ZFM. Como será realizado esse projeto?

AM – Faremos os cursos em parceria com a Ufam e com a Universidade do Porto, em Portugal. Queremos criar mão de obra mais especializada que será multiplicadora de tecnologia para as empresas em Manaus e também no interior do Estado. Só com a educação e com a qualificação profissional teremos condições de acompanhar a inovação tecnológica. Então, não podemos prescindir dessa nova formação profissional. Vamos direcionar os investimentos em pesquisa para áreas específicas de nossas potencialidades regionais, de empreendedorismos natos.

JC – O Jornal do Commecio completa 116 anos em 1º de janeiro deste ano. Como o senhor avalia a atuação do jornal nesses longos grandes anos?

Alfredo Menezes – O Jornal do Commercio vem prestando um trabalho inestimável à sociedade amazonense. Tem como referência de atuação a pessoa do jornalista Guilherme Aluízio, um exemplo de homem público, de integridade, de amazônida, que sempre se preocupou em defender a nossa região, e é uma inspiração para todo esse trabalho jornalístico prestado ao Amazonas e a todo o Brasil. Parabenizo toda a equipe do jornal.

SAIBA MAIS

A Suframa é uma autarquia responsável pela ZFM com a responsabilidade de construir um modelo de desenvolvimento regional que utilize de forma sustentável os recursos naturais, assegurando viabilidade econômica e melhoria da qualidade de vida das populações locais.

A superintendência viabilizou a implantação dos três polos que compõem a ZFM – comercial, industrial e agropecuário – e promove a interiorização do desenvolvimento por todos os Estados da sua área de abrangência, identificando oportunidades de negócios e atrai investimentos para a região tanto para o PIM (Polo Industrial de Manaus) quanto para os demais setores econômicos da sua área de atuação.

Com recursos arrecadados com a prestação de serviço das empresas beneficiadas com os incentivos fiscais do modelo ZFM, a Suframa faz parcerias com governos estaduais e municipais, instituições de ensino e pesquisa e cooperativas, financia projetos de apoio à infraestrutura econômica, produção, turismo, pesquisa & desenvolvimento e de formação de capital intelectual. O objetivo é minimizar o custo amazônico, ampliar a produção de bens e serviços voltados à vocação regional e, ainda, capacitar, treinar e qualificar trabalhadores.

Redação

Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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