Suframa aposta na diversificação de setores produtivos para minimizar os efeitos da crise econômica que se manifesta nos países emergentes. De acordo com o superintendente da autarquia, Thomaz Nogueira o modelo ZFM (Zona Franca de Manaus) de desenvolvimento sustentável permite construir novas alternativas para amparar o crescimento do setor de bens duráveis que permanece aquecido no mercado interno do país e impedir o avanço da crise econômica que paira sobre a macroeconomia dos países emergentes. “Nós aqui não temos, por exemplo, indústria de base, bens de capital, salvo a Voith e alguma outra empresa. O nosso grande aspecto é o bem de consumo duráveis, que ainda segue aquecido, o que não significa que os impactos de macro economia não tenha impacto sobre o modelo Zona Franca, mas são impactos distintos a que se fazer uma avaliação separada”, explica o superintendente da Suframa.
Setor de fármacos
Thomaz Nogueira está tranquilo com o caminho que vem sendo traçado no PIM (Pólo Industrial de Manaus) com a diversificação dos setores de fármacos como alternativa para contribuir no fortalecimento da economia regional e nacional, por exemplo. “Hoje nós temos projetos com investimento de mais uma empresa no setor de medicamentos, que já é um começo da diversificação que nós pretendemos. E, no sentido de que os bens duráveis ainda têm um espaço muito grande no mercado interno, para que isso cresça e ao mesmo tempo se começe construir outras alternativas.”, informou.
O superintende da Suframa enfatizou a preservação ambiental e a capacidade de geração de emprego e renda que o modelo ZFM vem assegurando para os amazonenses, com maior destaque para a população manauara que está presente no dia a dia do PIM. Thomaz Nogueira ainda aproveitou para divulgar a realização da FIAM (Feira Internacional da Amazônia), que acontecerá no período de 27 a 30 de novembro deste ano, no centro de convenções do Studio 5 Festival Mall.
FMI revê PIB
Com uma demanda doméstica enfraquecida e o crescimento freando nas principais economias emergentes, associada a uma recessão ainda mais prolongada na zona do euro, levaram o FMI (Fundo Monetário Internacional) a reduzir a sua projeção para o crescimento global em 2013.
O Brasil sofreu redução significativa para este ano, passando para um PIB de 2,5%, abaixo dos 3% previstos em abril, quando foi divulgado o Panorama Econômico Mundial (WEO, na sigla em inglês). Para 2014, o corte foi ainda maior, de 4% para 3,2% de expansão segundo relatório divulgado na terça-feira (09) pelo FMI. Apesar das revisões para baixo, o Fundo ainda espera um crescimento mais forte do que os analistas ouvidos pelo BC (Banco Central), que projetam uma expansão de 2,34% em 2013 e de 2,8% em 2014, conforme dados da pesquisa Focus.
Em entrevista divulgada na página eletrônica do FMI, o economista-chefe do Fundo disse que o investimento baixo parece ser um dos motivos para a perda de fôlego da economia brasileira. “Nós reduzimos a projeção de crescimento de todos os Brics (o grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) em alguma medida”, disse Olivier Blanchard. Ele ainda analisa o contexto dos países emergentes e faz indagações. “Se você olhar país por país, parece haver um motivo específico para cada um deles. Na China aparecem os investimentos improdutivos, no Brasil o investimento baixo, na Índia incertezas administrativas e sobre políticas. Mas você se pergunta se não há algo por trás disso”, refletiu o economista-chefe do FMI.
Reflexos trazem impactos no PIM
Num mundo hoje globalizado, as boas e más notícias correm de maneira rápida e, muitas vezes, trágicas. A situação econômica no âmbito global se encontra fragilizada em função da crise que ainda persiste na Europa, de acordo com o presidente do Corecon-AM (Conselho Regional de Economia), Marcus Evangelista. “Apesar do Brasil ter excelentes reservas cambiais não isenta o PIM de receber os impactos econômicos da situação. Novos investimentos ficam contingenciados em função da dúvida que fica no ar sobre o futuro da economia brasileira.O Fator inflação , que ficou acima do projetado pelo Governo, também prejudica a decisão por investimentos no PIM”.
Segundo Marcus Evangelista o modelo atual da ZFM deve ser retrabalhado para manter a atratividade. “Infelizmente, temos uma atratividade negativa por novas empresas que veem se instalar no PIM, nos últimos cinco anos. Não estamos falando de faturamento, e sim números de empresas instaladas. Somente os incentivos fiscais não são mais determinantes para decisão do investimento”, analisa o presidente do Corecon que conclui frisando que em junho o Corecon realizou o 1° seminário ‘Repensando o modelo do PIM’. “Nesse evento foram compiladas ideias dos 13 grupos formados onde destacamos a diminuição da dependência tecnológica externa e formação de novos “clusters”, por exemplo”, disse Marcus Evangelista.