A valorização das commodities, certamente, fez com que o Brasil conseguisse melhorar seu saldo na balança comercial. Isso permitiu que o país pudesse ter uma folga, apesar do câmbio estar numa situação preocupante para o exportador.
Se de um lado, a valorização das commodities, essas ligadas à expansão, como é o caso de produtos siderúrgicos, como o aço, decorreu da demanda que a China gerou quando começou a se industrializar. E este movimento no mundo não pára, com os países emergentes passando por uma grande demanda por produtos dessa linha.
Por outro lado, as agências internacionais de risco reconheceram que o Brasil é confiável. O grau de investimento alcançado é bom até para as microempresas, embora não tenha sido o único fator. Há, agora, um interesse diferente. Os investidores estão olhando o país com uma lupa. Eles não estão observando somente as grandes corporações, mas também as médias. Tem-se visto isso a partir da entrada desse tipo de empresas na Bovespa, com faturamento de 20 milhões, 30 milhões de reais. A abertura de capital representa mais capital próprio, passando as organizações a terem governança, visibilidade e credibilidade.
Ao invés de as micros e pequenas empresas irem aos bancos, pagarem juros exorbitantes, elas hoje podem abrir capital, vender ações na bolsa, passa a ter sócios, fazendo o negócio prosperar. Sempre que elas necessitavam de novos investimentos, tinham que recorrer a uma instituição financeira. Atualmente, pode recorrer ao mercado de capitais. Se apresentar lucros compatíveis com aquilo que propôs a fazer, tende a ter ainda mais investidores. Aliás, a bolsa conseguiu se popularizar.
A demanda por alimentos é uma outra matriz, decorre de uma distribuição forçada de renda, transferência que trouxe para o mercado de consumo uma comunidade nova, como dezenas de milhões de chineses e brasileiros, que passaram a comer, além dos indianos e russos.
Na questão do biocombustível, ele não se está disputando espaço de maneira tão acentuada com a geração de alimentos. O que aumentou mesmo foi o consumo de carne e alimentos, a chamada cadeia de proteínas.
No que se refere ao petróleo, com patamares tão elevados, vale lembrar que, no passado, diziam que quando o petróleo chegasse a 50 dólares o barril, o mundo estaria quebrando. Hoje esta em cerca de 150 dólares e continuamos trabalhando, porque outras fontes de energia estão se viabilizando, exatamente pelo preço que está. Obviamente, o Brasil, que é o melhor produtor de bioenergia, através do etanol, vai se beneficiar mais cedo ou mais tarde com esse cenário. É a tendência mundial, um combustível não poluente, auto-suficiente e limpo.
Essa pressão contra o biocombustível é natural, não podemos esperar que para fazer parte do primeiro mundo será fácil. Porém, existem razões muito fortes para criticarmos a Europa e o Estados Unidos, principalmente sobre os subsídios, que acabam fazendo com que países pobres e emergentes paguem mal seus trabalhadores, usando, até mesmo, mão-de-obra infantil. E esse é o ponto que o Brasil deve bater hoje no mercado internacional.
Subsídios mascaram os emergentes
Redação
Jornal mais tradicional do Estado do Amazonas, em atividade desde 1904 de forma contínua.
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